Os estudos de Neurociência ganham a cada dia uma nova dimensão na medida em que mais e mais cientistas e estudiosos buscam o entendimento e as respostas para as ações, reações e comportamentos humanos. Os estudos, basicamente, consideram o sistema nervoso, com o objetivo de desvendar o seu funcionamento, compreendendo o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos, responsável pelas atividades voluntárias e involuntárias do nosso corpo.
Atualmente os estudos de Neurociência são subdivididos em áreas distintas, que exploram áreas do sistema nervoso, como:
Neurofisiologia – Estuda as tarefas que cabem nas diversas áreas do sistema nervoso.
Neuroanatomia – Procura entender as funções do cérebro, da coluna vertebral e dos nervos periféricos.
Neuropsicologia – Estuda a relação entre os trabalhos dos nervos e suas respectivas funções psíquicas.
Neurociência Comportamental – Estuda a psicologia comportamental e o contato com fatores internos como o pensamento e as emoções, a fala, os gestos e outros comportamentos.
Neurociência Cognitiva – Estuda a capacidade cognitiva, na qual estão inclusos comportamentos mais complexos como a memória e o aprendizado.
Ainda nesse contexto, destaco as funções dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Enquanto o hemisfério esquerdo é responsável pelo pensamento lógico, intelectual, argumentador, verbal, racional, o hemisfério direito, por sua vez, é o responsável pela intuição, pelas analogias e pela comunicação não verbal.
As recentes descobertas dos estudos da Neurociência e, em especial, do Neuromarketing nos trazem uma interessante e importante contribuição para entendermos como o nosso cérebro processa as informações e o que devemos e podemos fazer para que a nossa comunicação se torne cada vez mais eficiente.
Assim, compreendendo as funções dos hemisférios do cérebro humano, podemos subdividir características comuns da comunicação e contextualizá-las para um melhor e mais consciente uso e obtendo, como consequência, melhores resultados em situações de liderança, vendas, negociações, relacionamentos e apresentações em público em geral.
Como podemos melhor entender esse processo?
De um lado, a comunicação filtrada pelo lado esquerdo do cérebro, que trata da parte lógica, da organização das ideias, da adequação do vocabulário ao público-alvo, da estrutura analítica do conteúdo, da lógica da argumentação, da estruturação do conteúdo em começo, meio e fim, dos argumentos a serem utilizados, das histórias a serem contadas e dos objetivos a serem atingidos.
De outro lado, do hemisfério direito, as sutilezas do uso da intuição, do que deve ou não ser dito, da maneira como as ideias poderão ser apresentadas, do uso da criatividade, da adaptação ao contexto e novas circunstâncias, da beleza da forma, do lado irracional e da beleza da apresentação.
Dessa fusão, que pode ser entendida inicialmente como “confusão”, é que podemos extrair o encanto e a força, a beleza e a lógica, a organização e a intuição, a objetividade e a sabedoria, a força e a inspiração em uma palestra, aula, exposição em uma reunião ou apresentação de um produto ou um projeto.
Ao observarmos e estudarmos as ferramentas da neurociência aplicadas à comunicação, em realidade não estamos criando algo, mas descobrindo e compreendendo cada vez mais um mundo colorido e fascinante que sempre existiu. Agora, podemos utilizar essas descobertas com propriedade e consciência para gerar mais impacto na forma como uma pessoa desenvolve sua comunicação com as outras pessoas.
Quanto mais uma pessoa aprimora esses recursos, maior tende a ser o resultado que sua comunicação produz sobre as outras pessoas.
Muito se tem estudado sobre esse assunto a cada dia novos experimentos e novas descobertas. No ano passado conclui um Mestrado que fiz na FCU – Florida Christian University sobre Neuromarketing, o que me fez ver uma nova dimensão em todo o processo da comunicação. Há muito a ser descoberto e adaptado à contínua revolução das transformações a que somos submetidos diariamente. Fica o convite para você estar atento e aberto a essa tendência e muitas novidades advindas desses estudos… e o mais curioso, estamos ainda no limiar de conhecimentos sobre Neurociência.
Reinaldo Passadori
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