Não é preciso muito para explicar o mundo de hoje: dinâmico e competitivo. Neste contexto, e nas organizações, isso fica ainda mais evidente. A busca pela mais alta performance, melhor resultado, relacionamentos, empatia, equilíbrio emocional, técnica e apresentação pessoal.
Sim. Apresentação. De si, do conhecimento, das habilidades, dos valores, da ética, do respeito, da aparência pessoal.
Em alguns momentos, torna-se crucial que isso seja levado em conta, pois, como relata Luiz Garcia em seu livro O Cérebro de Alta Performance: “… no fim das contas, todos os profissionais são vendedores de si mesmos.”
Parece óbvio que todos se preocupem com essas questões, afinal conquistar um cargo, salário e status maior, é o desejo de muitos profissionais. Embora esse desejo seja real, a preocupação e busca pela realização do mesmo, em geral, pouco se revela nas atitudes (comportamento) do dia a dia nas organizações ou mesmo fora delas.
O que muitos ignoram é que existe uma percepção que não se vê, ou seja, estamos o tempo todo percebendo detalhes de maneira quase que inconsciente. Não percebemos o quanto estamos percebendo, interpretando e julgando. Tudo ocorre de maneira mais ou menos ”automática.”.
Numa apresentação para uma plateia, por exemplo, o profissional está se comunicando verbalmente e projetando algumas imagens numa tela.
O que todos observamos é que a plateia está ouvindo atentamente a mensagem e visualizando as imagens projetadas.
Mas isso é só uma parte. Todos os que estão participando de alguma maneira, ouvindo e vendo também, e de maneira indireta (sem total consciência), percebem e interpretam a aparência, postura, expressão corporal e facial, tom de voz, firmeza ao falar, maneiras de tratar o público e outras mensagens que estão sendo transmitidas sem que se tenha clara percepção de cada uma delas de maneira isolada (e ao mesmo tempo). E mais, além disso, também a interpretação e o julgamento. Bom ou ruim, gosto ou não gosto, aceito ou não aceito, concordo ou não concordo e assim por diante.
Quando frente a uma situação importante, como uma entrevista de emprego, apresentação de um projeto ou de resultados para a diretoria, encontro com um possível cliente, ou de outro momento que venha a ter um impacto significativo na vida, a pessoa que não se prepara (observando cada detalhe), vive, como reforça Luiz, “no caos do descontrole das próprias percepções e das dos outros. Se não visualiza as situações decisivas pelas quais passará, não se preparará e não se compromete com uma boa impressão, não controla o que o outro perceberá.”.
Outro importante estudo realizado pela antropóloga Hellen Fischer, mostra que “…em menos de 3 minutos fazemos uma análise completa de alguém…. Uma área do cérebro chamada fusiforme se ativa quando encontramos uma pessoa pela primeira vez. E é ela a responsável para que julguemos seu rosto (se é bonito, se passa segurança, se parece boa companhia, etc.).”
Dessa maneira, torna-se parte das nossas conquistas e do nosso sucesso, além da comunicação verbal, um olhar mais apurado para o interior, ou seja, como desejo que as pessoas me percebam, me interpretem e me julguem. Afinal, essa tríade faz parte da natureza humana e, gostemos ou não, isso vai acontecer.
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