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O que o princípio da pausa tem para contribuir com os processos de Coaching?

À medida que avançamos durante o dia, eliminando os itens que estavam na nossa lista de tarefas, assumimos que estamos sendo muito produtivos. Será? Andar na via expressa do dia de trabalho é realmente a chave para o sucesso?

Não raro, nos pegamos neste movimento de procura, quase doentia pelo novo, pelo mais rápido e acabamos alimentando um círculo vicioso que nos engole impiedosamente.

A expectativa é que tomemos grandes decisões em velocidades relâmpago, que estejamos sempre conectados para responder ao e-mail em segundos após recebê-lo, e produzirmos respostas aos possíveis desastres mais rápido do que seguidores de mídia social possam espalhá-lo.

À medida que avançamos durante o dia, eliminando os itens que estavam na nossa lista de tarefas, assumimos que estamos sendo muito produtivos. Será?

Andar na via expressa do dia de trabalho é realmente a chave para o sucesso?

Kevin Cashman, sócio sênior da empresa de gestão de talentos Korn Ferry e autor do The Pause Principle, diz que não. Ele argumenta que voar durante o dia de trabalho está realmente dificultando nossa produtividade e diz que ao invés de fazer mais, precisamos fazer menos com mais propósito.

Cashman percebeu algo de grande relevância quando estava treinando executivos sênior e CEOs em oficinas intensivas de três dias e os forçou a desligarem seus smartphones e afastarem-se do caos do escritório.

O que aconteceu depois desta pausa para refletir e elaborar estratégias foram, muitas vezes, grandes avanços. Além disso, durante 10 (dez) anos fazendo discursos, Cashman percebeu outra tendência. Muitas vezes, ele entrevistava o seu público e perguntava onde obtinham suas melhores ideias – 78% do tempo, as pessoas relatavam que suas melhores ideias ocorriam no chuveiro, enquanto faziam exercício, ou enquanto viajavam.

O convite então, é nos valermos do princípio da pausa, uma pausa pragmática, sem receio de darmos um passo atrás para pensarmos o que queremos, como queremos retornar para nossos afazeres e responsabilidades. Para mim, o fato de pausar me preparando para escrever, por exemplo, tem sido um exercício maravilhoso e acima de tudo, terapêutico.

A pausa vale, tanto para os executivos e executivas, quanto para os Coaches e seus clientes!

Quantas vezes, nos desconectamos do que está acontecendo ao nosso redor? Quando nos pegamos dizendo, a nós mesmos – puxa perdi o que a pessoa acabou de falar – que sentimento de ausência e distanciamento isso nos traz não é mesmo? E no papel de Coaches, incorremos no pecado de deixarmos de escutar.

Sinto dizer, que isso acontece quando estamos no piloto automático, nesta busca doentia a que me refiro, de corpo presente, mas ausentes de espírito, mente e propósito.

A pausa, propicia um espaço de reflexão para que possamos retomar o que precisamos fazer, com outra qualidade, com presença e clareza de intenção.

Comprove, após cada pausa, você Coach, conseguirá responder a algumas perguntas como por exemplo:

  • Estou preparado para a próxima sessão?
  • Como eu quero estar na conversa que terei com o meu cliente?
  • Eu conheço o lugar onde acontecerá a sessão?

No caso de nossos clientes, alguém mais cético, pode neste exato momento, estar se perguntando – Pausar ou não Pausar? Talvez um executivo ou executiva responsável pelo crescimento dos resultados da empresa, pela inovação, pela conquista de market share, sequer cogitem tal possibilidade, afinal não há tempo a perder!

Eu discordo, e digo, dê o passo atrás para avançar, com os seguintes objetivos como líder:

  1. Procure apoiar sua equipe na identificação, de suas mais significativas aspirações, estabelecendo assim um legado orientado por propósitos e não só por atingimento de metas;
  2. Pergunte e Escute para criar consciência, estabelecer comprometimento e prática. Controle o impulso de usar sua expertise mantendo a responsabilidade com a equipe e assim questionar e escutar para promover a clareza, não para resolver os desafios da sua forma;
  3. Pause para arriscar experimentar, cocriando e levantando hipóteses com sua equipe e os desafiando em tarefas mais desafiadoras de forma colaborativa;
  4. Pause para refletir detidamente sobre a experiência, especialidade, fortalezas, vulnerabilidades, talentos, motivação e valores de cada membro de sua equipe. Procure responder à algumas perguntas como:
    1. O que eu vi?
    2. Qual o potencial de cada um?
    3. Como cada um deles vem se desenvolvendo?
    4. Eu estou limitando alguém de minha equipe porque tenho uma visão limitada deles?

    Quanto mais você pausar para refletir, maior a possibilidade para a equipe e a organização;

  5. Dê uma olhada honesta em como sua organização desenvolve talentos. Como são seus programas de desenvolvimento de liderança?
  6. Pausar para treinar, desenvolver e transferir conhecimento é a essência daqueles que sabem gerar ambientes de inspiração e aprendizado;
  7. Pausar para lembrar que desenvolver os outros, requer autenticidade profunda; questões autênticas, ouvir com autenticidade, ter presença autêntica e transferência autêntica de conhecimento.

Seja você um(a) Coach ou um(a) executivo(a), ouse dar uma pausa!

João Luiz Pasqual tem mais de 40 anos de experiência profissional. Coach Executivo e de grupos. Foi por mais de 30 anos, executivo do mercado financeiro tendo ocupado posições de Diretor Executivo em diversos bancos (Sudameris, Banco Real, Unibanco, ABN AMRO e Santander), viveu na Europa por 8 anos e viajou para mais de 30 países. É conselheiro de empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e foi Presidente da ICF no Brasil durante o exercício 2015/2018. É coach ICF – International Coaching Federation com a credencial Master Certified Coach (MCC), Mentor Coach pela inviteChange-USA e Accredited Coach Supervisor pela CSA – Coaching Supervision Academy – Londres. MBA pela FIA-USP e Mestrado em Consulting and Coaching for Change pelo INSEAD-Fontainebleau na França.
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