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A importância da empatia no convívio empresarial

Um bom líder precisa desenvolver essa capacidade, destituindo-se de uma postura de autoridade para colocar-se como igual, reduzindo as barreiras sociais e o exercício abusivo dessa autoridade, gerando assim o respeito dos membros da equipe que lidera.

A palavra empatia (do grego Empátheia), embora muito utilizada, possui valorosos significados. De acordo com o dicionário Michaelis, do ponto de vista psicológico, refere-se à “habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa” e também representa a “compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem.” Possui também vínculo a “qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura” e pode ser definida como a “capacidade de interpretar padrões não verbais da comunicação” e, ainda, liga-se ao “sentimento que objetos externos provocam em uma pessoa.”

Particularmente, entendo a empatia como um ato de amor ao próximo, pois pressupõe respeito, consideração e aceitar o outro como o outro é, e não do jeito que eu gostaria que ele fosse.

Para entender melhor a empatia, sugiro fazer uma breve caminhada sobre as outras “tias”, a saber: simpatia, antipatia, apatia e, novamente, a empatia.

Enquanto a simpatia é a aceitação incondicional, o gostar gratuito, a abertura para a concordância, a antipatia é totalmente o oposto: é o não gostar, o não aceitar, é a aversão, a recusa do outro de maneira espontânea. Já a apatia é a indiferença, “tanto faz como tanto fez”, nada interfere na emoção, nem nos sentimentos, é como se o outro não existisse e não fizesse nenhuma diferença.

A empatia, por seu turno, é bem mais do que a simpatia, é um ato de bondade e de generosidade, um esforço do exercício da flexibilidade, de adiamento do julgamento, da compaixão e da aceitação.

Nesse contexto, surge a atitude de entender o próximo em todas as esferas de sua vida, tanto pessoal quanto profissional, independentemente de seus problemas, queixas e defeitos, sem preconceitos, nem pressupostos programados, aceitar com suas emoções e limites, com suas virtudes e seus defeitos.

Um bom líder precisa desenvolver essa capacidade, destituindo-se de uma postura de autoridade para colocar-se como igual, reduzindo as barreiras sociais e o exercício abusivo dessa autoridade, gerando assim o respeito dos membros da sua organização ou da equipe que lidera. Uma das competências mais admiradas de um líder é a capacidade de inspirar seus colaboradores a viver experiências positivas, de compartilhar sonhos, de resolver seus próprios problemas, de atuar com motivação e determinação, estimulando o bom ambiente de trabalho.

A compreensão e o aprimoramento destes valores fazem com que o líder consiga identificar como seu colaborador se sente, quais são suas expectativas na empresa, o que o desestimula, o que o impulsiona na empresa e o que ele pode mudar para que estas barreiras sejam quebradas. Um aspecto fundamental da empatia é a abertura para a ocorrência de um transparente e respeitoso feedback em um processo de avaliação de desempenho.

A empatia considera em sua base dois pilares fundamentais, explicitados no livro O Poder da Empatia, de Roman Krznaric, PhD em Sociologia Política, historiador e fundador da The School of Life. O primeiro, considerado a Regra de Ouro, afirma que devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. Alinhado a este, o segundo, conhecido como a Regra de Platina, tem como premissa tratar seu próximo como ele gostaria que você o tratasse. Portanto, para conseguir ser empático, é essencial colocar-se no lugar do outro, respeitando suas limitações e motivando-o a superá-las.

Há muitos benefícios conseguidos por uma liderança empática, destacando-se o respeito dos colaboradores, a equipe empolgada, reconhecida e valorizada, o empenho, o foco, a disciplina e o comprometimento e um agradável ambiente para se trabalhar. Desenvolver uma cultura de empatia significa proporcionar ao time a grande oportunidade para seu autoconhecimento, valorização das qualidades já existentes e percepção dos pontos a melhorar.

Por isso, independentemente ou não de ser um líder, procure desenvolver essa arte e verá um mundo melhor, respeitando e sendo respeitado, admirando e sendo admirado pelas outras pessoas, proporcionando mais resultados positivos para sua organização, criando a possibilidade de ter no seu rol de contatos pessoas mais felizes e com alta autoestima. É o que se espera em um ambiente no qual a empatia é aplicada e estimulada, como uma poderosa e adequada ferramenta geradora de bem-estar e motivação.

Reinaldo Passadori é fundador, palestrante e CEO da Passadori – Comunicação, Liderança e Negociação, especialista em comunicação e mestre em neuromarketing pela FCU – Florida Christian University. É idealizador e apresentador do programa Comunicação Executiva, no qual promove entrevistas e debates do mundo corporativo. Com 39 anos de história formou mais de 130.000 pessoas na habilidade da comunicação verbal, não verbal e liderança. É Autor dos livros Comunicação Essencial, As 7 Dimensões da Comunicação Verbal, Media Training e Quem Não Comunica, Não Lidera.
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