Muitos dos nossos leitores chegaram a este espaço recentemente e, por essa razão, peço a licença de reavivar uma postagem que já tem mais de dois anos. O conteúdo é bem desafiador a cada Coach e explora um estudo financiado pelo Institute of Coaching e pelo McLean Hospital, duas organizações americanas que investem em avanços científicos na área do Coaching. Os autores são Tatiana Bachkirova, Jonathan Sibley e Adrian Myers, vinculados à Oxford Brookes University, do Reino Unido. Como o título do artigo diz tudo e já foram feitas as devidas apresentações, agora vamos à conclusão a que os autores chegaram.
Esse trio de estudiosos estava interessado em conhecer como os profissionais de Coaching avaliam o processo realizado, o que os diferentes processos têm em comum e como são especificadas as principais diferenças entre eles. Eles buscaram criar um instrumento (formulário) para ser usado na coleta confiável de dados sobre a sessão de Coaching e, também, na medição do que de mais significativo ocorreu.
Os autores definiram que o foco em elementos específicos da sessão de Coaching, ainda que cruciais, não seriam suficientes para oferecer as respostas desejadas para a pesquisa. Eles queriam algo integrado e que representasse a natureza de uma sessão completa. Após consultarem centenas de profissionais, em 28 países, os autores chegaram a uma lista de 80 itens que retratam ocorrências que realmente caracterizam uma sessão de Coaching.
De forma geral, o que parece ser o ponto mais característico e identificável de uma sessão típica de Coaching, a partir dos comentários expressos pelo grupo entrevistado, pode ser assim resumido: a sessão caminha (flui) com foco no cliente, estimulando Coach e Coachee a explorarem juntos o mundo do cliente no contexto de expectativas positivas.
Embora os autores esperassem encontrar mais diferenças do que semelhanças entre os pesquisados, isso não se confirmou. Ao tempo em que o trabalho reconhece que os itens característicos de uma típica sessão de Coaching conseguem mostrar redundâncias, ficou evidenciado que os resultados chegaram a um ponto que merece evolução com mais estudos.
Conforme a pesquisa, os oito itens mais determinantes de uma sessão de Coaching, independentemente dos objetivos e do tipo de aplicação, são os seguintes:
- O Coach faz perguntas que parecem abrir novo leque de possibilidades para o cliente;
- O Coach faz perguntas que ajudam o cliente a melhor elaborar o contexto em questão;
- O Coach pergunta sobre o objetivo do cliente ao encaminhar a sessão de Coaching;
- Evidencia-se uma harmonia (ligação forte) entre o cliente e o Coach;
- Há uma exploração nítida de questões subjacentes ao modelo mental do Coachee (por exemplo, suas atuais suposições, crenças e histórias);
- Na sessão, o Coach mostra empatia com relação ao que é proposto pelo Coachee;
- Há uma ampla discussão sobre os objetivos gerais do cliente quanto ao Coaching;
- O Coach sempre verifica se o seu entendimento está correto quanto aos interesses do cliente para o processo.
Você, que trabalha com regularidade atendendo seus clientes em processos de Coaching, acredita que o resultado dessa pesquisa se mostra adequado aos padrões brasileiros? Será que esses oito itens são mesmos os mais presentes e que caracterizam o Coaching no Brasil? Será que a pesquisa envelheceu e hoje os resultados seriam diferentes? Qual a sua opinião?
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