Parabenizo as grandes mulheres, de forma pessoal e profissional, que gerenciam suas vidas após a maternidade, vivendo desta etapa em diante sua melhor versão.
Nós mulheres, acabamos convivendo com uma crença imposta pela sociedade, de que a maternidade limita nossa mente, afetando principalmente a nossa vida profissional, e que na pré e pós-maternidade, estaremos sujeitas a influências negativas em nossa carreira, bem como em nossa vida pessoal.
Sabemos perfeitamente que isto não é verdade, ao contrário do que acreditam, somos agraciadas com uma potencialidade incrível, elevando a patamares altíssimos a nossa performance. Se voltarmos ao tempo, veremos fortes exemplos de nossas bisavós, avós e mães, que em sua maioria, não trabalhavam fora. Estas grandes mulheres, eram dedicadas exclusivamente a suas casas, marido e filhos.
Qual é a diferença entre gerenciar uma família, um lar e a de gerenciar uma organização, clientes ou equipes? Nenhuma. As habilidades exigidas serão as mesmas em proporções diferentes. E estas mulheres já mostraram à sociedade, serem capazes de executar tais tarefas com maestria.
Segundo a autora e jornalista Katherine Ellison, em seu Livro Inteligência de Mãe, ela afirma que: “Ter bebês torna as mães mais espertas. Isso significa, em outras palavras, um aumento da percepção, da eficiência, da resiliência, da motivação e da inteligência emocional. As atividades de mãe, os atos repetitivos da maternidade, as implacáveis multitarefas e as exigências emocionais, associadas a uma poderosa estimulação hormonal, e a uma torrente de experiências sensoriais, podem literalmente dar nova forma ao cérebro, tornando-o um órgão mais complexo”.
O neurocientista Craig Kinsley confirma que, “As células nervosas no hipocampo desenvolveram muitas espinhas dendríticas, estruturas que levam à criação de novas sinapses e, após o parto, o cérebro fica maior que antes”.
Nós que somos mães, desde a pequenina semente em nosso ventre, sentimos isto na prática, pois adquirimos importantes ganhos somados a nossa experiência anterior. Nestes ganhos, podemos ver um aumento da eficácia, ao gerir problemas, maior produtividade, sacadas rápidas, expertise, proatividade e foco.
Olhando pelo prisma das futuras mamães, antes de se ausentarem de suas funções, começam a potencializar uma das suas habilidades, a percepção. Pois precisam escolher qual será o profissional, que ocupará a sua função. Após esta escolha, ela orienta, treina, para que durante seu afastamento, os seus clientes, equipes e a organização em sua totalidade, permaneça centrada nas tarefas que devem ser executadas e gerenciadas.
Engana-se o gestor, que acredita que encontrará graves problemas com estas futuras mães em seu afastamento ou retorno a suas atividades.
O peso da responsabilidade e dedicação se multiplica, ela procura deixar tudo em perfeita sintonia até o seu retorno e já se prepara inconscientemente para tal.
O maior desafio está exatamente, em como as organizações, utilizam a seu favor, as habilidades potencializadas e como serão estas mudanças:
Percepção
Seus sentidos são mais aguçados, sua percepção aumenta relativamente, conseguindo identificar ameaças no ambiente, assim como fazem na prática com seus filhos. Tem maior sensibilidade e criatividade nas soluções de problemas.
Eficiência
Além de manterem suas habilidades e funções, conseguem somar uma série de novas habilidades ao mesmo tempo. Tornam-se multitarefas, porém esta diversidade está necessariamente ligada a saber identificar o que é necessário e descartar o que não se restringe ao momento. Nós mulheres aprendemos com a maternidade, buscar maior produtividade no menor tempo que dispomos.
Resiliência
Com a amamentação, nós mulheres nos tornamos mais resistentes a hormônios que desencadeiam ansiedade e stress. Partindo pelo princípio da resiliência na administração, as mães têm um forte equilíbrio emocional, para tomar medidas que minimizam problemas que surgem sem esperar, se tornando capazes de uma gestão eficaz de mudanças.
Motivação
Após a maternidade, o forte instinto de proteção de nossos filhos é aflorado e com isto nos tornamos mulheres mais corajosas, competitivas e ambiciosas. Este constante exercício se transforma em um intenso treinamento da assertividade e da prática de ser líder. Conseguimos motivar e liderar equipes inteiras, fazendo com que sigam o melhor caminho e gerem resultados.
Inteligência emocional
Nesta competência, treinamos diariamente vários atributos: a empatia, autocontrole e resolução de conflitos, que depois exercitamos em nossa esfera profissional. Nós mães testamos as reações de nossos filhos, deciframos suas dores e necessidades, aplicamos a leitura não verbal diariamente, sabemos que 90% da comunicação dos indivíduos é realizada através da linguagem não verbal e ainda somos capazes de gerar grandes insights em relação a esta observação e interpretação.
Socialização
Mulheres após a sua maternidade, se sentem realizadas, abençoadas, felizes e abertas para o aumento da sua rede de relacionamentos. Emanam boas energias, trocam ideias, são positivas e superam qualquer problema. Excelente linha de frente para contatos com clientes e equipes. Elas não enxergam problemas e sim constroem soluções.
Assumem por completo a Maternidade
Lidam com o seu cérebro como se fosse uma máquina de aprendizagem, estão sempre atentas, dinâmicas e exploram todo o seu potencial aprendendo coisas novas. São mães de seus filhos e de outrem, mudam o mundo.
O desenvolvimento mental, racional e emocional modifica todo o contexto, na medida em que a maternidade vai sendo exercida.
Fechando o conceito tratado acima, profissionais que são mães, são de suma importância dentro das organizações. São profissionais de extrema valia, serão parâmetros para os demais se espelharem em suas virtudes e habilidades na condução de suas funções. O equilíbrio perfeito entre o racional e o emocional, pois não repetem suas ações mecanicamente, pensam como humanas, utilizam o feelling, a intuição, vivenciam os problemas, sentem dores e necessidades e ao final, assim como fazem com seus filhos, lhe darão o remédio em sua dose certa, com plena maturidade.
“A extraordinária profissional não é somente aquela, que não se ausenta por licença maternidade, mas também aquela que se ausenta, por alguns meses e ao retornar estará em sua melhor versão”.
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