Costumamos nos preocupar muito com o desenvolvimento intelectual de nossos filhos, mas desenvolver a inteligência emocional é fundamental para que uma pessoa se torne mais bem-sucedida e tenha uma vida mais realizada e feliz. O aprendizado floresce em ambientes que favorecem o desenvolvimento da inteligência emocional.
Ser emocionalmente consciente significa ser capaz de compreender melhor, gerir as próprias emoções e sentimentos e perceber as emoções do outro, estabelecendo interações pessoais mais saudáveis. Para gerenciar as emoções é necessário aprender a prestar atenção em pensamentos e sentimentos. Ao identificá-los, você é capaz de reconhecer qual necessidade precisa ser atendida e se torna mais capaz de compreender o impacto que suas ações causam nas outras pessoas.
A interação dos pais tem grande influência no desenvolvimento dos filhos e na forma como irão se relacionar com o mundo. Como pais, somos responsáveis em proporcionar à criança os recursos adequados para o desenvolvimento de suas potencialidades e podemos contribuir para o desenvolvimento de sua inteligência emocional. Crianças emocionalmente preparadas são mais flexíveis e resilientes para enfrentar melhor os desafios. Isso não impede que se frustrem, se decepcionem ou sintam medo em momentos difíceis, mas as ajuda a encontrar formas mais saudáveis de lidar com as situações.
Segundo John Gottman, para ajudar a desenvolver a inteligência emocional nos filhos, é preciso perceber os sentimentos, ser capaz de compreendê-los, tranquilizá-los e guiá-los. Para ter esse preparo, antes de tudo, precisamos gerenciar as nossas próprias emoções. Quando você cuida de você e de suas emoções, está cuidando de toda a família ao mesmo tempo e todos se beneficiam com o processo. Ao reconhecer os próprios sentimentos, os pais estarão mais aptos para lidar com os sentimentos e emoções dos filhos.
Todas as emoções são importantes e é perfeitamente natural sentir emoções negativas quando os filhos fazem algo que nos tira do sério. O importante é aprender a administrar os sentimentos e expressá-los sem prejudicar o relacionamento. Ao gerenciar as emoções negativas, conseguimos evitar fazer ameaças, comentários que desmereçam ou magoem nossos filhos. Nesses momentos é importante ser específico e falar de forma clara o quanto que o seu filho fez o afetou. Busque focar no comportamento e não na criança. Ao perceber que está irritado e poderá se exceder, procure fazer uma pausa e só volte a tratar a situação quando se sentir preparado para, então, tomar a melhor decisão de como quer agir.
Pesquisas demonstram que as pessoas mais efetivas são aquelas que possuem pleno conhecimento de si mesmas. O gerenciamento das emoções é fator preponderante para o sucesso em qualquer área. Daniel Goleman, considerado o pai da inteligência emocional, nos ensina que o controle das emoções é essencial para o desenvolvimento da inteligência e para a obtenção de bons resultados.
Pessoas que possuem inteligência emocional costumam ter algumas das seguintes competências:
- Amor próprio é a capacidade de se autovalorizar, compreender e se autoaceitar;
- Assertividade é a habilidade de expressar com clareza suas opiniões e sentimentos, respeitando as opiniões dos demais;
- Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, se conectando com suas emoções;
- Relacionamento interpessoal é o talento de estabelecer relações mutuamente satisfatórias e construtivas;
- Flexibilidade é a condição de se adaptar, ajustar sentimentos e pensar em novas ações;
- Otimismo é a disposição de ter uma atitude positiva diante da vida e conseguir enxergar o seu lado bom.
Essas são algumas competências comportamentais da inteligência emocional que podem ser aprendidas através das experiências e desenvolvidas para nos tornar mais resilientes e emocionalmente saudáveis. A meditação, a oração, dedicar alguns momentos para ficar sozinho, para desenvolver atividades que o ajudem a se conectar consigo mesmo, são algumas formas mais comuns de se autoconhecer e entrar em contato com seus sentimentos, além de passar por psicoterapia e por um processo de Coaching.
Reconheça na emoção, uma oportunidade de aprendizado e a conecte com a razão. Procure ouvir com empatia, acolhendo os sentimentos sem julgar, transmitindo receptividade e interesse. Ensine aos seus filhos que todos os sentimentos e emoções são naturais e normais. O importante é aprendermos a gerenciá-los de maneira saudável. Lembre-se de que os sentimentos não são permanentes, eles são passageiros.
Ajudar a criança a nomear os sentimentos pode ser o primeiro passo. Ajude a criança a explorar estratégias para descobrir como se sentir melhor diante de situações difíceis. Ajude seu filho a refletir sobre suas experiências. O que deu certo e funcionou, o que aconteceu de diferente do que gostaria e como poderá fazer de forma diferenciada numa próxima vez.
Ao invés de julgar, utilize a curiosidade para entender o comportamento de seu filho. Deste modo, você será capaz de identificar suas necessidades e poderá redirecioná-lo para que ele possa adquirir as habilidades necessárias para se expressar de forma mais adequada. Ao invés de falar: “Não tome o brinquedo do seu irmão, é feio fazer isso”, você pode perguntar: “Filho, quando você toma o brinquedo do seu irmão, o que você quer expressar?” Agindo assim você tem a oportunidade de entender a necessidade que ele ainda não consegue verbalizar adequadamente e poderá ajudá-lo a aumentar seu repertório de respostas.
Estimulamos nossos filhos quando somos capazes de transmitir o quanto são importantes e amados, ao encorajarmos sua autonomia e autorresponsabilidade, ao ajudarmos a despertar seu potencial, ao contribuir para que reflitam e ajam e quando os direcionamos para o futuro.
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