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Neurociência e Felicidade

O estudo da felicidade vem ganhando mais destaque na neurociência, visto que, este é um importante objetivo dos seres humanos.

Nos últimos anos o estudo da felicidade vem ganhando mais destaque na neurociência, visto que, este é um importante objetivo dos seres humanos. Apesar de alguns estudos demonstrarem a influência genética que existe sobre o estado de felicidade, essa influência representa uma porcentagem muito baixa, comparada com a possibilidade de alterações que uma pessoa pode fazer em relação à sensação de bem-estar e felicidade. O objetivo desse artigo é apresentar diferentes ferramentas dos estudos da neurociência que podem facilitar esse processo.

De acordo com Moran Cerf, neurocientista da Northwestern University que estuda a tomada de decisões há mais de uma década, a maneira mais certa de maximizar a felicidade está relacionada com quem você decide passar a maior parte do seu tempo. Ele usa duas premissas para chegar a estas conclusões. A primeira está relacionada com o nosso processo de tomada de decisão. Como tomar decisões é uma atividade que demanda muita energia para o nosso cérebro, boa parte das nossas decisões acabam sendo feitas de forma automática e inconsciente, com forte influência das pessoas à nossa volta. A segunda premissa está relacionada com as pesquisas em neurociência que descobriram que quando duas pessoas estão na companhia umas das outras, suas ondas cerebrais começam a parecer quase idênticas. A partir dessas duas premissas, a conclusão de Cerf é que, se as pessoas quiserem maximizar a felicidade e minimizar o estresse, elas devem construir uma vida que requer menos decisões, cercando-se de pessoas que incorporam os traços que preferem. Exemplo disso são os comediantes que fazem as pessoas se sentirem mais leves. Para esse pesquisador, a felicidade é contagiante!

Alguma vez você já se pegou em uma situação de frustração, e ficou repetindo para si mesmo para relaxar, não se incomodar, pois não há nada que possa fazer. No entanto o sentimento não mudou? Uma vez que você está se sentindo frustrado ou estressado, você não pode efetivamente dizer para si mesmo para não se sentir assim. A neurociência nos mostra que o cérebro emocional opera duas vezes mais rápido que o cérebro pensante. De acordo com Richard Hanson, neurocientista e autor de “O Cérebro do Buda”, a área do cérebro responsável pelo foco é o córtex pré-frontal. Devido à liberação de hormônios do estresse, o córtex pré-frontal torna-se menos ativo, tornando as pessoas mais distraídas. Nesse estado o córtex pré-frontal não tem força neural para sobrepor sentimentos estressantes com pensamentos felizes. Envolver-se regularmente em atividades relaxantes pode manter seu cérebro calmo. Alguns exemplos incluem as práticas de yoga, respiração, caminhadas pela natureza e a meditação.

Outra atividade que pode nos ajudar a melhorar a nossa felicidade é praticar a gratidão, que permite que tenhamos uma maior liberação de neurotransmissores relacionados à recompensa, como a dopamina. Ao praticar ativamente a gratidão pelas pessoas e coisas ao nosso redor, podemos aumentar as emoções positivas. Por exemplo, se a nossa atenção estiver nos que nos ressentimos ou lamentamos, então vamos construir os substratos neurais daqueles pensamentos e sentimentos. Por outro lado, se concentrarmos nossa atenção nas coisas pelas quais somos gratos, as qualidades sadias em nós mesmos e no mundo ao nosso redor, construímos substratos neurais mais positivos. Apenas ter experiências positivas não é suficiente para promover o bem-estar. É preciso colocarmos foco nessas experiências, mantê-las ativas e intensas por alguns instantes, como se a experiência estivesse mergulhando em nós.

Pesquisas da neurociência também mostraram como o nosso cérebro e corpo estão interligados. Se pudermos influenciar positivamente nosso corpo, poderemos influenciar positivamente nossa felicidade. Pesquisas da Universidade de Auckland sugerem que pessoas que sentam de forma ereta podem se sentir mais otimistas e menos fatigadas, podendo diminuir sintomas de depressão.

Os avanços nas pesquisas da neurociência relacionadas à felicidade nos mostram que é um mito acreditarmos que não podemos alterar os nossos níveis de felicidade. Basta aplicarmos algumas dessas técnicas na nossa rotina diária. Se quiser, comece já, colocando um leve sorriso no seu rosto e note como isso faz você se sentir!!

Veronica Ahrens tem mais de 10 anos de experiência em gestão de pessoas. Fundadora da Master Leader, atua hoje como coach, trainer e palestrante. Professora de MBA da FIAP no tema Liderança e Gestão de Pessoas e Professora de Pós-Graduação em Neurociência da Santa Casa no tema Programação Neurolinguística.É Mestranda pela FEA/USP em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas. Master Trainer pela ASTD – American Society of Training e Development e Master Trainer pela Langevin Learning Services, onde foi certificada em Instructional Designer/Developer, Technical Trainer e Instructor/Facilitator. Tem Certificado Internacional de Coaching pelo Integrated Coaching Institute e pela Lambent (International Coaching Community). Master Trainer em Programação Neurolinguística pela NLP University – California. Certificada pela Universidade de Harvard em Gestão Estratégica de Negócios e pela Universidade de Toronto nas áreas de Gestão de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento. Pós-graduada em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas pela FGV (CEAG). Autora do livro “Equipes não nascem excelentes, tornam-se excelentes”.
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