Elementos que Ajudam a Promover uma Saúde Mental Positiva nos Filhos
Não podemos afirmar que pessoas que viveram uma infância adversa enfrentarão problemas de saúde mental no futuro, nem tão certo que, uma infância satisfatória irá proteger alguém de passar por problemas emocionais em sua vida pregressa. Porém, existem algumas ações que podemos tomar na criação dos filhos, que ajudar a minimizar potenciais problemas de saúde mental.
Na criação dos filhos, podemos passar por muitas situações em que não temos a consciência e as informações adequadas quando necessário. Não são nossas falhas que importam, mas sim, o fato de conseguirmos reconhecer e poder fazer as reparações necessárias, mesmo quando eles já cresceram.
Não devemos nos sentir envergonhados por nossos filhos precisarem de algum tipo de ajuda ou intervenção quando forem mais velhos, em função de algo que fizemos por falta de conhecimento quando eles eram mais novos. Ficar na defensiva em relação aos nossos erros não traz nenhum benefício.
Como pais temos o compromisso, tanto por nossos filhos como por nós mesmos, de buscar a direção que tenha maiores chances de resultar em uma mente e um corpo saudável. Desenvolver uma saúde mental positiva é uma parte importante do crescimento sadio e ajuda a criança a:
- Compreender e gerenciar suas emoções;
- Construir relacionamentos saudáveis;
- Aprender, explorar, brincar e usar a imaginação;
- Adaptar-se a mudanças;
- Lidar com os desafios da vida.
Um dos indicadores mais importantes para determinar uma boa saúde mental aos filhos é o desenvolvimento do apego seguro.
Para criar um laço forte e duradouro entre pais e filhos é preciso estabelecer uma relação de reciprocidade. É na relação de dar e receber que nos influenciamos mutuamente, que afetamos o outro e somos afetados por ele. Cada relação é única e diferente de qualquer outra que mantemos com as demais pessoas.
Quando a criança não se sente vista, quando não passa tempo de qualidade com seus pais, pois estão ocupados demais para lhe dar atenção, ela provavelmente vai demandar muito mais e solicitar a atenção dos pais de forma indevida. Agindo assim, os pais passam a mensagem de que a criança é chata ou inconveniente e isso pode fazer com que ela se sinta solitária, ansiosa ou triste, talvez até insegura em relação ao amor dos pais.
Os bebês e as crianças não aprendem a se tranquilizar e regular suas emoções sendo deixados sozinhos. Quando os pais usam essa estratégia para cessar o choro da criança, isso pode até acabar acontecendo, mas a criança internaliza que não há nenhum adulto responsável que irá atender suas necessidades, então ela simplesmente desiste. No futuro, isso poderá acarretar em consequências, como por exemplo, a dificuldades de estabelecer relações de confiança.
Para aprendermos a nos acalmar sozinhos, antes precisaremos ser acalmados por outros, repetidamente. Por isso, as crianças precisam ser acalentadas por seus cuidadores e à medida que crescem, aprendem a desenvolver a regulação emocional. Quando o relacionamento com os filhos é construído com interações calorosas, amorosas e responsivas na maior parte do tempo, eles se sentirão amados, seguros e protegidos.
Podemos nutrir confiança e respeito em nossos relacionamentos com os filhos ao:
1. Nos mantermos disponíveis quando eles precisam de apoio, cuidado ou ajuda.
Isso pode ser colocando em prática quando: pegamos e acolhemos a criança quando ela cai, buscamos o filho adolescente quando ele liga depois de uma festa. Isso faz com que eles aprendam a confiar que estaremos lá sempre que precisarem.
2. Cumprir as promessas
Deixe-os saber que podem confiar no que dizemos. Ou seja, se você prometeu que fará um passeio no final de semana, ou que irá a uma atividade escolar, faça tudo que for possível para cumprir tal combinado.
3. Mostrar respeito pelos sentimentos e opiniões deles.
Aceitar que eles terão sua própria visão de mundo. Uma criança que percebe que tem a sua individualidade e seu ponto de vista respeitados, aprende naturalmente a respeitar os outros. Além do mais, isso a encoraja a continuar compartilhando suas questões com você.
4. Conhecê-los e valorizá-los pelo que eles são.
Quando seu filho expressar opiniões diferentes das suas, ouça sem julgar ou se aborrecer. Assim, você envia a mensagem de que ele será, de fato, ouvido e ajudado por você com questões difíceis no futuro.
5. Incentivar a sua autonomia
Não faça por eles algo que já são capazes de fazer sozinhos. Permita que o relacionamento evolua conforme seu filho se desenvolve. Aceite que as necessidades e interesses dele se modificam. Respeite quando seu filho pré-adolescente não quiser que você vá junto ao parque quando ele estiver com os amigos, mesmo que há poucos dias ele adorasse brincar lá com você.
6. Aproveitar ao máximo o tempo juntos
Evite interrupções e distrações. Isso requer que você esteja totalmente presente, sem usar o celular ou tratar questões de trabalho. Agindo assim, você deixa seu filho saber que você está interessado em passar um tempo ininterrupto com ele.
Estar disponível para observar, ouvir e se relacionar com os filhos de forma que eles se sintam seguros, amados e importantes é um investimento em seu estado de bem-estar emocional. Uma boa saúde mental ocorre quando as crianças se sentem bem consigo mesmas, percebem que são amadas e que estão seguras e protegidas em seu ambiente.
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Danielle Vieira Gomes
http://daniellegomescoach.com.br/
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