Quem me acompanha sabe que eu sou um profissional voltado ao ambiente de negócios, com pouca ou quase nenhuma atuação no que compete a gente muito mais qualificada na linha da terapia, psicologia ou psiquiatria. Indo além, até por não ter formação nessas áreas, contento-me com o que o Coaching, a Mentoria e a Consultoria já me apresentam como desafios.
Porém, quero comentar um caso real que me aconteceu e durou cerca de dois meses para ter um desfecho, felizmente positivo. Todos sabem que a relação de um cliente (ou paciente) começa por uma absoluta confiança no profissional, seja ele de que especialidade for. E tudo começou ao ser procurado por uma amiga de muitos anos, executiva, bem posicionada na vida e com uma rede de relacionamentos invejável.
Resumidamente, pelo quadro que ela descreveu, tudo remetia a uma síndrome de depressão e ansiedade, combinação cruel para quem quer que seja. E o pior: minha amiga havia começado um processo de automedicação. Em nosso país, é uma hipocrisia pensar que somente um receituário vai viabilizar um medicamento, até mesmo “tarja preta”. Por razões que lhe eram fortes, a começar da vergonha de se expor, ela não aceitava passar por um processo de terapia e pedia ao amigo Coach que a ajudasse.
Em meio à tremenda dificuldade de atender a amiga e ficar de bem com a minha consciência, decidi conduzir um rápido plano de Coaching, buscando quebrar as crenças negativas que a minha amiga carregava contra processos terapêuticos. E nesse sentido, viemos juntos a conhecer o estado terrível porque o mundo passa com essa síndrome de depressão e ansiedade combinadas.
Felizmente, funcionou bem meu plano. E me motivei a dar esse depoimento porque tenho certeza que o mesmo problema está hoje a cercar milhões de brasileiros. Para quem não sabe, o Brasil é o sexto país do mundo com essa síndrome, que atinge quase 6% da população. No mundo todo, o percentual é de 4,5%, correspondendo a 18% a mais do que há dez anos, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Finalizando, cabe dizer que essa síndrome ataca mais as mulheres do que os homens. E no Brasil há uma causa identificada e que os nossos governantes têm sido absolutamente incompetentes para propor qualquer correção de rumo (ao contrário, só pioram dia após dia). Há um sentimento generalizado de medo, contra tudo e todos. Começa na violência das ruas, passa pela violência doméstica e se completa com o medo do amanhã.
Eu quero pedir aos leitores que, em se deparando com situações assim, seja com amigos ou com a família, faça um esforço para que haja um acompanhamento profissional (psicólogo, terapeuta ou psiquiatra). Há um desequilíbrio mental e bioquímico que não é simples de se restabelecer. E o mais natural é que a pessoa sinta vergonha em demonstrar seu drama.
Eu fui feliz em usar o Coaching para organizar o caminho para minha amiga vencer suas crenças e limitações. Vamos cada um de nós oferecer nossa ajuda, sem fechar os olhos ao problema.
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