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Por que eu devo ter autocompaixão?

Exercitar a compaixão, a autocompaixão e a autoempatia é um exercício que nos ajuda a ter um novo olhar para a vida e para as situações.

Antes de falar de autocompaixão irei falar sobre a compaixão. Inúmeras vezes, ao longo do nosso dia, temos compaixão com o mendigo na rua, com as crianças que ficam nos faróis, com um amigo que perde um ente querido, nos noticiários da TV, o que mais acontece, porque ao longo de nossas vidas aprendemos que é importante ter compaixão.

Sentir compaixão nos desperta a vontade de ajudar o próximo a superar seus obstáculos e a nos conectar com o outro através da empatia. Muitas vezes não temos como resolver o problema do outro e só o fato de se colocar perto, dar um abraço ou um ombro amigo o outro se sente acolhido.

O que não sabemos é que podemos ter a autocompaixão, porque ou nos colocamos no lugar de vítima ou nos martirizamos por algo que deu errado. Quando nos colocamos como vítima, acreditamos que não somos responsáveis pelo que aconteceu e também existe um benefício secundário em estar nesse lugar. Quando nos martirizamos nos colocamos no lugar de culpado ou envergonhado pelo que aconteceu e aí fica muito difícil ter um novo olhar.

Vale lembrar que somos responsáveis pelas coisas que acontecem a nós mesmos, porque lembre-se: nossos pensamentos criam nossa realidade. Por meio de nossos pensamentos atraímos muito do que não queremos e será importante mudar a vibração do pensamento.

O primeiro deles é pensar no que deseja ao invés do que não deseja. Por exemplo, é muito comum dizer para si mesmo:

  • eu não quero mais essa vida;
  • eu não quero mais não ter dinheiro;
  • eu não quero mais esse tipo de amizade;
  • eu não quero mais ficar ao lado dessa pessoa;
  • eu não quero estar junto de pessoas que reclamam.

Você percebe que você está exatamente atraindo o que não quer?

Que tal seria dizer o que deseja?

  • Eu desejo uma vida mais próspera e mais alegre;
  • Eu desejo ter mais dinheiro;
  • Eu desejo ter amigos mais parecidos com meus valores;
  • Eu desejo estar ao lado de pessoas mais interessantes;
  • Eu desejo estar com pessoas de bem com a vida.

Então preste atenção no que pensa e como pensa. Se não conseguir mudar de imediato, ok isso é normal, porque nem sempre mudar é algo fácil, requer disciplina, persistência e vontade.

Por outro lado, é importante olhar que o que eu atraio talvez possa estar acontecendo para eu perceber o que preciso mudar em mim, porque uma característica que eu não gosto do outro, muitas vezes é minha sombra.

Kristin Neff, Dra. em desenvolvimento humano pela Universidade de Berkeley, na Califórnia nos diz que: “para adquirirmos autocompaixão é importante termos autoconhecimento, assim como exercitarmos a compaixão”. Ela nos diz que é a maneira como podemos nos libertar dos sentimentos de frustração, culpa ou vergonha.

Por que é tão difícil admitir quando agimos mal, quando somos mal-educados ou impacientes? Por que satisfazemos o nosso ego quando projetamos nossas falhas e deficiências nas outras pessoas? O medo do “espelho” nos leva a nos escondermos de nós mesmos, da nossa imagem real.

Afinal de contas, a compaixão que direcionamos a nós mesmos deve ser a mesma que damos a outras pessoas, e vice-versa. É a nossa condição humana compartilhada, imperfeita e frágil.”

Kristin Neff coloca: “qualquer experiência emocional não importa se é de flecha ou alfinete, dói.”

Adiante vou contar uma situação que aconteceu comigo há um mês atrás.

Fui almoçar com a família, deixei minha bolsa do meu lado e dois seres muito habilidosos, abriram o zíper e roubaram minha carteira. A princípio fiquei branca que nem um papel, como disse minha filha, e sentia no meu corpo todo o fluxo sanguíneo deixar de fluir e foi importante respirar fundo várias vezes para não gritar e chorar.

Nos primeiros minutos que aconteceu eu acreditei que seria difícil aceitar, porque na minha percepção várias necessidades minhas deixaram de ser atendidas, a privacidade, respeito, consideração, segurança, tranquilidade, equilíbrio, confiabilidade e liberdade.

No caminho de volta para casa sentia dentro de mim um misto de raiva e vítima.

Enquanto buscava resolver as questões práticas eu me perguntava qual dádiva poderia ter nesta situação? E comecei a conversar com meus pensamentos. Ficar com raiva só iria me trazer pensamentos negativos e consequentemente energias negativas. Esquivar-me também não ia ajudar a resolver internamente esse fato.

  1. Meu primeiro pensamento foi me dizer que fui relapsa em não prestar atenção na bolsa e ao mesmo tempo minha vítima dizendo coitada como pôde acontecer com você?
  2. Parei e disse para mim mesma, ficar me punindo e me colocar como vítima de nada vai adiantar, Wania!
  3. O filme do restaurante constatou que realmente fui furtada.
  4. Refleti que a intenção desse casal era boa, na perspectiva deles e que em momento algum pensaram em alguém querido ou importante, porque suas mentes estavam totalmente distorcidas. Talvez precisassem de grana para drogas, bebidas ou mesmo por acreditar que quem estava ali tinha mais que eles. Isso porque pareciam ser duas pessoas de “boa aparência”, pois os vi chegando.
  5. Em casa, depois de 60 min. fazendo BO, cancelando os cartões e pedindo emissão, resolvi fazer um exercício de mindfulness. Foram 3 horas focada numa tarefa e, todas as vezes que vinha um pensamento a respeito dessa situação que me deixava com raiva ou como vítima eu parava, respirava e dizia para mim mesma: nada vai adiantar ficar neste círculo vicioso, busque a dádiva nesta situação.
  6. Foquei muito em como me perdoar e perdoar essas pessoas. E foi um período que fiquei quieta comigo mesma, perceber minhas emoções e necessidades, olhar meu luto e hoje estou muito bem. Quando penso nessas pessoas eu sinto compaixão.

No exercício da autocompaixão eu nomeei o que estava sentindo, percebi e acolhi a minha dor, sem me chicotear, nem me punir, a focar na emoção e não na história e mudar minha atitude à minha voz crítica.

Exercitar a compaixão, a autocompaixão e a autoempatia é um exercício que nos ajuda a ter um novo olhar para a vida e para as situações. Aprender realmente o que são nossas necessidades e sentimentos nos dá clareza em como lidar com as situações de elevado estresse com segurança e proteção.

Se desejar conhecer um pouco sobre autocompaixão, clique abaixo no link da palestra da Dra. Kristin Neff, no TED – O espaço entre a autoestima e a autocompaixão:


Link original: https://youtu.be/vU9F6rsaX4Y

Wania Moraes Troyano possui MBA em Gestão de Negócios e Coaching, Pós-Graduada em Dinâmicas dos Grupos Administradora de Empresas e Pedagoga, com mais de 30 anos com sólida carreira corporativa em empresas multinacionais e em cargos de gestão e assessoria executiva. Foco em Desenvolvimento Humano, especialista em CNV-Comunicação Não Violenta, Coach em Resiliência, Profissional, Vida e Executivo, Neurocoaching, mentora e supervisora para líderes e coaches, com mais de 1000 horas em processos de Coaching. Facilitadora de Grupos. Especialista nos assessments de Estilos de Liderança e Resiliência. Palestrante e Facilitadora de Grupos. Facilitadora em Barras de Access – Expansão da Consciência. Co-autora do livro Coaching Aceleração de Resultados, Capítulo Quantos Antes Melhor! Programa Mulheres Poderosas, na alltv.com.br, todas as terças-feiras, 15h00 às 16h00. Voluntária em programas de Jovens Aprendizes.
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