fbpx

Que você me silencie, mas não me bloqueie!

Qual o poder que você tem sobre suas escolhas e qual o poder que você tem sobre a ação do outro? É importante termos consciência do poder que temos sobre absolutamente TUDO o que nos faz bem ou não.

Uma pesquisa realizada em 2013 pelo jornal inglês, Sunday Times, revelou que os maiores medos das pessoas são: falar em público (41%), desequilíbrio financeiro (21%) e de morrer (19%). Particularmente, não me incluo no grupo que tem medo de falar em público porque, quem me conhece sabe bem que, falar para meus alunos em sala de aula ou para qualquer tamanho de plateia quando dou uma palestra é um dos meus maiores prazeres na vida.

O desequilíbrio financeiro é realmente um grande receio, mas receá-lo não resolve absolutamente nada. Ao contrário, mudar de atitude, tomar decisões diferentes, quebrar paradigmas podem equilibrar a balança da sua realidade financeira e, muitas das vezes, até em curtíssimo prazo.

Da morte, não tenho o menor medo. Esta é a única certeza e verdade absoluta na qual acredito e, desde que tive o diagnóstico de Esclerose Múltipla, potencializei ainda mais a minha percepção do aqui e agora. Viver cada dia como um presente tem me tornado uma pessoa mais grata e feliz. Medo da morte não tenho, mas tenho pena! Sinto muito se morrer cedo porque adoraria viver como minha amada avó que do alto dos seus 92 anos é uma das pessoas mais lúcidas e saudáveis que conheço.

Porém tenho um medo que ainda não trabalhei em nenhuma sessão de análise e hoje especialmente veio à tona com uma mensagem do whatsapp de um amigo. Meu grande medo e, talvez até o maior de todos, é de ser uma pessoa inconveniente, invasiva, “una persona non grata”. Por algum motivo que realmente não sei qual é, sinto muito quando percebo que estou incomodando ou que não sou bem-vinda em algum lugar ou por algumas pessoas.

Obvio que não é possível ser aceita, querida ou amada por todos. Nem Jesus Cristo conseguiu este feito, não é? Nesta semana, enviei uma mensagem para algumas pessoas pelo whatsapp às 7h00. Provavelmente, muitas ficaram putas com minha mensagem, mas apenas uma me disse: “Nunca acordo antes das 7h30 e não fico de bom humor quando me acordam com mensagens. Não faz mais isso, porra!”. Uauuuu! Num primeiro momento, foi como se tivesse levado um forte tapa na cara. Senti uma dor e um incômodo terríveis.

Não imaginava que pudesse estar causando um mal ou desconforto tão grande a uma pessoa e ainda mais deixando o início da semana dela desagradável. Imediatamente, me desculpei e pedi perdão. Sinceramente, não queria ter incomodado aquela pessoa ou quem quer que fosse. Num segundo momento, entretanto, refleti sobre o fato e fiquei pensando mais uma vez sobre o poder das escolhas. Quando escrevi o artigo, Sou Múltipla porque não sou esclerosada, abordei exatamente este tema e fiquei imensamente realizada quando tive a notícia de que tinha sido o artigo mais lido do mês de setembro da Fanpage da Cloud Coaching.

O artigo trata exatamente do poder das escolhas e agora, pensando sobre a fala do meu amigo, vejo o quanto não tomamos a rédea de situações mais elementares, não nos apropriamos das ferramentas que temos a ponto de fazê-las trabalhar a nosso favor para não nos incomodar e não fazermos as escolhas conforme as nossas vontades. Se a pessoa sabe que fica de mal humor com mensagens que podem chegar a qualquer hora do dia, da noite ou da madrugada, ela pode facilmente desligar o acesso aos aplicativos.

No Iphone, basta ir em Ajustes, Dados do Celular e desligar o acesso ao whatsapp, por exemplo. Você pode bloquear todos os dias à noite e liberar no dia seguinte. As mensagens que lhe forem enviadas de madrugada não lhe incomodarão e, ao desbloquear, todas chegarão e você poderá abrir e ler as que desejar. Em outros aparelhos, acredito que o procedimento é o mesmo. Fato é que mais uma vez, reforço a minha convicção do quanto é importante termos consciência do poder que temos sobre absolutamente TUDO o que nos faz bem ou não.

A partir do autoconhecimento, ou seja, de reconhecer o que sou e o que não sou, o que gosto e o que não gosto, o que me faz bem e o que não me faz bem, torno-me apta a fazer escolhas e tomar decisões a meu favor. A grande pergunta é: qual o poder que tenho sobre as minhas escolhas e qual o poder tenho sobre a ação do outro? Parece-me que respondê-la faz toda a diferença. Neste caso, especificamente, quantas vezes vou me aborrecer com as pessoas que me mandam mensagens equivocadas ou indesejadas?

Mas, se tenho o controle sobre o meu celular, vou fazer a gestão de uso dele de forma que sirva exclusivamente a mim, aos meus interesses e ao meu bem-estar. Claro que não é possível controlar e prevenir todos os aborrecimentos da vida e eles nos ensinam muito, mas uma vez aprendida a lição como nesse caso, posso controlar os horários que deixarei meu whatsapp aberto, posso bloquear as pessoas com as quais não desejo esse tipo de contato… enfim, posso administrar a minha felicidade e os meus aborrecimentos.

Ter o poder de fazer com que as “coisas” nos sirvam e não nos tornarmos “escravos” delas é o mais legitimo e significativo poder. Quero dizer ao meu amigo que adorei a intervenção dele porque poucas são as pessoas sinceras e que têm coragem de dizer o que sentem. Apesar de ter ficado triste, principalmente comigo mesma por ter-lhe aborrecido, foi uma lição que eu já sabia, mas não praticava com tamanha ética e responsabilidade. Observar o comportamento e as mudanças que as redes sociais e, em especial, o whatsapp têm me causado interesse particularmente.

Hoje, reforço meu entendimento de que mensagens não urgentes, não importantes e, principalmente, propagandas devem ser enviadas dentro de horário comercial. Por isso, adotarei a partir de agora, a política de enviar somente no período das 8h00 às 19h00. E a gratidão… como me faz bem! Essa é talvez a melhor escolha que faço diariamente.

Termino esse artigo sentindo uma gratidão enorme pelo meu amigo que fez despertar para aquilo que pode ser incômodo para tanta gente, gratidão por me fazer rever as minhas práticas, gratidão por me fazer numa manhã de segunda-feira repensar sobre minhas próprias escolhas, sobre meus relacionamentos, sobre os meus verdadeiros desejos. Obrigada, meu querido amigo. Espero que você até me silencie por algumas horas na sua madrugada, mas que eu jamais me torne uma “persona non grata” que você bloqueie.

Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa