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Você acha que o Coaching é modismo?

Será que ela será uma atividade que fará parte do passado? Será que o Coaching será visto como a “Consultoria” foi vista anos atrás? Pode ser que sim, pode ser que não. Como assim? O que fará a diferença para que esta profissão seja encarada de forma diferente?

Você acha que Coaching é modismo? Foi esta a primeira pergunta que meu amigo fez após entrarmos no carro para iniciarmos uma pequena viagem para ministrarmos um treinamento.

Eu acho, mas também não acho! Foi a minha resposta, que deixou meu companheiro de viagem com uma fisionomia de dúvida e preocupação. Dúvida por não ter entendido o que eu queria dizer e preocupação pela minha saúde mental. Talvez tenha se preocupado também com o treinamento que daríamos a seguir, afinal, chegou a pensar que eu não estivesse em meu juízo perfeito.

Antes que o mal se tornasse maior, resolvi me explicar melhor e o assunto rendeu praticamente toda a viagem.

Sim, eu creio que Coaching seja um modismo e que como tantas outras, seja uma atividade que fará parte do passado. O que acabará é o Coaching como atividade salvadora para uma situação de desemprego, ou de um enriquecimento rápido (“Coaches nadam em dinheiro”, já ouvi isto em tom jocoso), ou mesmo como uma atividade substituta para uma faculdade de psicologia que a pessoa não conseguiu fazer, ou ainda pelo interesse provocado por um marketing agressivo.

Na minha opinião a atividade com este tipo de visão passará, como aconteceu com a “consultoria” e tantas outras. Claro que hoje existem consultores excelentes, experts em uma determinada área, que sabem o que estão fazendo e que colocam a sua experiência profissional a serviço do mercado. Para mim, o modismo estava em se auto proclamar “consultor” para justificar um período entre duas atividades profissionais.  Bastava conseguir uma recolocação no mercado que a função “consultor” era retirada do LinkedIn ou até mesmo do seu currículo.

Nesta época eu era diretor de divisão de uma empresa do ramo hospitalar e tinha contato frequente com todos os tipos de consultores, tanto aqueles que chamávamos paraquedistas como os que realmente sabiam o que queriam, o motivo pelo qual faziam suas atividades, que eram estudiosos apesar da experiência adquirida e, principalmente, tinham comprometimento com a solução de problemas. Estes ainda estão no mercado, enquanto os outros…

Hoje, parece ter havido uma migração para a atividade chamada Coaching.

Neste momento da conversa com meu amigo, resolvi contar um trecho de uma conversa que tive com uma pessoa na tarde anterior via whatsapp: “Cleyson, você sabe que estou terminando o curso de psicologia, faltam só dois semestres para a conclusão, mas estou em dúvida. Recentemente, fiz um curso para certificação e AGORA SOU COACHING!!!! Que você acha de eu colocar o diploma de psicóloga na parede do consultório, mas trabalhar COMO COACH? ”

Rimos um pouco, analisamos a febre de cursos de formação que se multiplicam geometricamente, discutimos a carga emocional colocada em alguns deles e principalmente a falta de um sólido projeto de formação dos futuros profissionais. E, continuei com a justificativa de minha resposta se Coaching era modismo ou não.

Não, a atividade do Coach não é modismo! Desde que ele a exerça por opção e não por falta de outra. Desde que ele não veja a atividade como o pote de ouro do fim do arco íris. Claro que é possível ganhar muito, como em qualquer outra profissão, dependendo do que oferecemos ao mercado. Que sirva de exemplo o Renato Sorriso que utilizou a sua vassoura de gari como passaporte para diversos países, além de participar do encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão em Londres em 2012.

Não! Trabalhar como Coach não é modismo, se o profissional tiver a dedicação de estudar horas diariamente para prestar um atendimento diferenciado. Se estiver comprometido e ter a filosofia do Coaching em seu comportamento. Se ele for Coach 24 horas por dia, sempre com a vontade política de auxiliar os outros.

Não, ser Coach não é modismo, porque se fosse, seria um modismo que já perdura por alguns séculos, que por si só anula o conceito de modismo. Sócrates já utilizava a sua essência em 399 AC, além de tantos outros que sempre tiveram o comportamento maiêutico, auxiliando sem impor, influenciando sem julgar, fazendo com que o indivíduo traga de seu interior a solução para seus questionamentos e objetivos.

https://www.dicio.com.br/modismo/

Cleyson Dellcorso tem formação em engenharia e filosofia e suas atividades estão relacionadas ao Coaching Profissional e Pessoal, além de atuar com Coaching de Casais. Seus atendimentos têm embasamento em uma metodologia própria com fundamentação filosófico / dialógico. Possui MBA pela UCLA (EUA), com foco em gestão de pessoas, é especialista em liderança pelo Haggai Advanced Leadership Institute (Singapura) e instrutor do mesmo instituto. É professor de liderança e motivação no curso de pós-graduação em gestão de projetos (PMI) do Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada do grupo IBMEC. Atua como Coach desde 2003 e foi um dos primeiros a se especializar no atendimento a Gerentes de Projetos. É diretor do INSTITUTO DE COACHING MAIÊUTICA desde 1999 e tem como área de interesse o estudo das Inteligências – Emocional e Espiritual. Cleyson Dellcorso é casado, tem três filhos e um neto e tem como hobbies – radioamadorismo, velejar e mergulhar.
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