Amigos leitores, eis-me aqui criando mais uma polêmica quando se discute a dimensão do sucesso, seja em relação a um profissional ou a uma empresa. Um artigo que li nesta semana, escrito pelo empresário americano John Dini, provoca a questão primordial que deve receber a atenção dos pequenos e médios empresários brasileiros, principalmente: Sua empresa depende de heróis ou da equipe?
É muito comum você ouvir o gerente, em uma reunião, trazer a projeção maravilhosa de que o ambiente será sensacional e os resultados estarão atingidos quando contratar alguém assim e assado, quando chegar o equipamento novo, quando mudar a estrutura organizacional, quando sair o chato do chefe estrangeiro e enfim, tem aquela sequência infindável de “quando” (às vezes de “se”) que ele precisa vencer para o sucesso acontecer (a rima foi proposital).
Para Dini, se a empresa consegue ter excelentes colaboradores, isso é um presente dos Céus (e de sua capacidade de pagar os bons salários dessa gente). Porém, os heroísmos individuais não são saudáveis plenamente para o negócio e nem para os gerentes. Algum dia, o gerente vai pensar em sair e ao planejar a transição, como é que ele vai transferir conhecimento?
Ao invés de um processo ou de um trabalho estruturado em equipe, a força estará no conhecimento e na capacidade de um funcionário específico? Estará na força e na competência do funcionário que não consegue sair de férias. Esses dois e outros possíveis exemplos podem ser gratificantes em um certo momento, mas aprisionam os gerentes e o próprio dono do negócio para o futuro.
Você está percebendo o ponto negativo e os riscos que uma situação assim consegue criar? Se um colaborador é especialmente produtivo ou de confiança, é muito fácil tudo e todos tornarem-se dependente de seus trabalhos individuais. É um colaborador a menos que exige apoio ou supervisão direta, liberando tempo dos demais colaboradores para outras atividades.
Existe aí uma verdade a ser enfrentada: isso pode desvalorizar o negócio, ao invés de valorizar. A qualquer potencial comprador preocupa que os trabalhadores-chave podem não gostar de um novo estilo de gestão. Por apenas um momento, deve-se olhar para os melhores colaboradores também como ameaças. Você tem um plano de contingência para cada um?
Enfim, pessoas confiáveis, de bom caráter e com alto desempenho são inestimáveis, mas são frequentemente procuradas por concorrentes, com diferentes propostas, e precisam ser recompensadas de acordo. Mas elas só deixarão de colocar seus negócios em risco se você for capaz de organizar processos, trabalhos em equipe e criar um time forte, ainda que nesse time existam pessoas com níveis diferenciados de competência e qualidade.
Se você não enfrentar a situação com clareza, os seus melhores quadros passarão a se enquadrar mais como passivo do que como ativo, trazendo dor de cabeça em algum momento. Já pensou nisso? Concorda com a tese? Que tal comentar aqui em nosso espaço?
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