Como sempre, a publicação Harvard Business Review é inspiradora e oferece excelente espaço de debates entre colaboradores e seguidores. Hoje vou me inspirar no artigo escrito por Hervé Bommelaer, profissional que tem por marca pessoal “colocar os executivos de volta ao trilho certo”. O título original dessa provocação é Êtes-vous un nouveau “Thought Leader” ou un futur “Thought loser?” que, em versão livre, pergunta se você será uma futura liderança de pensamentos ou futuro perdedor de pensamentos.
Vamos tentar entender o que o autor buscou questionar. Para ele, o mundo digital ampliou o universo de influenciadores de opinião. Ao longo de décadas, os líderes de opinião viveram certo isolamento e eram quase que inacessíveis ao ser humano comum. Bem elitistas, espalhavam suas ideias por meio de livros, monopolizando os meios de comunicação e estando presentes em conferências, simpósios e outras conferências. Agora, essa velha ordem está fragmentada e trouxe à cena muitos novos atores ativos.
Atualmente, tornou-se de fato mais fácil você se tornar um líder de pensamento. Na verdade, qualquer pessoa com um cérebro inquieto, um computador, um smartphone e uma boa rede wi-fi pode se tornar um influenciador de opinião. O líder de pensamento deve ser considerado como referência em um campo específico, dado ser provedor de ideias relevantes e contribuir para inovações e soluções. É claro que isso não acontecerá de um dia para o outro. Tornar-se líder influente requer conhecimento especializado e muito trabalho, com a produção substancial de conteúdo relevante através de ebooks, artigos, blogs, posts do LinkedIn, tweets, podcasts, webinars, vídeos, produtos online, ou mesmo livros publicados “no velho estilo”.
Mas isso não deve bastar aos novos influenciadores, pois devem ter curiosidade sobre tudo o que acontece em sua área de especialização. Devem ler, consultar, ouvir e assimilar informações, bem como se colocar à disposição para entrevistas, às vezes no rádio e televisão e, é claro, ser figura proeminente na mídia social. Obter o reconhecimento de líder de pensamento será um paraíso para a marca pessoal, mas também gera ansiedade destrutiva relacionada à natureza altamente transitória da posição. Se a subida é simplificada aos novos influenciadores, muitos rapidamente cairão no anonimato depois de um breve momento de glória. São os futuros perdedores de pensamento, pois há um risco de ficarem fora de moda e, o que é mais traumático, serem ultrapassados pelos recém-chegados e até demolidos quanto aos conhecimentos nem tão atualizados.
Portanto, conclui Bommelaer, se o seu objetivo é se tornar um futuro líder de pensamento pergunte-se: Há alguma área específica sobre a qual eu tenho algumas coisas interessantes para comunicar?; Eu tenho o tempo, energia, perseverança e disciplina para fazê-lo?; Será que isso irá prejudicar o meu atual trabalho ou a minha vida pessoal?; Terei problemas com meus superiores, se fizer isso?; Eu tenho um bom conhecimento ou controle sobre os instrumentos de divulgação que precisarei usar? Se as luzes estão verdes, vá em frente!
Se você é um profissional de Coaching que tem se ligado seriamente ao mundo digital e às fórmulas de lançamento na construção de sua marca pessoal, de forma a ser um líder de pensamento, desejo-lhe o melhor dos mundos. Porém, tome todo o cuidado para não se desatualizar precocemente e, quando menos espera, ver-se ultrapassado por outros que transformarão você em um perdedor de pensamento.
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