Um amigo me telefonou, no início desta semana, perguntando se eu toparia escrever um livro contando casos profissionais de um dos maiores empresários brasileiros. Feitas as considerações de praxe, quanto às condições técnicas, operacionais e financeiras envolvidas, ficamos de retomar esse assunto na semana que vem, até porque na esteira do primeiro profissional tem “mais outros”, que não sei quantos, o que interfere na decisão! E essa situação me fez lembrar de algo que eu teimo em comentar e cobrar das pessoas, quase sempre sem sucesso.
Basta você fazer um pequeno teste, na sua própria família, para entender a tese que vou aqui defender. Para começo de argumentação, parto do princípio de que qualquer leitor tem a expectativa de transmitir valores e exemplos aos descendentes, mesmo àqueles que nem venha a conhecer na passagem pelo planeta Terra. O leitor se lembra que seu sucesso nunca veio por acaso e, tanto mais, dependeu de muito esforço pessoal, o qual foi alimentado e até estimulado pelos insucessos que tenham acontecido.
Vamos ao teste! Você pessoalmente se lembra dos nomes de seus quatro avós? E de seus oito bisavós? Saberia comentar como foi a saga de cada um e como o destino profissional e pessoal de cada um deles foi capaz de criar incrível convergência até chegar em você? Se já é difícil responder essa pergunta com clareza, muito possivelmente seus filhos e netos também terão dificuldades, caso isso não esteja documentado na “sua” forma de ver, naquilo que é a “sua verdade”. Não é triste pensar que, ao longo do tempo, os melhores momentos de sua vida se evaporem e suas conquistas nem mesmo conhecidas cheguem a ser pelos netos?
Eu tenho feito muitas palestras e, independentemente do tema, trago esse assunto à plateia. Comece, ainda que seja por poucos minutos do dia, a pensar na seleção musical de sua vida (a edição nacional e a edição internacional). Tente imaginar que, para compor essa seleção musical, você tem um espaço limitado a uma peça por ano de vida, em cada edição. E que a seleção precisa ter o clipe da música (vídeo ou áudio).
Mas é fundamental que, para a sua escolha, escreva em um papel o que a música lembra e porque ela é tão importante. Quando terminar a sua seleção, você terá o dobro de sua idade em tópicos fundamentais para sua história e, agora, escreva um capítulo do livro para cada tópico, com cerca de 10.000 toques. Detalhe é que vale tanto a música referente ao primeiro beijo como a do primeiro fora da namorada ou do namorado!
De uma forma simples, eis aí a estruturação do que de mais importante você mesmo considera ter vivido e que, decorrente disso, gostaria de deixar registrado para seus descendentes. Claro que, depois, podem ser lembrados outros fatos e, mesmo sem música associada, cabe escrever a respeito com liberdade e alegria. Afinal, quem não gosta de falar de si mesmo, tanto mais aos filhos, netos e amigos. Sem precisar ser politicamente correto naquilo que estiver fazendo.
Pessoal, mãos à obra! Não se esqueçam de convidar amigos e familiares ao lançamento do livro de sua vida!
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