O Ministério Público Federal recentemente nos brindou com um mau exemplo de condução do trabalho. Para justificar o indiciamento contra uma figura pública importante, os procuradores utilizaram o seguinte argumento imoral: “Não temos provas, mas convicção”.
Não quero perder tempo analisando os detalhes deste episódio. Afinal, ética e política dificilmente se tangenciam. Encontram-se divorciadas há mais de um século. Atualmente trilham carreiras solo, tipo Sandy e Junior – cada uma na sua e só se reúnem quando pressionados.
Tomar decisões baseadas somente em “convicções” revela uma postura pré-conceitual de enxergar o mundo e uma personalidade autoritária que não se enquadra mais nos desafios impostos pelo mercado e pela sociedade do século XXI.
A ética exige um distanciamento das nossas crenças quando buscamos entender os problemas que aparecem. A falta de sucesso no seu planejamento, por exemplo, não pode ser creditada a um ou dois fenômenos que só você considera importante. A “falta de engajamento da equipe” e a “crise financeira” nem sempre são as únicas respostas. O seu “despreparo” e “a mudança de estratégias dos concorrentes” também podem fazer parte da equação.
Quando assumimos um cargo de gerência, temos que buscar todo o tipo de informações concretas sobre a nossa área para melhorar nossos conceitos sobre os problemas e tomar uma decisão. O achismo é o recurso preferido dos amadores e daqueles que não têm familiaridade com a ética.
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