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Por que é tão difícil mudar?

Imagine que dentro das nossas cabeças existem dezenas de “partes” que representam cada um de nossos interesses. Todas elas vivem bem e tranquilas até que decidimos, repentinamente, fazer algo de novo...

Iremos responder a pergunta central, mas antes, imagine que dentro das nossas cabeças existem dezenas de “partes” que representam cada um de nossos interesses. Temos, então, a parte do lazer, do esporte, do trabalho, da família, do amor, da religião e tantas outras que habitam as nossas mentes. Todas elas vivem bem e tranquilas até que decidimos, repentinamente, fazer algo de novo – seja inserir um novo comportamento ou excluir um comportamento antigo que prejudicava de alguma forma.

Eis então que a confusão se instaura em nossas cabeças, pois, nenhuma dessas partes, quer abrir mão de seus interesses para começar uma nova fase. Para ficar mais fácil de compreender imagine, agora, que uma pessoa tem o hábito de beber socialmente. Imagine também que este comportamento é uma forma de “atender aos interesses” das partes internas de lazer e prazer, isto porque, todas as vezes que este indivíduo sai para o happy hour se encontra com vários amigos e se diverte bastante.

O que aconteceria com as partes de lazer e prazer caso essa pessoa decidisse, do dia para a noite, parar por completo de beber?

O mesmo que aconteceria se você trabalhasse em uma empresa e decidissem, sem te avisar, que reduziriam o seu salário em 50%. Certamente você apresentaria uma forte resistência em não concordar com a mudança proposta. É claro que, na empresa, a situação é um pouco diferente, mas vamos imaginar, mesmo que por um pequeno instante, que você não seria demitido se decidisse cruzar os braços por tempo indeterminado.

É exatamente isso que as partes responsáveis pelo lazer e prazer decidiriam fazer: resistir. E resistiriam de infinitas formas, sempre criando novos comportamentos para manifestar sua resistência e insatisfação. Poderiam, por exemplo, esgotar toda a energia para trabalhar que este indivíduo tinha, ou então, fazê-lo descontar toda sua ausência de lazer e prazer no horário de almoço, esbanjando na comida.

Você consegue imaginar o tamanho do prejuízo e da dificuldade que esta pessoa teria com esta decisão?

Destacamos que todo comportamento atende à alguma parte interessada que habita dentro de você e, claro, nenhuma delas quer abrir mão de algo que faz para obter um benefício próprio. Dessa forma, a resistência que elas apresentam só pode ser superada com uma boa motivação ou negociação interna. É como se você se desse um tempo para negociar uma mudança que pretende iniciar. Por exemplo, no caso da bebida, para que nenhuma das partes se sinta altamente prejudicada e não crie comportamentos compensatórios (como no caso de se esbanjar na comida), seria justo propor uma pequena alteração para a mudança do hábito, como “ao invés de beber três vezes na semana, dessa vez, beberei apenas duas”.

Sendo assim, a mudança se iniciaria de forma progressiva e com grandes probabilidades para se tornar duradoura, pois a pessoa considerou, principalmente, os ganhos que aquele comportamento trazia.

Nós imaginamos que você deve estar se perguntando: mas e as pessoas que param, efetivamente, com um hábito do dia para a noite? Como elas conseguiram isto?

Acredite, não foi do dia para a noite. Certamente elas estão “ensaiando” uma mudança há algum tempo, ou então, tomaram um choque de consciência tão forte que ignoraram toda a dor da mudança. Esse choque pode ser, por exemplo, um aviso do seu cardiologista de que, se você não parar de fumar imediatamente, poderá enfartar e morrer sem ver seu neto nascer.

Um tremendo balde de água fria na cabeça, não é mesmo?

É a chamada “motivação por dor”. Provoca uma mudança rápida, mas não necessariamente duradoura. A pessoa se sente motivada para mudar até sair da área que incomoda, depois, quando se sente confortável, tende a voltar ao péssimo hábito.

As mudanças verdadeiramente duradouras acontecem quando o indivíduo compreende quais são os ganhos que aquele comportamento causa e busca, da maneira mais sutil, manter os ganhos a partir de novos hábitos. É o que chamamos de “ecologia” no Coaching.

Portanto, para deixarmos uma resposta curta e objetiva para a pergunta central, é que, encontramos dificuldade em mudar pois ainda não nos tornamos um excelente negociador com nossas partes internas e não conseguimos ter um diálogo interno saudável, a ponto de compreendermos o que os nossos comportamentos buscam para nos satisfazer.

Agora você já sabe por onde começar uma mudança: de dentro para fora!

Guilherme Ferreira é Positive e Executive Coaches, fundador da Repense Coaching e membro da Sociedade Brasileira de Coaching. Possui formação em Personal & Professional Coaching®, Positive Coaching®, Executive Coaching® e Career Coaching® pela Sociedade Brasileira de Coaching©. Também possui formação em ciências contábeis pela Universidade São Judas Tadeu e atuou em uma das quatro maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, auditando bancos e seguradoras. Possui os certificados CPBA – Certified Professional Behavioral Analyst, CPVA – Certified Professional Values Analyst todos pela TTI-Target Training International e outras certificações em PNL.
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