Acredito que todas as pessoas que, de alguma forma, tiveram desenvolvimento em processos ligados ao comportamento humano (Coaching, mentoria, treinamento etc), já ouviram a abordagem de que alguém só consegue mudar pela “dor ou pelo prazer”. Porém seria demais afirmar que o mesmo conceito tem elo direto com certa sensação de felicidade “pelo alívio ou pela conquista”?
Vamos relembrar, agora, da sensação interior quando, depois de horas sofrendo com dor de dente lancinante, a pessoa consegue o alívio. Vale o mesmo para uma enxaqueca ou dor crônica. Mas seria o mesmo tipo de sensação interior ao dar o primeiro abraço no filho que acaba de nascer? Ou, depois de vários dias distantes, como é poder beijar o rosto dos netos que vieram visitar os avós? E qual foi a sensação depois “da primeira vez”?
O sitio www.theatlantic.com/world tem uma coletânea de artigos originados de múltiplas fontes e publicou, recentemente, abordagem sobre a Felicidade, incluindo o estudo de dois pesquisadores (Aaron Weidman e Elizabeth Dunn), publicado na Social Psychology and Personality Science, em 2016. A base da abordagem passa pelo princípio de que a satisfação com uma experiência nasce antes de ela começar, e continua quando se olha para trás, lembrando daquele momento especial.
A sabedoria está em encontrar mais felicidade em experiências, não em itens materiais. A dupla de pesquisadores deu US$ 20 a 67 participantes, orientando-os para gastar em qualquer item experiencial ou material de sua escolha sendo que, em seguida, deveriam relatar um presente experiencial ou material que tinham recebido recentemente. Eles descobriram que felicidade momentânea é mais frequentemente associada aos bens materiais, mas bem mais intensa quando associada com experiências. O estudo também comprovou que muitas pequenas compras podem fazer as pessoas se sentirem mais felizes do que uma única e grande compra.
Portanto, um recado ao profissional de Coaching: com base nesse estudo, você deve levar o cliente a colocar a busca pela “tal felicidade” sob perspectivas diferentes. Há o momento antecipado ao próprio evento e que poderá dar a sensação de felicidade, seja a compra de um item material ou uma experiência de vida. Sensação antecipada e que se tornará mais forte quando realmente ocorrer a realização do evento. O fundamental, para que a sensação de felicidade fique mais enraizada está em conseguir levar os efeitos agradáveis da felicidade momentânea para o futuro.
E se eu pudesse dar um conselho para ser levado aos clientes de Coaching, diria que alcançar a felicidade depende de aprimorar sua rede de relacionamentos (mais qualidade e menos quantidade) e manter sempre a vontade de se superar nos desafios e experiências que lhe são importantes, deixando para o segundo plano o prazer momentâneo do consumismo de supérfluos. Concorda?
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