Este foi o nome dado pelo Psicanalista Herbert J. Freudenberger na década de 70 através do verbo inglês “to burn out” (queima total), da doença que o acometeu e o fez debruçar sobre esse estudo.
Depois disso, verificou-se a ocorrência em profissionais da área de educação e assistência social que apresentaram os mesmos sintomas. Hoje a Síndrome de Burnout não escolhe categoria, pode acometer qualquer um que ultrapasse os seus limites.
Através dessa síndrome, os profissionais, antes apaixonados por suas atividades, se tornavam sombrios e insensíveis às pessoas e ao seu trabalho.
Vale lembrar, que o estresse é uma reação normal do organismo para lidar com as situações adversas e inesperadas, quando são ativadas as glândulas para despejarem no sangue hormônios e assim permitirem que o organismo reaja e execute o que precisa ser feito.
Mas essa exposição continuada por semanas, meses e anos reverte em danos ao organismo, podendo causar doenças físicas e ou emocionais.
A Síndrome de Burnout, não ocorre da noite para o dia, desenvolve-se lentamente, em 12 passos descritos por Herbert J. Freudenberger:
- Começa com a necessidade constante de se superar para atender às suas necessidades pessoais ou mostrar para os outros;
- Ocorre uma dedicação intensa, não delega e predomina o sentimento de que tem que fazer o melhor e sozinho;
- Passa a ter descaso com as necessidades pessoais como dormir, se alimentar adequadamente, praticar exercícios ou atividades de lazer, como ato heroico;
- Percebe que algo não vai bem, mas evita tomar consciência, alguns problemas físicos podem começar a aparecer;
- Passa pela fase reinterpretação de valores, o que antes era importante na vida pessoal deixa de ter valor, a única coisa que importa é a autoestima e o trabalho;
- Nega seus problemas, o principal sintoma é a intolerância com os outros, os contatos sociais se tornam insuportáveis, justifica-se com a falta de tempo;
- Reduz os contatos sociais ao mínimo, no trabalho faz estritamente o necessário, pode iniciar o uso de drogas licitas (remédios, álcool…) ou ilícitas;
- A mudança de comportamento para as pessoas à sua volta é perceptível, mas atribui a culpa ao externo e sente-se incapaz de fazer o que fazia antes;
- Existe uma despersonificação, rompe-se o contato consigo mesmo, as necessidades pessoais deixam de ser importantes, a vida passa a ser mecânica;
- Passa a ter um vazio interior, procura atividades para superar e pode exagerar em atos autodestrutivos;
- Surgem sintomas de Depressão, como a desesperança, falta de perspectivas entre outros;
- A Síndrome do Esgotamento Profissional, é atingida com total colapso físico e psíquico, inclusive com pensamentos suicidas.
A recuperação é através de afastamento das funções com tratamento medicamentoso e Psicoterápico, até o ressurgimento pelo efeito “Fênix”, ressurgindo das cinzas.
Normalmente o profissional, repensa toda a sua vida e forma de trabalhar, buscando uma maior atenção às escolhas, por vezes, ocorrem mudanças profundas.
Para evitar a Síndrome de Burnout é necessário ter uma vida equilibrada entre profissional e pessoal, sabendo preservar seus limites e desenvolvendo atividades familiares, sociais satisfatórias.
É importante estar atento aos sintomas, pois este ciclo pode ser interrompido a qualquer momento, desde que percebido pela própria pessoa, por familiares e amigos ou colegas de trabalho.
Algumas dicas para que o profissional desenvolva hábitos saudáveis:
- Tenha Foco;
- Crie um método;
- Estabeleça parcerias;
- Aprenda a delegar;;
- Potencialize seus pontos fortes
- Seja estratégico;
- Desenvolva sua Resiliência;
- Alimentação saudável;
- Atividade física – aquela mais compatível com sua satisfação pessoal;
- Cultive bons relacionamentos;
- Aprenda a relaxar;
- Atitude positiva e autoestima elevada;
- Tolerância, flexibilidade e capacidade de adaptação;
- Reconheça os limites;
- Tenha um Projeto de Vida;
- Cuide do Planeta Terra.
O estresse é saudável para a vida desde que em proporções que nos impulsione e não nos adoeça, pois “Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas de saúde e força para qualquer sociedade.” (Albert Einstein)
Natalia Marques Antunes – Psicóloga, Coach e Palestrante
Participe da Conversa