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Eleição 2014… Para pensar a respeito!

A escolha do eleitor é baseada na crença de que a sua expectativa geral será melhor atendida por determinado candidato, o que de forma alguma se confunde com uma convicção de que tenha mais qualificação.

Algumas pessoas me solicitaram escrever sobre a eleição que teremos neste primeiro domingo de outubro, evento sempre determinante para o futuro de cada cidadão, individualmente, e essencial para uma coletividade de 200 milhões de brasileiros. Na verdade, a projeção do Brasil no cenário global é de tal importância que o resultado dessas eleições também trará impactos além de nossas fronteiras. Assim, peço a atenção para minha lógica a respeito o que, se não é original, pelo menos foge do convencional escrito pelos analistas políticos.

Meu objetivo não é o de dar lição política ou indicação de voto, o que seria um absurdo. A intenção, como em todas as postagens que faço, é chamar os leitores a um momento de reflexão sobre determinado tema, sendo “eleito” para hoje o momento mais marcante de uma democracia. Afinal, é na eleição que todos nós indicaremos os representantes que, durante um período determinado, terão o direito de deliberar e decidir em nosso nome, tanto no Poder Executivo como no Legislativo. Você já pensou na responsabilidade que temos de garantir (ou pelo menos tentar garantir) que os eleitos sejam aqueles mais competentes para cumprir com a sua missão?

Para começo de conversa, vale lembrar a diferença entre a eleição chamada de majoritária e a chamada de proporcional? Há um grande grupo de eleitores que acompanham os debates e as tendências das pesquisas para candidatos aos cargos majoritários do nível executivo federal (Presidente) e estadual (Governador). No âmbito legislativo, também em eleição majoritária, será indicado um Senador representando cada Estado da Federação, com mandato de oito anos. Já em eleição proporcional, para um mandato de 4 anos, serão indicados 513 Deputados Federais e mais milhares de Deputados Estaduais (quantidade variável por Estado).

E você bem pode perguntar: E como são eleitos os representantes dos mais altos cargos do Poder Judiciário? Aqueles que serão os protetores da Lei e com o dever de aplicá-las corretamente são indicados pelo Poder Executivo e aprovados pelo Legislativo. Isso mostra o grau de responsabilidade de cada eleitor, pois indiretamente os candidatos eleitos terão a sua delegação de poder para inúmeras decisões futuras. No âmbito do Legislativo (estadual e federal), os deputados são os responsáveis por debater e aprovar propostas referentes às áreas econômicas e sociais, bem como pela fiscalização da aplicação dos recursos públicos. E o Senado volta-se, fundamentalmente, à aprovação das indicações de futuros ocupantes dos mais altos cargos da República, incluindo os chefes de missões diplomáticas, e têm direito de processá-los, se necessário. Ao Senado também compete aprovar operações externas de natureza financeira, em todos os níveis do Executivo.

Quando se trata de Executivo Federal, o que se vê é uma disputa ferrenha entre candidatos que representam coligações político-partidárias. Uma das principais lições do marketing político é que uma coisa é ganhar a eleição e outra coisa é governar após a vitória. Não se olhe para essa afirmação de maneira negativa e crítica, pois no jogo eleitoral um candidato torna-se o símbolo (bem ou mal) acabado de um conjunto de forças e interesses que estão lhe dando suporte.

O eleitor, ao votar, invariavelmente tem uma parte de sua escolha de forma egoísta (o positivo ou o negativo que o candidato pode lhe significar diretamente) e outra parte da escolha com possível visão social (interesse coletivo). A escolha do eleitor é baseada na crença de que a sua expectativa geral será melhor atendida por determinado candidato, o que de forma alguma se confunde com uma convicção de que tenha mais qualificação. Resumindo, nenhum candidato é tão completo que sozinho conheça tudo e resolva tudo, e a sua competência maior deverá ser a de conseguir manter a harmonia entre as diversas correntes políticas do país.

Afinal, o candidato que vier a receber o diploma de vencedor assumirá uma posição especial, mas será incapaz de desenvolver um mínimo do que foram suas ideias e propostas, principalmente no Poder Executivo, se não estiver acompanhado de talentos que somem conhecimentos e experiências. O eleito deverá se organizar com as forças que o apoiaram para, na medida do possível e dos interesses em jogo, construir a ponte que levará o Brasil ao ponto mais próximo do futuro prometido durante a campanha eleitoral.

Infelizmente, ao olharmos as pesquisas de intenção de voto dos principais institutos, identificamos uma grande parcela de brasileiros que não tem candidato ou que pretende anular o voto. Em alguns casos, chega-se perto de 20% dos eleitores, o que mostra que muitos brasileiros ainda não perceberam a importância de participarem de perto desse processo de escolha. Possivelmente, a grande maioria dos eleitores nem se lembra em quem votou para deputado nas últimas eleições, o que também significa que não há uma atenção com quem se aplicou no interesse da sociedade. Talvez por conta dessa postura simplista, há uma visão deturpada da classe política, o que leva muitos a abdicarem do seu direito de escolher o candidato que lhe pareça melhor para, sabe-se lá porque, deixar acontecer o resultado que os outros eleitores determinarem.

O que se pode fazer a respeito? Pensar muito em qual é, em sua opinião, o perfil mais adequado para cada tipo de missão reservada, em cada um dos cargos existentes. Conhecer, se possível, o passado dos candidatos e as suas contribuições (para o bem e para o mal). Fazer a sua escolha com base em critérios racionais e não emocionais, lembrando que nem sempre o seu melhor amigo ou vizinho será um excelente político. E jamais venha a cair na tentação de anular o voto ou votar em branco. Você pode até errar e se arrepender da sua escolha, mas é assim que se aprenderá a construir um grande país e uma democracia moderna.

Pense em tudo isso, participe e motive as pessoas de seu relacionamento a participarem desse momento importante para o país, e tenha uma iluminada escolha do seu candidato!

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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