Amigos, eu não sei quanto a vocês, mas em minha opinião, o enorme volume de assuntos, vídeos, desenhos, fotos, opiniões, depoimentos, gracinhas com animais e crianças, além de outras coisas similares que circulam no whatsapp e nas redes sociais, tudo isso chega a ser sórdido. E afeta, principalmente, aqueles que sofrem de uma ansiedade ainda maior para responder, disparar conteúdo aos amigos e, por conta disso, sentir-se participante real e personagem ativo.
Passados alguns instantes desse ato impensado de repassar o que recebeu, a pessoa percebe que outro amigo já havia postado a mesma coisa no grupo… É hora de se desculpar, antes que alguém perceba e faça uma trolagem com essa desatenção. Ou seja, a pessoa disparou algo para um monte de gente, e nem se preocupou em ver se outro do grupo havia sido mais ligeiro. E, depois da ligeireza de um e do outro, vem o terceiro para dizer que é boato, como está explicado no site xyz.
O pior de tudo, sendo a raiz maior dos males de toda essa profusão de conteúdo que circula na Internet e atola os nossos aparelhos, é que muitas pessoas estão pegando o hábito de jogar na rede algo que leu (ou viu) e nem entendeu direito. Às vezes me chegam “coisas” endereçadas por alguém que eu conheço, respeito, mas não me dou ao trabalho de abrir o arquivo… Eu deleto logo. Ou seja, há pessoas que já ficam rotuladas como as que são meras reprodutoras de lixo.
O quadro atual é tão crítico que, há uma semana, o site da UOL divulgou uma carta aberta de tamanha importância que vou me permitir reproduzir (em resumo) os dois primeiros parágrafos: Em pouco mais de duas décadas, a mídia digital tornou-se o “santo graal” da publicidade. A promessa de atingir o público-alvo com mais precisão, a sofisticação e diversidade de formatos, o enorme alcance e a capacidade única de medir resultados fez desse tipo de publicidade parte essencial de qualquer estratégia de comunicação das empresas. … Os pageviews se multiplicaram e o investimento não parou mais de crescer.
A crença na publicidade online foi abalada nos últimos dias. Alguns dos maiores anunciantes do mundo reduziram ou encerraram o investimento em algumas das principais plataformas de mídia digital. O motivo? Propaganda associada a conteúdos falsos ou ilegais. Soma-se a isso a falta de transparência nas métricas para mensuração das entregas e resultados. Crônica de uma tragédia anunciada. E finalmente algumas empresas perceberam que colocam suas marcas em risco ao anunciar em páginas sem se preocupar com o conteúdo ou contexto que está associada a ela.
Se isso acontece com grandes empresas, anunciantes e em espaços que envolvem muitos milhões investidos, imagine se você não tomar cuidado com o que lê, acredita e repassa aos outros. Seja criterioso(a) até porque, em um certo dia, seu cliente poderá questionar sobre sua qualidade profissional ao perceber que recebeu de você um conteúdo que, conclusivamente, é “lixo virtual”.
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