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Os vieses inconscientes

Formados por diversos fatores como educação, família, cultura, religião, experiências pelas quais passamos. São barreiras invisíveis que impactam diretamente as nossas decisões diárias.

Os vieses inconscientes são barreiras invisíveis que impactam diretamente as nossas decisões diárias. São formados por diversos fatores como a educação, família, cultura, religião, experiências pelas quais passamos. Com base nesses fatores, temos percepções e fazemos julgamentos em relação às pessoas e tomamos decisões, de forma automática e não consciente, o que muitas vezes nem é percebido por nós.

Quando nascemos, o cérebro apresenta uma estrutura parcialmente formada. Os neurônios já estão formados e posicionados nos locais adequados, mas é a interação com o ambiente que dará continuidade a esta formação. Um pesquisador chamado Vernon Mountcastle identificou em 1957 que o neocórtex é formado por colunas corticais, responsáveis pela identificação de padrões, ou seja, uma vez identificado um padrão, o cérebro já antecipa possíveis relações com esse padrão. O processamento cerebral ocorre desta forma, pois se o cérebro tivesse um processamento sequencial, no qual não pudéssemos antecipar possíveis padrões, levaríamos muito tempo para tomar decisões e realizar as nossas tarefas diárias. O neocórtex, portanto, está prevendo aquilo que vai encontrar. Dessa forma, entendemos que o processamento inconsciente de informações é muito útil, mas pode ser prejudicial em situações de julgamento e tomada de decisão em relação às outras pessoas.

Na neurociência identificamos duas formas de processamento cognitivo, Sistema 1 e Sistema 2. O Sistema 1 é o sistema de operação inconsciente, bastante antigo em termos evolutivos. O Sistema 2 é o sistema consciente, e sua estrutura é mais recente, destacando principalmente a parte do córtex pré-frontal, que envolve o controle de diferentes sistemas cognitivos como a linguagem, planejamento e tomada de decisão. O funcionamento do sistema 1 pode ser controlado pelo sistema 2, o que permite fazer escolhas mais conscientes.

Na antiguidade, onde andávamos em grupos menores e mais homogêneos, o sistema 1 foi formado para detectarmos ameaças potenciais e possíveis doenças que poderiam ser transmitidas por outras espécies. Esse sistema continua ativo em nós, o que num mundo globalizado, onde interagimos com diferentes raças, culturas, interfere diretamente nos preconceitos que criamos, definindo inconscientemente quem pode ser uma ameaça para o nosso grupo. O Sistema 2 é mais lento, sendo formado até o início da vida adulta. Esse sistema pode atuar sobre os vieses inconscientes do Sistema 1, racionalizando as decisões. Por isso, o estímulo e formação do sistema 2 de processamento é fundamental para que o cérebro primitivo consiga ter uma melhor atuação na sociedade moderna.

Existem vários tipos de vieses inconscientes, sendo que os 5 principais são:

  1. Viés de Afinidade: é a tendência de avaliar melhor quem se parece conosco, como por exemplo em questões de gênero, raça, idade, histórias de vida, entre outros;
  2. Viés de Percepção: quando reforçamos estereótipos que são definidos por influência da sociedade ou cultura na qual estamos inseridos;
  3. Viés Confirmatório: procuramos informações que confirmem as nossas hipóteses iniciais e rejeitamos as que são contrárias;
  4. Efeito de halo/auréola: exibimos uma preferência inconsciente com apenas uma informação positiva ou agradável da pessoa, o que nos leva a avaliar positivamente todo o restante das informações;
  5. Efeito de grupo: seguimos o padrão de um grupo. A pressão que é colocada pelo grupo pode fazer com que todos busquem convergir com a mesma ideia.

Segue abaixo quatro ações que podem nos ajudar a trabalhar nossos vieses inconscientes:

  • Reconhecer que temos vieses inconscientes;
  • Identificar quais são os nossos vieses inconscientes. Existem Testes de Associação Implícita (ITAs) disponíveis na Internet, que nos ajudam a identificar;
  • Pedir que outros nos apontem no momento em que temos um pensamento ou ação que possa estar sendo influenciado por um viés inconsciente;
  • Buscar interagir com pessoas diferentes do nosso perfil.
Veronica Ahrens tem mais de 10 anos de experiência em gestão de pessoas. Fundadora da Master Leader, atua hoje como coach, trainer e palestrante. Professora de MBA da FIAP no tema Liderança e Gestão de Pessoas e Professora de Pós-Graduação em Neurociência da Santa Casa no tema Programação Neurolinguística.É Mestranda pela FEA/USP em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas. Master Trainer pela ASTD – American Society of Training e Development e Master Trainer pela Langevin Learning Services, onde foi certificada em Instructional Designer/Developer, Technical Trainer e Instructor/Facilitator. Tem Certificado Internacional de Coaching pelo Integrated Coaching Institute e pela Lambent (International Coaching Community). Master Trainer em Programação Neurolinguística pela NLP University – California. Certificada pela Universidade de Harvard em Gestão Estratégica de Negócios e pela Universidade de Toronto nas áreas de Gestão de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento. Pós-graduada em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas pela FGV (CEAG). Autora do livro “Equipes não nascem excelentes, tornam-se excelentes”.
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