Os meus amigos leitores tiraram férias deste articulista nas últimas duas semanas e, espero, tenham sentido falta de minhas postagens. Do contrário, a direção da Cloud Coaching pode concluir que eu não faço diferença e perderei este espaço que, há três anos, tem por objetivo trazer muitas novidades e desafios aos profissionais de Coaching.
Essa minha ausência não foi sem razão. Estive envolvido em compromissos no exterior, os quais me tiraram da órbita brasileira, não só em termos de assunto como até pelo fuso horário. O mais complicado era explicar aos meus amigos, de vários países, os acontecimentos associados com o impeachment (tente você explicar a alguém, com lógica institucional, como é que o presidente interino da Câmara dos Deputados cancela um ato já publicado oficialmente, pela manhã, e revoga a sua própria decisão, horas depois). Você acha fácil?
Tratando do que mais nos interessa, eu sempre reforcei e reforçarei a tese de que o futuro profissional de um Coach, seja ele pessoal ou executivo, exige o acompanhamento bem próximo das tendências internacionais das várias áreas de atividades e no próprio cotidiano do ser humano. Seu cliente, seja ele um ator protagonista de mudanças, ou um personagem que sofre os efeitos das mudanças, todos acabam precisando de um processo de adaptação e engajamento, pois o pior movimento possível é lutar contra a “onda de inovações e tecnologias que surgem a cada dia”.
Vou trazer aqui alguns exemplos para clarificar essa afirmação. Por exemplo, a BMW lançou na Europa (e logo deve chegar ao Brasil) o seu modelo i3, que atende uma definição da empresa para todos os seus produtos: mobilidade com sustentabilidade e conectividade. Isso significa que cada veículo i3, movido a propulsão elétrica, tem ao redor de 90% de material reciclado. Assim como você se conecta com qualquer lugar pelo seu smartphone, o carro tem o mesmo poder. Concluindo, a BMW vangloria-se de estar oferecendo aos seus clientes, de 120 países, um carro que atende as principais metas de desenvolvimento sustentável fixadas pela ONU. O que será que acontecerá com a concorrência?
Mas quando se trata de sustentabilidade, isso não tem sido preocupação só de empresas. Na Suécia, 22% dos veículos de Estocolmo só usam energia limpa. A petroleira finlandesa Neste Oil retirou a expressão “oil” de seu nome e assumiu que o “único caminho do mundo é ir para frente”. Isso significou investir em energia limpa e se transformar no maior produtor mundial de diesel renovável, além de outros petroquímicos, diminuindo em 90% a emissão de poluentes. Como será o mundo menos dependente de petróleo?
O futurista Sarwant Singh, presente nesse encontro internacional, comentou das megatendências globais como forças transformadoras, as quais redefinem o mundo futuro com o seu impacto de longo alcance em negócios, nas sociedades, nas economias, nas diferentes culturas e na vida das pessoas (incluindo aí a ótica profissional). Se hoje a sua conectividade está baseada no smartphone ou no computador, projeta-se que em mais três anos seremos 5 bilhões de internautas e, até 2025, o mundo terá cerca de 80 bilhões de equipamentos conectados. Mais de 1200 satélites serão necessários, até 2021, para dar conta disso. Já imaginaram o impacto que isso trará no seu cotidiano, para o bem e para o mal?
E a motivação de abordar esse tema neste espaço nasceu de minha conversa com a amiga Winnifer Thomas-Cox (Vice-Presidente no Meclabs Institute, na Pensilvânia). O Meclabs é o maior instituto do mundo voltado a pesquisar como e porque as pessoas fazem suas escolhas diante de alternativas. Quando perguntam o que ela faz, a resposta é direta: “eu faço as pessoas dizerem sim”. Claro que as técnicas de neurociência e psicologia estão ali envolvidas, bem articuladas com o marketing e a comunicação. Mas seja qual for o objetivo, há um melhor caminho na estratégia de abordagem para criar a proposta imbatível, vindo o “sim” como consequência. Só não perguntei a ela se isso funciona também em pedidos de casamento…
Enfim, a dinâmica da vida está dançando à nossa frente e, sem chance de volta ou de adiamentos, cria vários impactos. Estes levam a diferentes níveis de absorção e de reação pelas pessoas. Imagine a cena de um cliente estar vivenciando um momento complicado, em razão de uma força transformadora. O que será de um Coach que se apega a velhos modelos de abordagem, sem uma competente sensibilidade ao fato novo?
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