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DISC… ATENÇÃO: Alto D NÃO é igual à liderança!

Um gráfico DISC não tem o poder para ser a única fonte de informação para decidir se uma pessoa tem ou não o potencial para liderar, ainda mais quando se pressupõe que para todos os cargos de todas as empresas, todos os líderes deveriam ter uma alta dominância.

O DISC é uma metodologia com uma vasta aceitação no mercado e reconhecimento de sua utilidade e qualidade por inúmeros profissionais, porém é necessário tomar um cuidado, pois esta abrangência de uso e boa reputação (alguns instrumentos são muito bons, outros nem tanto) não deveria transferir a um gráfico DISC o poder para ser a única fonte de informação para decidir se uma pessoa tem ou não o potencial para liderar, ainda mais quando se pressupõe que para todos os cargos de todas as empresas, todos os líderes deveriam ter uma alta dominância.

Vamos resumidamente relembrar alguns conceitos a respeito dos fatores DISC.

Os fatores D e C são orientados para tarefas ou coisas, enquanto os fatores I e S são orientados para pessoas e relacionamentos.

Os fatores D e C tendem a ser mais diretos e com certa facilidade pode se tornar ríspidos, abrasivos e muitas vezes com mais dificuldade para lidar com os sentimentos e emoções dos outros, o que pode prejudicar muito a produtividade e clima de uma equipe.

Pessoas não são coisas, são pessoas, faz sentido? Não é possível haver o exercício da liderança sem uma outra pessoa para ser liderada, logo, como um fator associado a tarefas e coisas, no caso a dominância, pode ser uma pré-condição para liderar, sendo visto como o fator mais importante para o exercício da liderança?

Ao enxergar pessoas como coisas ou apenas mais um recurso a seu serviço, as pessoas dominantes podem apresentar as seguintes limitações:

  • Não saber ouvir, em qualquer circunstância, principalmente quando contrariado;
  • Transparecer irritação quando é contrariado;
  • Dificuldade para assumir um erro;
  • Não aceitar situações que possa parecer fraco;
  • Não conseguir controlar a raiva e acabar descontando seus problemas, medos e frustrações nas pessoas à sua volta;
  • Não administrar sua agressividade, tornando-se verbalmente violento, infelizmente em alguns casos, até fisicamente;
  • Tendência a priorizar, muitas vezes ou quase sempre, apenas seus interesses e necessidades.

Um relatório DISC, quando utilizado para analisar o potencial de liderança de uma pessoa (DISC mede potencial, não competências ou capacidade de entrega), deve ser visto como uma fonte de informações a serviço e em alinhamento com outras variáveis.

Abaixo você encontrará algumas:

  • O momento da empresa (startup, crescimento, queda, falência, estável, etc.);
  • Formação jurídica da empresa (estatal, privada, mista, ONG);
  • Segmento da empresa (agronegócio, serviços, tecnologia, atacado, varejo, indústria, etc.);
  • Empresa familiar, multinacional ou capital nacional;
  • Faturamento da empresa e número de funcionários;
  • Número de pessoas na equipe com a qual irá liderar;
  • Perfil dos subordinados, pares e superiores;
  • Perfil do dono, presidente ou CEO;
  • Departamento no qual irá trabalhar;
  • Organograma da empresa;
  • Tipo de produto e mercado;
  • Perfil dos clientes;
  • A estratégia do negócio;
  • Etc.

O DISC é uma teoria neutra e que funciona, porém mensura apenas uma dimensão, dentre muitas que são relevantes para o cargo de liderança. Além das variáveis citadas anteriormente, é fundamental checar outras, como maturidade, experiência de vida e profissional, formação acadêmica, conhecimento técnico, inteligência emocional e valores, apenas para mencionar mais algumas.

Alexandre Ribas começou a trabalhar com consultoria e treinamento há mais de 20 anos. Atualmente é presidente da TTI Success Insights Brasil e membro do Advisory Council da TTI Success Insights, nos EUA, empresa presente em mais de 100 países. Possui uma vasta rede de contatos, com consultores e coaches bem-sucedidos, em diversos países. No Brasil, através da TTI Success Insights, atende mais de 200 consultores, coaches, palestrantes, treinadores e head hunters, por ano. Também pratica consultoria, através da sua empresa Venko Consulting, a qual teve início em 2002. Empreendedor desde 1998, atualmente possui cinco empresas em atividade. Sua formação acadêmica passa pela Universidade Mackenzie, UFPR, FIA-USP e Harvard. Também possui diversos cursos de formação em Coaching, PNL e desenvolvimento de pessoas. Foi o primeiro brasileiro a obter a formação completa, em turmas abertas, pela então ASTD, em HPI – Certificate in Human Performance Improvement. Possui três livros publicados, sendo eles “Manual Definitivo DISC”, “DISC – tudo o que você precisa saber, mesmo” e “Manual Definitivo Motivadores”. Escreve artigos desde 1998.
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