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Igualdade de Gênero, não!

Não há que se falar em igualdade de gênero, uma vez que homens e mulheres jamais serão iguais, respeitadas as suas diferenças. Se a questão é semântica, sugiro que mudemos o termo para ISONOMIA DE GÊNERO.

Nós, mulheres, somos a mola propulsora para o Futuro Global Sustentável e somos diferentes dos homens. Se desejamos progredir, avançar e impulsionar uma sociedade a verdadeiras mudanças e evolução, não me interessa falar em igualdade de gênero, mas sim em igualdade de DIREITOS HUMANOS, respeitadas as diferenças de gênero. Assim o Paragrafo 1 do artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reza que “Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.”

Então, não há que se falar em igualdade de gênero, uma vez que homens e mulheres jamais serão iguais, respeitadas as suas diferenças. Se a questão é semântica, sugiro que mudemos o termo para ISONOMIA DE GÊNERO. ”Isonomia é o princípio de que todas as pessoas são regidas pelas mesmas regras, da condição de igualdade. Enquanto princípio jurídico, é a igualdade entre todos os cidadãos, independentemente de classe, raça, gênero, opção religiosa ou política, etc …” Fonte: https://www.significados.com.br/?s=isonomia

É isso mesmo que quero dizer. Não se assuste e fique à vontade para discordar, mas antes gostaria que refletisse comigo sobre algumas questões e sobre empoderamento feminino. A primeira vez que disse isso e, desde então sempre que repito essa frase, a polêmica está instalada. Entretanto, defendo primeiramente o valor das diferenças de gênero. Algumas coisas, a vida vem me ensinando e a minha formação e experiência como Coach têm reforçado os importantes pilares e valores do Coaching. Um dos principais e mais significativos é o respeito às diferenças.

Primeiro, quero deixar claro que sou feminista, sim, e, por isso, venho refletir sobre o valor semântico de “Igualdade de gênero” e se igualdade, que pressupõe ausência de diferença, é a palavra mais adequada para o contexto atual. Entre as definições de feminismo, a maioria converge para a de que “Feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens”. Observe que o conceito é de Igualdade de DIREITOS. Por outro lado, igualdade de gênero pressupõe que homens e mulheres sejam iguais e isso jamais será possível.

Nós, homens e mulheres, independentemente da opção sexual, somos inegavelmente diferentes nos aspectos fisiológicos, biológicos e hormonais. A começar pelos órgãos genitais e o sistema reprodutivo, temos características completamente diferentes. O homem tem o famoso pomo-de-adão que faz com que sua voz seja mais grossa, têm mais pelo no corpo, traços mais grossos e fortes e são mais musculosos. Isso sem falar no aspecto hormonal e na produção de estrógeno e progesterona nas mulheres e testosterona nos homens que os diferenciam física e até comportamentalmente.

Culturalmente os nossos mapas mentais (mindset), do homem e da mulher, são diferentes com variações influenciadas pela cultura de cada região ou país, mas indiscutivelmente homens e mulheres têm respostas emocionais e até reações mentais diferentes. Há culturas que valorizam a monogamia, por exemplo, e outras que aceitam o poligamia.

No que diz respeito às diferenças cerebrais, cientistas descobriram que há diferenças neurofisiológicas e anatômicas no cérebro de homens e mulheres. “As diferenças de gênero já se manifestam desde alguns meses após o nascimento, quando a influência social ainda é pequena. Por exemplo, Anne Moir e David Jessel, em seu controverso e admirável livro “Brain Sex” (“O sexo do cérebro”), oferecem explicações para essas diferenças precoces nas crianças.” Fonte: http://www.cerebromente.org.br/n11/mente/eisntein/cerebro-homens-p.html

Historicamente, as mulheres eram proibidas de participarem de eventos como as Olimpíadas e até de assistirem aos jogos. Houve momentos em que as mulheres precisavam desenvolver características e até passarem por transformações, inclusive, físicas para ficarem iguais aos homens com o objetivo de chegarem a lugares ou posições que jamais chegariam se preservassem ou até potencializassem os traços femininos. Na Grécia antiga, Kallipateria, mãe de Pisidoros, se fez passar por homem e o técnico do time de boxe do filho a levou à vitória. Nos atuais jogos olímpicos, as mulheres ja participam de todos os esportes. Avançamos e temos avançado nas conquistas e espaços ocupados por mulheres. Entretanto, em todas as categorias de esportes as modalidades são femininas e masculinas por respeitarem e entenderem as diferenças fisiológicas de cada gênero. Não há dúvida de que a mulher com treino e até ingestão de certos hormônios possa ficar mais parecida com o homem. Assim como não há dúvida de que o homem ou a mulher transexuais possam ficar cada vez mais iguais ao gênero que escolherem, mas ainda assim diferenças hormonais, cerebrais e até fisiológicas serão preservadas em maior ou menor grau ou dosagem.

A discussão que se faz necessária a partir desses argumentos dos quais torno-me porta voz com o objetivo de levar a uma reflexão sobre o verdadeiro papel da mulher em todas as esferas da sociedade é a de que, no que diz respeito a gênero, há que se falar e defender as diferenças. O que devemos lutar é pelos direitos humanos, como, por exemplo, salários iguais para funções iguais e, por outro lado, devemos lutar para que nossas diferenças sejam respeitadas e garantam nossos direitos enquanto seres humanos, como por exemplo os 5 anos de diferença na aposentadoria, respeitando as diferenças fisiológicas, as transformações e o tempo que a mulher “perde” com a gestação, a maternidade, a dupla e até tripla jornada de trabalho.

A questão é: a verdadeira transformação que se faz necessária numa era pós-industrial, na era digital, que já ultrapassou a era industrial, da força e do poder masculinos vai acontecer e ser sustentável se continuarmos lutando por Igualdade de Gênero ou é hora de lutarmos para que nossas diferenças sejam respeitadas e entendidas como completares aos homens? Será que não é necessário entender as diferenças de gênero para lutarmos pela integridade, segurança e dignidade da mulher? Será que o discurso sobre igualdade de gênero não causa um equivoco semântico e, consequentemente, cultural que leva as pessoas a ridicularizarem os movimentos feministas por entenderem que feministas são mulheres que querem ser exatamente iguais aos homens? Será que não precisamos educar homens que respeitem as mulheres e as tratem com a delicadeza que lhes é peculiar sem admitir qualquer tipo de violência? Será que não está na hora de assumirmos o protagonismo e a autoria da nossa história sem nos vitimizarmos e colocarmos a culpa num sistema machista, mas sim, contribuirmos na construção de uma cultura que valorize a mulher e puna qualquer tipo de assédio ou agressão? Será que a verdadeira IGUALDADE DE DIREITOS só vai acontecer de fato quando lutarmos pela preservação dos direitos que nos iguala por sermos diferentes? Será que abriremos mão do direito humano universal de liberdade que dá às mulheres, o direito se vestirem diferente do homem e escolherem se querem usar saia longa, curta ou micro e não serem obrigadas a usarem calças compridas sob pena de serem estupradas?

Características fundamentalmente femininas podem ser as propulsoras dessa sustentabilidade global. O momento histórico é outro e os valores femininos parecem ser mais essenciais no que diz respeito ao desenvolvimento não só humano, mas também social e econômico. “O sociobiólogo, Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, afirmou que as mulheres tendem a ser melhores que os homens em empatia, em habilidades verbais, sociais e de proteção, dentre outras. As mulheres são melhores que os homens em relações humanas, em reconhecer aspectos emocionais nas outras pessoas e na linguagem, na expressão emocional e artística, na apreciação estética, na linguagem verbal e na execução de tarefas detalhadas e pré-planejadas. Gestores de corporações e até políticos já estão entendendo que essas são habilidades necessárias para uma gestão de resultados.

“Temos direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza e temos o direito de ser diferentes quando a desigualdade nos descaracteriza”. (Boaventura Souza Santos)

Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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