Há alguns anos recebi um e-mail com a metáfora das bolachas roubadas, que relatava uma moça que estava no aeroporto esperando seu avião e que comprou um pacote de bolachas e um livro para matar o tempo. Para sua surpresa, um homem sentou ao seu lado e começou a comer suas bolachas sem pedir, o que a deixou muito indignada. Ela nada falou e seguiu para seu avião. Quando já estava dentro do avião, abriu sua bolsa e viu seu pacote de bolachas intacto dentro dela, o que a fez concluir que quem havia cometido abusos e comido algo que não era seu foi ela!
Esta história nos mostra quantas vezes nos enganamos, julgamos as pessoas, dizemos a elas que estão errando conosco, quando na verdade nós é que estamos errando com elas. Muitas vezes não temos a visão do todo, apenas a nossa visão, do nosso lado, e assim nos enganamos e julgamos as pessoas de acordo com apenas o nosso ponto de vista. E infelizmente, muitas vezes, não temos a chance de perceber que nós é que estamos errados, pois não temos um pacote de bolachas dentro da bolsa para nos provar que o erro é nosso.
Isto num primeiro momento pode parecer injustiça, mas não existe injustiça se temos a oportunidade de refletir sobre o ocorrido. Se a partir de um erro cometido por nós, temos toda a chance de mudar, de reavaliar, de calçar os sapatos do outro e enxergar sob a ótica dele, as dores e sofrimentos dele, o que ele está vivenciando no momento.
Fatos como estes nos acontecem todos os dias. Ora somos a moça que come a bolacha alheia, ora vemos os outros comerem nossas bolachas sem pedir licença. O natural é nos indignarmos quando invadem nosso espaço, mas será que temos imparcialidade para perceber quando estamos invadindo o espaço do outro?
Se faço pelo outro o que julgo ser o melhor para ele, espero reconhecimento, algo em troca? Ou faço por ele, simplesmente para lhe dar a oportunidade de crescer, de ser melhor? Ou quem sabe para dar o exemplo e inspirá-lo a uma atitude melhor. Gandhi já dizia: “Seja a mudança que você quer ver no mundo.”
Sejamos humildes, então, para que possamos reconhecer nossos erros e acertos, na certeza de que estamos em constante crescimento e aprendizado.
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