No texto passado vimos os dois principais problemas estruturais da escola: a disposição dos assentos em fileiras e o método de avaliação. Nesse texto vamos abordar porque as matérias são desinteressantes e apontar possíveis soluções para isso.
Como já foi dito anteriormente o desinteresse vem da desvinculação entre o real e cotidiano do adolescente com os conteúdos das matérias cobradas. Por exemplo, em Matemática não há sentido ser conteúdo de um currículo comum à matemática analítica. Tanto quanto não acho que deva fazer parte também a divisão de silabas poéticas e poesia camoniana como conteúdos da Língua Portuguesa de base curricular comum. Percebe como esses exemplos estão totalmente longe da realidade de qualquer adolescente? E também não o prepara para enfrentar problemas reais do cotidiano, outro papel fundamental da escola. E isso ocorre em todas as matérias. E, infelizmente, é a maioria do conteúdo dado. É claro que torna o ensino algo chato. Causando o desejo de fuga, sendo responsável pelo grande numero de desistência do ensino médio brasileiro.
Depois da aula o aluno sai da escola. Caso vá para casa não vai estudar nem fazer as lições do lar, pois não quer mais contato com aquele conteúdo irreal. Caso não vá para casa, na pior das hipóteses, fica na rua. Exposto a todo e qualquer tipo de influência, que é muito poderosa, tanto pelo o que oferece (drogas, dinheiro, sexo), quanto pelo ódio nutrido por parte do adolescente pela escola que não o representa e o obriga a perder seu tempo em algo que não utiliza para alcançar seus objetivos. Então, além de uma reforma nos conteúdos, necessita-se também que a escola seja período integral.
Falar em reforma no conteúdo dos currículos escolares e escola em tempo integral sem falar da Reforma do Ensino Médio é impossível. O certo é fazer as mudanças exatamente contrárias às que estão sendo feitas por essa proposta do governo. Alunos e professores necessitam ser ouvidos e se unirem para serem notados pelo governo federal. Tirar história do currículo comum é o cumulo, já que um engenheiro, que provavelmente no ensino médio escolheria a área de exatas e de ciências da natureza, tem que votar também. E saber as bases de sua situação social.
Ou seja, não são tecnocratas que devem fazer essa reforma apenas para “tirar isso da frente” e fazerem propaganda de um governo temporário. Os estudantes e profissionais da educação que devem fazê-la.
Bem, para você que tem acompanhado esta coluna, agora vai ter a oportunidade de ler os meus textos em outra coluna, pois após quase três anos contribuindo com a coluna “De Adolescente para Adolescente”, sinto que agora já estou apta a contribuir num outro estágio, na coluna “De Universitário para Universitário”, onde abordarei temas relacionados a esta importante etapa da nossa vida. Espero você nessa nova coluna!
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