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Princípios e educação básica

Princípios e educação básica são importantes à formação do caráter e da personalidade. Entenda como eles impactam em toda a vida de uma pessoa, desde sua infância, pessoal e profissionalmente.

Tive a oportunidade de estudar: Orientação Moral e Cívica (OMC) e Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Eram disciplinas que traziam crenças e valores; os quais, muitas famílias brasileiras utilizam até hoje. Os professores delas foram fantásticos.

Nos ambientes organizacionais pude compreender a indissociabilidade entre pessoa-profissional: não se pode esperar um bom profissional se antes não há uma boa pessoa.

Como vocês aprenderam/aprendem os seus valores? Há métodos para comunicar nossas causas primárias à convivência? Gostaria de ouvi-los a respeito. Acredito que temos muito a contribuir e colaborar.

Tomo a liberdade de compartilhar algumas histórias que vivenciei; as quais marcam profundamente a pessoa que sou hoje. Histórias essas que motivam-me à caminhada na direção do bem e das permanentes construções: do amor, da prosperidade e benefício mútuo.

Chovia e a noite já apontava no horizonte. Estávamos próximos a nossa casa quando joguei um papel pela janela do carro. Meu pai dirigia e imediatamente parou o veiculo. Lembro-me do olhar dele para minha mãe, algo como: “ele não pode fazer isso”. Neste momento recebi a ordem dele para descer e pegar o que havia jogado. Minhas duas irmãs pareciam satisfeitas com a consequência da minha ação. Retornei para o carro completamente molhado e permaneci em silêncio.

Meu pai me olhou pelo retrovisor e falou: “Filho, não jogue lixo na rua ou em qualquer lugar que não seja o correto”.

Reprovei o 3º ano do ginásio; hoje, equivale ao 4º ano do ensino fundamental. Não foi nada fácil ver/sentir todos os colegas da turma avançando e eu ficando. Caminhávamos na calçada – eu, meu pai e minha mãe – após a reunião de pais e mestres daquele ano. Lembro-me do silêncio naquela pequena subida na direção do carro… Meu pai o interrompeu com a frase: “Filho, foi melhor para você. Perceberá isso com o tempo”. Minha mãe complementou: “Quero que você conte conosco e com seus professores”.

O tempo passou e eles estavam corretos. Pude perceber que cada aluno tem o seu desenvolvimento da aprendizagem; e que é fundamental amar os vínculos entre a pessoa-professor e a pessoa-aluno.

Já ocupava uma vaga de estágio e participei de uma dinâmica para progressão na carreira. Tratava-se do desenvolvimento de um livro para um deficiente visual. Não estava sozinho: pertencia a uma equipe de seis pessoas; em um total de seis equipes.

O organizador da dinâmica informou as regras: havia ali um deficiente visual; éramos contratados para escrever exemplos de livros – um livro por equipe – a ele. As características destes deveriam ser expressas por meio de tópicos em uma folha sulfite e entregues protótipos.

As equipes tinham 2h para elaborar os livros e os respectivos títulos. Visto que o deficiente visual permanecia no ambiente até o encerramento da dinâmica.

Ideias originais e extremantes interessantes foram elaboradas e apresentadas após o prazo estabelecido. Porém, todas as equipes foram reprovadas. A motivação para tanto foi explicada pelo organizar por meio das perguntas: “Vocês emprestaram os seus olhos para aquele que não vê? Vocês foram ao encontro dele para percebê-lo como o outro que compõe a nossa realidade?”.

Nenhuma equipe levantou de onde estava e foi ao encontro do cliente. Esta oportunidade colaborou para ampliar o meu olhar ao outro, à colaboração e à humildade.

Participei de uma seleção a uma vaga de emprego que era muito importante para mim. Tratava-se de uma oportunidade para suporte técnico em tecnologia da informação. Concorri com outros 9 candidatos durante a última dinâmica. Colocaram-nos em uma sala com 5 metros quadrados. Havia uma mesa elíptica no centro e sofás confortáveis ao redor dela. Já estávamos ali há 30 minutos. Conversamos sobre os caminhos acadêmicos e resultados nas últimas etapas da seleção: estava claro para mim que se fossem selecionar por esses quesitos já estaria eliminado.

A sala estava quente. Pude observar em um dos cantos dela: um galão de 20L de água fechado, um sache com álcool, uma pequena faca, copos plásticos, um bebedouro elétrico desligado e uma tomada próxima a ele. Fui até lá e comecei a limpar o galão com o álcool. Tirei o lacre com a faca. Coloquei um pouco da água antes de ligar o bebedouro. Como já derrubara um galão como esse em outra situação, estava receoso por acertar desta vez.

Neste momento os candidatos já olhavam com curiosidade e não ofereciam qualquer ajuda. Consegui colocar o galão, peguei um copo e o enchi. De pronto o ofereci a eles. Após todos serem servidos a avaliadora entrou na sala e informou que a dinâmica estava encerrada. Ela comentou que havia sido selecionado por demonstrar os valores: prontidão e gentileza; estes, como princípios ao suporte que seria oferecido.

Leandro Alves da Silva é Gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional na First Peopleware e atua desde 2011 em Coaching-Mentoring-Counseling, palestras e treinamentos customizados. Doutor em Educação pela FEUSP e Master Coach pelo BCI.
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