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A dor e a delícia de ser quem se é!

Assuma o controle de suas emoções e aceite que as nossas relações são baseadas em percepções, sobre as quais somente podemos influenciar com nossas ações. Ninguém “tem que” aceitar ninguém.

Olá,

Que bom poder estar novamente contigo e falar mais e mais sobre nossa forma de pensar e como nossas crenças influenciam nossa forma de ver o mundo. Ainda estamos nos conhecendo então, vou contar algumas coisas que gosto e hábitos que considero importantes para pessoas como nós, que fazem da observação e do apoio a outras pessoas, o nosso ofício.

Um dos lugares que mais frequento são livrarias, grandes, pequenas, de bairro e até mesmo aquelas do tipo Seven Eleven que existem nos aeroportos e são focadas na venda de pequenos textos para acompanhar as viagens deste povo que corta o país de fora a fora todos os dias e o dia todo.

Nestes meus pequenos safaris, divido o tempo entre procurar bons textos de referência para o trabalho e a observação das pessoas que, como eu, estão à procura de bons conteúdos para aumentar o conhecimento ou simplesmente uma leitura divertida, tenha ela quantos tons de cinza tiver.

Percebo que duas bancas de livros atraem particularmente mais pessoas, são os livros de viés espiritual e os de autoajuda, dentre eles, aqueles cuja capa estimula a capacidade das pessoas aceitarem ser quem elas realmente são. De certo que isto tem seu mérito, pois se vamos viver a vida toda com nós mesmos é bom que tenhamos a capacidade de gostar de quem somos.

Todavia, vivemos também em um mundo onde a aceitação e o pertencimento estão entre os maiores desejos do ser humano, buscamos a todo o custo fazer parte de sistemas sociais como família, amigos, clubes, times e etc.

Tudo vai bem, muito obrigado, até que estes dois conceitos colidem.

  • Eu me aceito, me adoro e considero que sou uma excelente pessoa em meu jeito de ser.
  • Eu também quero participar deste grupo e me sentir um membro acolhido, valorizado e protegido.
  • Assim, as pessoas deste grupo social precisam me aceitar do jeito que sou, pois, sou uma pessoa fantástica e não vou ser falsa com eles.

Tá feito o estrago.

Todo o grupo social possui suas regras de comportamento e não necessariamente, estas regras de comportamento fazem parte dos protocolos desta pessoa maravilhosa que é você. Da mesma maneira que o grupo existe sem você e, portanto, cabe a você transformar-se para adentrar neste ambiente que tem suas regras de comportamento, as quais não foram desenhadas para atender a você.

Note que, um sistema social pode ser feito de duas pessoas, como um casamento, por exemplo, e se partirmos da premissa que somos ótimas pessoas e que o outro “tem que” reconhecer este valor, já começamos mal.

Todas as nossas relações são baseadas na geração de valor para todos os participantes e neste conceito, cabe a você reinventar-se todos os dias criando protocolos de comportamento distintos para cada pessoa com quem se relaciona, visando gerar uma percepção de valor para esta pessoa de maneira que ela aceite você como você se apresenta (e não necessariamente como você é). Esta percepção de valor gera a aceitação que reforça seu comportamento até que ele  vire um hábito.

No fundo, você meu querido leitor, já faz isto todos os dias, ao se relacionar com seus pais de maneira diferente como fala com seus irmãos que por sua vez é diferente da fala com seus colegas de trabalho.

Minha dica é que você assuma o controle de suas emoções e aceite o fato que as nossas relações são baseadas em percepções, sobre as quais somente podemos influenciar com nossas ações. Ninguém “tem que” aceitar você, assim como você não tem que aceitar ninguém.

Construa as pontes de relacionamento com base em interesses comuns e use o que existe em seu coração para isto, pois como dizia Caetano Veloso “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Seja você sempre, mas apresente-se nas mais diferentes formas para conquistar o que você deseja.

Um grande abraço e aguardo seus comentários.

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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