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A difícil arte de dizer “Não”!

Propostas e oportunidades vêm e vão em nossas vidas, porém é preciso muita calma na hora da decisão de aceitá-las (ou não). Quando é que vale a pena dizer “Não” a uma situação ou a uma proposta?

Então, cabe a pergunta: Quando é que vale a pena dizer “Não” a uma situação ou a uma proposta?

Para começo de conversa, quero que entendam que a pergunta é abrangente e cabe para todas as situações de vida, não apenas as estritamente profissionais. E se alguém for procurar posts meus mais recentes, encontrará um que, resumidamente, sugere que a pessoa seja norteada prioritariamente pelos seus valores e princípios. Ou seja, antes de pensar em competências, potenciais ganhos e a capacidade de execução de um desafio, pergunte-se até que ponto aquilo respeita o seu “eu interior”.

Mesmo com a hipótese mais remota de ser algo que possa conflitar com o que é seu norte como ser humano, nem pense em outras variáveis. Simplesmente vire as costas e saia com a consciência tranquila. Mas e se… Ah! Aqui é onde a coisa se complica… E se a situação nada tem de conflitante com seus valores e mostra-se uma oportunidade interessante para abrir portas desejadas em sua vida, mas disputa tempo, prioridades e atenção com outras potenciais oportunidades? Quando dizer “Não”?

Pois bem, vou me apegar primeiramente às orientações de um especialista em negociação e consultor internacional dos empresários mais talentosos e ricos do mundo. Willian Ury tornou-se famoso com seus livros (em parceria com Roger Fisher, ambos da Harvard Business School) sobre a arte de dizer “Sim” em uma negociação. Ou seja, alcançar o sucesso estava atrelado ao efeito do “Sim”, da aceitação, da confirmação, da transformação de uma premissa em realidade.

Então, Ury passou a ser chamado por seus clientes para organizar o “Não” como resposta. Sem querer me comparar, um dos trabalhos mais instigantes que fiz foi criar um procedimento criterioso para uma multinacional dizer “Não” a projetos de patrocínio, sem que as razões fossem meramente moldadas pela vontade de um gerente. O “Sim” era simples de analisar, principalmente para projetos bem acabados, mas o “Não” sempre criava atritos e abria brechas para reclamações (o pior era quando os projetos tinham carimbo de nomes famosos da sociedade nacional).

Willian Ury conta que sua preocupação com o “Não” cresceu quando, em uma conversa com Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo, ouviu o seguinte depoimento: “Na minha linha de negócios, a palavra mais importante é “Não”. Eu vejo as propostas de investimento e fico a dizer vários “Não” até eu ver algo que particularmente interessa e, então, eu digo “Sim”. Tudo o que tenho a fazer é dizer “Sim” apenas algumas vezes e foi dessa forma que eu fiz a minha fortuna”. Assim como para o megainvestidor, é preciso que o “SIM” seja seletivo depois de muitos “Não”.

Foi então que Willian Ury criou o “Não Positivo”, um perfeito casamento do “Sim” e do “Não”. Funciona pela expressão Sim-Não-Sim. O primeiro “Sim” remete à aprovação, segundo valores e princípios, o que comentamos no primeiro parágrafo. O “Não” mostra o seu poder de validar apenas aquilo que, efetivamente, vale a pena levar em frente pelos riscos e resultados que apresenta. O outro “Sim” é o que estabelece o aperto de mão, em respeito a si mesmo e ao outro. O “Não Positivo” requer aplicação, coragem, visão, empatia, paciência, e persistência. E mudar padrões antigos de comportamento requer o exercício frequente. Felizmente, o cotidiano dará as chances de praticar… Aproveite e boa sorte!

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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