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O adolescente e o silêncio!

Já parou para pensar em como o silêncio nos incomoda? É no silêncio, mergulhados na nossa consciência, onde encontramos todos os nossos medos e ansiedades que acompanham a nossa situação de transição entre a infância e a vida adulta.

No final de semana passado fui a um retiro católico para concluir o Crisma. E lá eu tive uma experiência muito interessante com o silencio, além do tema religioso.

Já parou para pensar em como o silêncio nos incomoda? E que todas as vezes que ele ocorre temos duas sensações: ou foi estabelecido o famoso “clima” entre duas pessoas, frequente em elevadores ou temos a sensação que estamos perdendo tempo, vagabundeando. Isso porque o silêncio, normalmente, vem quando não estamos fazendo nada. Fazer nada. Qual foi a última vez em que você não fez nada?

Eu sei que não há tempo, estamos sempre correndo, principalmente, por causa do trabalho. E quando se soma família aí é que não temos tempo mesmo. Mas, nós adolescentes, a maioria pelo menos, ainda não trabalha e não tem família para cuidar. E por que não suportamos não fazer nada e o silêncio? Quando estamos fazendo um trabalho de faculdade pelo computador ou mexendo nas redes sociais sempre colocamos uma música para deixar de fundo. Acho que ela mais mascara a real perda de tempo que estamos tendo do que espanta o silêncio. Silêncio que talvez, se presente, nos clarearia o desperdício de tempo e energia. Acredito que seja por isso que não suportamos o silêncio e não fazer nada: perceberíamos que, nós adolescentes, imersos nesse mundo falso de redes sociais onde a superficialidade buscando likes devora a verdade do imperfeito e tira o foco do desenvolvimento pessoal.

Creio que é no silêncio, mergulhados na nossa consciência, onde encontramos todos os nossos medos e ansiedades que acompanham a nossa situação de transição entre a infância e a vida adulta. E é claro que ninguém gosta de sentir essas coisas, mas muito menos de saber que se sente isso, pois isso é considerado coisa de gente fraca, medrosa. Ou seja, evitamos o silêncio para não darmos conta da nossa vulnerabilidade, de sermos sempre incompletos, pois ainda temos respostas a encontrar, ainda ficamos tristes e com medo. Isso tudo não vem à tona quando estamos com as mentes ocupadas seja trabalhando em algo que nos evolua ou quando procuramos o ângulo e filtro perfeito para postar aquela foto no Instagram.

A provocação que nos faço é sermos realmente corajosos e nos enfrentarmos no silêncio. Provar daquela coragem que apenas falamos aos ventos para deixarmos de ser, pouco a pouco, hipócritas.

Bruno Sales Author
Bruno Sales é Estudante esforçado, entusiasta intelectual e conversador. Estudante de Economia, escritor amador e apreciador de Filosofia e Matemática. Sonha publicar o livro que vem trabalhando faz anos; a médio prazo, adquirir independência financeira e reconhecimento intelectual; a longo prazo, mudar o mundo.
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