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Do que você é feito?

Enquanto muitos mantêm, com firmeza, as suas decisões, realizando o que foi planejado, outros desistem e encontram justificativas vazias, culpam alguém ou alguma circunstância e não realizam o que havia sido combinado.

Diante dos desafios a que somos submetidos constantemente, muito comunicamos pelos nossos comportamentos. Aliás, é por meio deles que mostramos quem de fato somos, o que pensamos e sentimos. Por exemplo, enquanto muitos mantêm, com firmeza, as suas decisões, realizando o que foi planejado, outros desistem e encontram justificativas vazias, culpam alguém ou alguma circunstância e não realizam o que havia sido combinado. É, justamente, nessa hora que observamos o tipo de pessoa que, de fato, somos.

É curiosa a comparação feita, ao longo do tempo, por analogia sobre do que somos feitos, na realidade. E não me refiro, aqui, à composição química do nosso corpo, formada por água, proteínas, gorduras, cálcio, carboidratos, DNA, íons, gases e outras moléculas pequenas, mas ao caráter, à postura mantida, à determinação, à postura ética, honrada e nobre esperada de uma pessoa de valor.

Podemos citar alguns tipos de caráter, por meio dessas analogias:

Geleia – Algumas pessoas se assemelham a geleias quando empenham sua palavra ou assumem um compromisso. Tendem a ser fracas, escorregadias, sem firmeza, adaptando-se às novas circunstâncias, sem se preocuparem com seus compromissos, pensando apenas em si mesmas. Encontram-se nessa categoria os sociopatas e até psicopatas, não se importando com males causados, nem com prejuízos provocados. Devemos tomar o cuidado para nos afastarmos dessas pessoas, se delas dependermos para algum trabalho ou que assumam responsabilidades. Negócios com elas, jamais!

Outras podem ser comparadas a ferro e fogo, características de pessoas duras, inflexíveis. Ouvi uma opinião sobre este tipo que fala sobre a visão trágica das coisas, sendo que o ferro (da espada) significa a iminência da morte e o fogo é implacável, destrutivo e devasta tudo o que encontra pela frente. É típico de pessoas extremistas, inflexíveis. Um exemplo, quando fiz um negócio com um amigo, mas para não perder dinheiro, que sairia de uma aplicação, propus pagar juros altos para esperar um mês para fazer o pagamento, sabendo que não havia nenhum problema para ele fazer essa concessão. Resposta: “Amigos, amigos, negócios à parte”. Paguei tudo, conforme combinado, perdi algum dinheiro, mas não fiz mais negócios com esse “amigo”.

Outras são do tipo diamante, duras na sua formação, mas tem grande brilho, adaptam-se e, por onde passam, deixam uma onda de luminosidade e prosperidade. São pessoas valiosas e valorosas, generosas e agradecidas, fazem o bem por onde passam, possuem sensibilidade e flexibilidade. Têm a humildade para se ajustar às condições do outro, tratam a todos com respeito e consideração, são justas e confiáveis, estão abertos ao diálogo, ouvem, ponderam e são equilibradas. Não significa que não lutem pelos seus direitos, nem que irão deixar de cumprir seus compromissos. Sua palavra tem valor. Quando assume um compromisso pode estar certo que cumprirão.

Curiosamente, há uma série de comparações com elementos da natureza ou com animais. Conhecemos, por exemplo, o tipo “espírito de porco”, referindo-se a alguém ranzinza e cruel. Adora constranger e ver outras pessoas em apuros. De maneira mais popular é aquela pessoa que se comporta de maneira contrária a que deveria, fazendo sempre o inverso do esperado.

Mentalidade de galinha ou águia. Há muitas histórias referindo-se a esse tipo, uma delas é a de uma águia que vive entre galinhas, ciscando o tempo todo, dando pequenos e rápidos voos. Num dado momento, descobre-se águia e voa alto, cumprindo seu papel de águia. A mentalidade de galinha refere-se a uma pessoa limitada, submissa, enquanto a de uma águia é altiva e que nasceu para grandes feitos, mostrando a sua nobreza e beleza.

Essas representações são formas simplificadas de referência aos diversos comportamentos das pessoas, entendendo que ninguém é perfeito, temos nossas virtudes e nossas falhas, mas nos é facultado o direito de um contínuo aprimoramento pessoal, não só para nos sentirmos bem com nossa reputação, mas para, em essência, agirmos em congruência com o que se espera de uma pessoa decente, íntegra e confiável.

Vivemos, ao longo da nossa história, a dualidade entre o bem e o mal, desde antigas e longínquas narrativas religiosas, dos anjos e demônios, de Cain e Abel, de reis, guerras e conquistas, de lutas por territórios, traições, dos bandidos e mocinhos, dos políticos, de maneira geral, defendendo mais seus próprios interesses do que os interesses dos governados. Em nossos dias, a corrupção, as delações premiadas, as falcatruas descobertas, a preponderância do valor do dinheiro sobre o valor moral, são frutos da nossa escolha, das decisões que tomamos. Podemos pautar nossa vida por princípios éticos ou não, podemos escolher como seremos considerados pelas outras pessoas.

Diante desse contexto, novamente a pergunta: e você? De qual matéria prima você é feito? Como age ou reage diante das situações do dia a dia? É uma pessoa íntegra e confiável? Você trai a si mesmo e as outras pessoas? Você tem um código de honra e o utiliza para fazer as suas escolhas e tomar suas decisões? Conheci um amigo, com quem muito aprendi e sempre admirei pela sua conduta e congruência. De nada adianta uma pessoa mostrar-se do bem na sua fala e em seus discursos, se na prática e nos comportamentos mostra o contrário daquilo que prega, sendo falsa e irresponsável.

Um bom modelo para ser seguido é cada um definir o seu código de honra, ou seja, os valores fundamentais dos quais não abre mão. Funcionaria como uma constituição pessoal e toda vez que tiver alguma dúvida, poderá a ele se referir. Pode ser também comparado à seta de uma bússola que aponta sempre na mesma direção e, assim sendo, não há como errar, pois suas decisões levarão em conta esse código.

Por fim, torço para que você sempre seja essa pessoa tipo diamante ou madeira de lei, firme, duradoura, consistente, forte, como diz na letra de Alceu Valença, em uma de suas músicas: “Nós somos madeira de lei que cupim não rói”.

Reinaldo Passadori, CEO da Passadori Educação e Comunicação

Reinaldo Passadori é fundador, palestrante e CEO da Passadori – Comunicação, Liderança e Negociação, especialista em comunicação e mestre em neuromarketing pela FCU – Florida Christian University. É idealizador e apresentador do programa Comunicação Executiva, no qual promove entrevistas e debates do mundo corporativo. Com 33 anos de história formou mais de 100.000 pessoas na habilidade da comunicação verbal, não verbal e liderança. É Autor dos livros Comunicação Essencial, As 7 Dimensões da Comunicação Verbal, Media Training e Quem Não Comunica, Não Lidera.
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