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Ampliando o conceito de empreendedorismo feminino

O tema do empreendedorismo para a mulher deve ser muito mais amplo e até uma mudança de paradigma cultural porque abrange também o conceito de intraempreendedorismo.

Neste último dia 19, comemoramos mais um dia do Empreendedorismo Feminino. Recentemente, fiz uma pesquisa no meu Instagram e perguntei às mulheres se elas se sentiam realizadas. 55% delas disseram que sim. A próxima pergunta foi se elas se sentiam mais realizadas pessoal ou profissionalmente e 83% disseram que se sentiam mais realizadas pessoalmente. Aí, perguntei se elas tinham um tempo só para elas durante o dia e mais de 70% disseram que não.

Interessante perceber que a relação da mulher com o trabalho e a forma como percebe a realização pessoal e profissional ainda parece ser diferente da maioria dos homens. Parece então que ainda faça sentido falarmos em empreendedorismo feminino e em gênero. Estudos mostram que a grande maioria das mulheres, entre 22 a 35 anos, busca equilíbrio pessoal e profissional. Já para a maioria dos homens, se ele está se sentido realizado profissionalmente, ele sente que automaticamente está realizado no campo pessoal ou este passa até a nem ser tão importante assim.

Segundo últimos dados do IBGE, a mulher ainda recebe em média 25% menos que um homem que exerce a mesma função, apesar de terem mais formação acadêmica que eles (16,9% mulheres, 13,9% dos homens). E no que diz respeito às horas de trabalho doméstico que vão desde preparo e compras de alimentos, lavanderia, cuidado com a casa e com filhos, etc… a mulher gasta em média 18 horas semanais contra 10,5h dos homens. Ou seja, emprego formal e ascensão profissional para a mulher que ainda tem que lidar com os preconceitos que vão desde a crença de que não somos tão capazes até o fato de terem direito à licença maternidade, são ainda um grande desafio.

Planejar bem a carreira e compartilhar seus sonhos com um parceiro ou parceira torna-se essencial para dar à mulher uma maior percepção de autorrealização. Alem disso, é fundamental que ela consiga compartilhar melhor as responsabilidades e afazeres domésticos de modo que consiga administrar melhor o seu tempo e tenha momentos que possa dedicar a si mesma.

Me parece que o tema do empreendedorismo para a mulher deve ser muito mais amplo e até uma mudança de paradigma cultural porque abrange também o conceito de intraempreendedorismo, no qual mesmo que ela trabalhe para uma empresa que não seja sua, ela incorpore atitudes e valores do empreendedor. Dentre essas características estão além do planejamento da carreira, estabelecer relações saudáveis com seus clientes, colegas, fornecedores (neste segundo caso o próprio empregador), o que exige habilidades de comunicação e negociação, por exemplo. Se a mulher entender que ela mesma é o negócio que tem uma marca que precisa ser bem trabalhada e saber “se vender” para que seja valorizada e respeitada como uma marca que agrega valor à empresa (isso é marketing pessoal), ela passa também a ser mais competitiva e a ter seus direitos efetivamente garantidos.

Na prática, o que todas nós sabemos é que a mulher é altamente capaz, competente, instruída, qualificada para se posicionar no mercado de igual para igual com qualquer outra pessoa altamente capaz, competente, instruída e qualificada. O que talvez nos falte é a confiança e maior persistência para fazer com que as diferenças diminuam e homens e mulheres possam juntos compartilhar tanto os afazeres quanto os prazeres de suas vidas pessoal e profissional de maneira que haja maior percepção de realização para ambos.

Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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