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Pare de procurar o trabalho que você ama e seja muito mais feliz!

Esperar que uma profissão ou um trabalho venha a responder a TODOS os seus anseios é uma das maiores expectativas que temos. Mais do que encontrar a tal paixão pelo trabalho é entender o que te traz bem-estar.

Tenho observado que se passa muito tempo tentando encontrar o trabalho dos sonhos. Pudera: desde pequenos ouvimos essa conversa de “O que você vai ser quando crescer?” e a resposta fatalmente tem a ver com uma profissão. Depois disso, quando temos a oportunidade, passamos uma parte da adolescência buscando descobrir qual a faculdade que vamos cursar. E não pode ser qualquer uma, tem que ser um curso que vá responder a todos os critérios que envolvem essa escolha: satisfação pessoal, possibilidade de ganhar dinheiro, obter status e preencher as expectativas dos pais. Ops! Dos outros. Depois de adultos, o que ouvimos ao conhecer alguém é a seguinte frase: “O que você faz?”, como se aquilo com que você trabalha definisse o todo da sua pessoa.

Com tudo isso, fica complexa a tarefa de encontrar aquilo que se ama fazer, ou a tal profissão dos sonhos. Que roubada nos metemos, penso com meus botões. Criamos uma expectativa gigante, a qual nos dedicamos a cumprir com tanto esforço! No fundo, o que criamos com isso foram pré-requisitos para sermos felizes. 

Qualquer expectativa, de qualquer ordem, nos condena a ela mesma. Ela é uma espécie de etiqueta colocada em uma caixinha: você se encaixa ou está fora. Claro que você já passou por isso. Se você já se relacionou com qualquer outro ser humano, deve ter se deparado com uma frase do tipo “Você deveria ser de tal forma”, ou “Você é tal coisa”. A tal coisa ou a tal forma é a EXPECTATIVA. E ela nada mais é do que a forma a qual você tem que se moldar, a qual você, muitas vezes, se deforma para caber. E é algo que gera enorme frustração.

Esperar que uma profissão ou um trabalho venha a responder a TODOS os seus anseios é uma das maiores expectativas que temos. Só perde para a tal da cara metade. E é nessa busca que muitas vezes passamos boa parte da nossa vida, sem nos darmos conta de que no cotidiano, na jornada, pode estar escondido o verdadeiro tesouro. Ou seja, quando você está buscando a profissão dos sonhos, fica cego para seu próprio bem-estar, pois só enxerga a expectativa. Você não está presente. Está buscando ter/ser algo que não está disponível.

Mais do que em encontrar a tal paixão pelo trabalho é mais importante entender o que te traz bem-estar.  O bem-estar é o termômetro de saúde da alma. É quando você se sente bem consigo e em paz, quando o que você sabe e curte fazer cabem na mesma frase, quando você se sente válido, quando vê que pode servir ou ajudar alguém, quando pode ser reconhecido e valorizado por isso tudo. E nessas, um único trabalho pode não dar conta. Mesmo que nos seus sonhos pareça que sim.

Eu sempre falo pros meus clientes de Coaching: Eu NÃO acredito mais em profissões, acredito em um mosaico de ocupações, que dão mais conta de expressar sua alma. Não estou dizendo com isso que uma faculdade não tem valor ou que uma profissão é coisa do passado. Você pode ser engenheiro e gostar do que faz, obvio. Mas isso não te impede de ter alguma(s) outra(s) ocupação(ões) que traga(m) sentido, que te auxiliem a concretizar sua essência. As opções das ocupações são infinitas! E o mundo contemporâneo tem espaço para essa liberdade.

Hoje, o que mais precisamos é de pessoas com visão sistêmica, que sabem colaborar com as demais, servir a partir de si mesmas, com amor.  Claro, você tem contas para pagar (e quem não tem?), mas você pode fazer isso e viver com alegria. Pare de achar que só depois que você tiver cumprido tal coisa, tiver tal título, encontrado tal fórmula mágica do trabalho que ama é que você terá o direito de ser feliz!

Sei que isso é uma quebra de paradigma que eu estou trazendo, mas minha missão é libertar as pessoas das amarras que as impedem de sê-las. Então vamos a um exemplo real, que é para te ajudar a compreender isso na prática:

Eu conheci recentemente uma mulher incrível e muito moderna. Ela se chama Hella e tem 63 anos. Após um workshop de 5 dias, ela me convidou para ir à casa dela, a 1.000 quilômetros de onde estávamos. E assim fomos nessa roadtrip, conversando e parando para ver as incríveis paisagens. Além dela ser uma companhia maravilhosa, o que mais me deliciou foi ver como essa mulher era radiante, segura e de bem com ela mesma.

Ao mesmo tempo em que curtia a viagem, eu me perguntava: como alguém tão reconhecido, já se aposentando de seu posto de professora titular de uma das mais importantes universidades alemãs, estava tão confiante? Ela se encarregou de me esclarecer, com um sorriso: além de professora universitária, ela era orientadora de doutorado e mestrado, terapeuta clínica, voluntária em centros de atendimento a moradores de rua, escritora de crônicas, cantora lírica que se apresenta frequentemente, conselheira de jovens e uma avó presente. Ou seja, ela não tinha posto todas as suas fichas numa única profissão. Ao contrário, tinha muitas maneiras de se expressar, seja em forma de trabalho remunerado ou não. Isso dava para ela sentido e direção, bem-estar e confiança.

Não preciso nem dizer o quanto eu fiquei encantada ao ver o que sempre acreditei expresso na prática. Deu-me uma imensa inspiração para continuar meu caminho, que passa por ajudar você a encontrar seu próprio mosaico de ocupações, para que você possa expressar quem você realmente é.

Com amor e com alma,

Karinna

Karinna Forlenza é Coach e Advisor Bilingue, aprendiz de artes plásticas e mãe presente. Adora ajudar as pessoas a se realizarem profissionalmente e potencializarem o seu melhor por meio do empreender com sentido. Além de atendimento individual, facilita workshops para empresas como Braskem e GoOn Risk e co-conduz o curso Transformação Empreendedora, na HSM. Com quase 20 anos de carreira como executiva em instituições de diferentes portes como Rogatis Family, Vivo, Instituto Vivo, Instituto Ethos e Lloyds Bank, especializou-se em lidar com gestão estratégica aplicada à complexidade dos aspectos humanos e sociais. Graduada em Administração de Empresas pela FAAP, possui extensões e cursos pela IEDE Business School – Universidade Européia de Madrid, Fundação Dom Cabral, FGV e Universidade de São Paulo, além de certificação em Biologia Cultural pela Escuela Matríztica do Chile e em Coaching Ontológico.
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