Hoje começa a Paralimpíadas, a maior competição esportiva dedicada aos para-atletas. Poucos sabem, mas o termo correto é paralimpíadas sem a letra “o”. A mudança foi feita a pedido do Comitê Paralímpico Internacional, para igualar ao uso de todos os outros países de Língua Portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). O termo vem do inglês paralympic, criado com base no cruzamento de para (plegic) + (o)lympics. Atleta paraolímpico.
A primeira edição foi sediada em Roma, em 1960 e somente atletas cadeirantes podiam participar. Hoje, são mais de 4 mil atletas com deficiências físicas (motoras, amputações, visuais e paralisia cerebral) de pelo menos 176 países, que prometem compartilhar as melhores histórias de superação e heroísmo.
O Brasil tem se destacado na competição e evoluído bastante desde que iniciou sua participação em 1972, como podemos ver no quadro abaixo:
QUADRO DE MEDALHAS – JOGOS PARALIMPICOS | ||||||||
PAÍS SEDE | ANO | POSIÇÃO | OURO | PRATA | BRONZE | TOTAL | MAIOR PONTUADOR | TOTAL MEDALHAS |
LONDRES | 2012 | 7 | 21 | 14 | 8 | 43 | CHINA | 231 |
CHINA | 2008 | 9 | 16 | 14 | 17 | 47 | CHINA | 211 |
GRÉCIA | 2004 | 14 | 14 | 12 | 7 | 33 | CHINA | 141 |
AUSTRÁLIA | 2000 | 24 | 6 | 10 | 6 | 22 | AUSTRÁLIA | 149 |
EUA | 1996 | 37 | 2 | 6 | 13 | 21 | EUA | 157 |
ESPANHA | 1992 | 32 | 3 | 0 | 4 | 7 | EUA | 175 |
CORÉIA DO SUL | 1988 | 25 | 4 | 9 | 15 | 28 | EUA | 268 |
EUA | 1984 | 24 | 7 | 17 | 4 | 28 | EUA | 396 |
HOLANDA | 1980 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | EUA | 195 |
CANADÁ | 1976 | 31 | 0 | 1 | 0 | 1 | EUA | 154 |
ALEMANHA OC | 1972 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | ALEMANHA OC. | 67 |
ISRAEL | 1968 | Não participou | EUA | 99 | ||||
JAPÃO | 1964 | Não participou | EUA | 123 | ||||
ITÁLIA | 1960 | Não participou | ITÁLIA | 80 |
Um dos grandes atletas que participa das paralimpíadas é Daniel Dias, que nasceu sem os pés e as mãos. Ele nada desde os 16 anos e, até hoje, levou o ouro em todas as provas individuais que disputou na natação, quebrou um recorde olímpico na prova dos 200m livre, com o tempo de 2m26s51 e ainda subiu ao topo do pódio seis vezes em Londres superando a marca de Clodoaldo Silva e Ádria Santos que detém treze medalhas cada um.
Outros nomes como a velocista Terezinha Guilhermina e a equipe de futebol de 5 são destaques para esta paralimpíada. Nomes que representam e mostram quão eficientes podem ser as mais de 45 milhões pessoas com deficiência.
Os últimos resultados do Brasil mostram o quanto é importante investimentos para obtenção de resultados. Coincidência ou não os melhores resultados são de 2004 para cá, justamente o período em que se debate mais frequentemente a inclusão das pessoas com deficiência. Seria isso reflexo de um maior interesse da sociedade? Do maior holofote que foi dado a este tema? E consequentemente maior investimento? Difícil precisar, mas, é uma possibilidade.
A paralimpíada é um marco na inclusão de pessoas com deficiência e tem um significado importante, pois escancara a eficiência através dos exemplos de superação, motiva o debate e sensibiliza, contribuindo para a construção de um mundo com mais diversidade. Mostra que com o devido estímulo e quebra das barreiras visíveis e invisíveis as limitações das pessoas com deficiência tornam-se pequenas diante dos desafios.
A maior glória das paralimpíadas não está somente na conquista de medalhas e na própria competição, mas no exemplo de superação que influencia as outras pessoas com e sem deficiência. Mesmo quem não aspira ser atleta, pode encontrar inspiração para lutar e buscar seus objetivos e principalmente que é possível respeitar e conviver com as diferenças.
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