Há muitos anos, conversando com um amigo sobre processos seletivos e o verdadeiro papel do Departamento de Recursos Humanos de uma empresa, ele me trouxe a seguinte reflexão: Um bom profissional de Recursos Humanos sabe que não existe uma pessoa certa e outra errada, não existe uma fórmula mágica para se garantir uma contratação. Existe sim, a pessoa certa no lugar certo. Simplificando: não existe um perfil errado de profissional, existe apenas o melhor perfil para aquela vaga.
A premissa é simples e verdadeira. Nesta época de crise, acompanho pessoas próximas que estão passando por alguns processos seletivos e que quando não são aprovadas para aquela vaga, se perguntam: mas o que fiz de errado? O que há de errado comigo?
Salvo alguns comportamentos realmente desastrosos num processo seletivo, entendo que não existe nada de errado para uma pessoa quando ela não é a escolhida para determinada função. Existe sim o melhor perfil para aquela vaga e no caso dela, não ser aprovada não significa que fez algo de errado ou que há algo de errado com ela. Ela simplesmente não tinha aquele perfil.
Seria prudente um recrutador selecionar uma pessoa comunicativa que adora trabalhar em equipe para o departamento contábil? Ou colocar uma pessoa tímida no departamento comercial? Diferentes funções exigem diferentes habilidades, e não há nada de errado com isso ou com alguém que tenha sido reprovado para determinada função.
Colocar a pessoa certa no lugar certo parece algo simples e óbvio, mas que frequentemente não acontece. Nem sempre a empresa tem este cuidado ao selecionar um candidato. Muitas vezes analisam formações e títulos e se esquecem de adequar o perfil psicológico daquela pessoa para aquela vaga.
Me recordo de uma moça muito bem qualificada para a área financeira da empresa. Ela era responsável pelo fechamento de câmbio e, para espanto geral da direção, foi flagrada chantageando o gerente do banco para que almoçasse com ela e assim teria o contrato fechado com aquele banco. Muito qualificada em sua formação, mas será que qualificada psicologicamente para aquela função? Ou para qualquer outra?
Desvios de conduta como este existem, comportamentos inadequados acontecem. Mas um bom recrutador saberá adequar características da personalidade da pessoa ao cargo que deseja preencher seguindo um princípio básico: o bom senso.
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