Há uma questão sempre presente nas aulas e nos workshops de desenvolvimento profissional em Coaching: trata de como encontrar a pergunta “matadora” e “poderosa” para fazer ao cliente. Isso ainda existe, mesmo se sabendo que o correto é oferecer questionamentos para instigar a construção sustentável de pensamento. Muitos de vocês já devem ter lido manuais e kits prometendo revelar as perguntas poderosas que farão de você o melhor Coach do mundo, mas isso só fica bem mesmo é para quem acredita em soberba e milagres.
Antes que alguém venha aqui me enfrentar por conta da afirmação anterior, quero deixar claro que é sim possível acontecer de, em um contexto específico, haver a pergunta que se mostra poderosa e, consequentemente, ajuda o cliente a encaminhar-se para uma ação ou decisão necessária. Ainda mais, perguntas não nascem ao acaso ou como resultado do destino, pois há uma relação direta de sua formação com a experiência do Coach e a metodologia em prática.
Daí, lendo e vendo coisas que acontecem no cotidiano do mundo empresarial, resolvi abordar o assunto pela ótica de que as “grandes” ideias precisam ser construídas a partir de “pequenas” ideias. A visão de algo grande e memorável pode erradamente fazer com que se acredite em uma viagem rápida entre o ponto atual (situação presente) e o ponto futuro (aonde se quer chegar), como se a pergunta “poderosa” estimulará a resposta “perfeita” e tudo dará “certo”.
É fundamental lembrar que as mudanças sustentáveis não ocorrem de maneira instantânea e, ao se incorrer nesse erro, pode-se construir o chamado “castelo de areia”, que irá desabar ao primeiro vento forte. A eventual visão de algo grande deve respeitar a capacidade atual, tanto de competências acumuladas como de maturidade emocional. Serão os passos mais limitados, não necessariamente pequenos, que somados poderão trazer um novo e glorioso conceito de vida, de relacionamento, de comportamento e de realização. Antes de ganhar milhões é necessário saber ganhar alguns milhares e aprender a evoluir com eles, para não se perder pelo caminho.
Todas as grandes marcas empresariais foram construídas com zelo, competência, rigor, coerência e tempo. Porque com a marca pessoal seria diferente? Querer mudar tudo rápido pode se transformar em uma pressão interna que gera doenças, desânimo e depressão. Coach e Coachee devem se alinhar para buscar construir a ideia vencedora a partir de passos justos e seguros, em torno de ações criativas. O Coach trabalhando sem ficar caçando a pergunta “poderosa” e o Coachee identificando os avanços com “a alegria do sucesso” sendo alcançado.
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