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A criação de novos hábitos

Formamos hábitos para que o cérebro não se sobrecarregue na hora de tomar decisões para cada comportamento. Mas muitas vezes, eles se tornam tão arraigados que continuamos fazendo-os, mesmo que não mais nos beneficiem.

Olá!

É um grande prazer poder iniciar esse projeto, no qual eu irei abordar mensalmente temas relacionados com a Neurociência, e como utilizá-los em processos de coaching e desenvolvimento humanos.

Com mais de 10 anos de experiência na área, percebo o quanto compreender mais o nosso funcionamento interno permite que façamos as mudanças que queremos de forma mais consistente e sustentável.

Com o avanço da tecnologia, a Neurociência apresenta informações que antes não conhecíamos o que oferece mais recursos e embasamento para os trabalhos de desenvolvimento humano.  

Por isso, convido você a fazer parte dessa jornada, que permitirá que você se conheça mais e com isso possa transformar sua atuação profissional e vida pessoal.

Veronica Ahrens

Os hábitos envolvem um diferente tipo de funcionamento do cérebro, em que não estamos antecipando e julgando ativamente, mas utilizando automaticamente um script previamente aprendido. Formamos hábitos, para que o cérebro não fique sobrecarregado, tendo que tomar decisões em relação a cada comportamento que temos. No entanto, os hábitos, muitas vezes, se tornam tão arraigados que continuamos fazendo-os, mesmo que não nos beneficiem mais com eles.

Para que possamos interferir na mudança de um hábito, precisamos entender como formamos os nossos hábitos. Os hábitos podem ser definidos como uma sequência de atividades que juntas se transformaram numa ação única. Por exemplo, uma pessoa que tem o hábito de fumar, executa uma sequência de atividades (deslizar o cigarro do pacote, acendê-lo e inalá-lo) de uma forma única, pois já está no automático. Isso sugere que os hábitos são sequências vinculadas de comportamentos, armazenados como “pedaços”, que podem ser realizados sem pensar em cada etapa.

O início da formação de um hábito acontece no corpo estriado, que irá executar uma atividade de forma consciente, ativando o córtex pré-frontal e liberando a dopamina, que mantém a motivação para alcançar um objetivo. Nesse instante, o comportamento está voltado para a busca de um objetivo, que traga uma recompensa. O córtex pré-frontal atuando em conjunto com a dopamina está relacionado com uma fase de aprendizagem. Nessa fase o comportamento ainda não se tornou um hábito.

A repetição dessa ação faz com que o córtex sensório-motor passe a ser ativado. Nesse instante o hábito está formado, pois não envolve mais decisão, e sim apenas o movimento motor automático. Neurocientistas identificaram que nesse processo existe mais uma região envolvida, chamada córtex infra límbico, que se comunica com o corpo estriado. Num experimento com ratos, no instante em que eles foram executar uma atividade que já estava automatizada, o córtex infra límbico foi intencionalmente desativado, e automaticamente o hábito foi quebrado. Uma vez quebrado o hábito, os ratos logo formaram um novo hábito. Os pesquisadores mostraram que poderiam quebrar esse novo hábito mais uma vez, inibindo o córtex infra límbico. Para sua surpresa, eles descobriram que esses ratos recuperaram imediatamente seu hábito original. Isso levou os cientistas à discussão que quando os hábitos são quebrados, eles não são esquecidos, mas substituídos por novos.

Levanto esse conhecimento para os processos de Coaching e desenvolvimento humano, notamos a importância de auxiliarmos os clientes, não apenas na criação de novos hábitos, mas também nas estratégias que serão utilizadas para não retornarem aos hábitos antigos. Mostrar ao cliente como a neurociência explica esse processo é um passo fundamental.

Fonte: GRAYBIEL, A.M.  amp; SMITH, K.S. How the brain makes and breaks habits. Scientific American, June 2014.

Veronica Ahrens tem mais de 10 anos de experiência em gestão de pessoas. Fundadora da Master Leader, atua hoje como coach, trainer e palestrante. Professora de MBA da FIAP no tema Liderança e Gestão de Pessoas e Professora de Pós-Graduação em Neurociência da Santa Casa no tema Programação Neurolinguística.É Mestranda pela FEA/USP em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas. Master Trainer pela ASTD – American Society of Training e Development e Master Trainer pela Langevin Learning Services, onde foi certificada em Instructional Designer/Developer, Technical Trainer e Instructor/Facilitator. Tem Certificado Internacional de Coaching pelo Integrated Coaching Institute e pela Lambent (International Coaching Community). Master Trainer em Programação Neurolinguística pela NLP University – California. Certificada pela Universidade de Harvard em Gestão Estratégica de Negócios e pela Universidade de Toronto nas áreas de Gestão de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento. Pós-graduada em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas pela FGV (CEAG). Autora do livro “Equipes não nascem excelentes, tornam-se excelentes”.
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