As organizações têm posturas muitas vezes similares quanto ao trato com os funcionários, assumindo temerariamente o que alguns julgam adequado aos dias de hoje: certa leniência na avaliação de desempenho. Já ouvi histórias de que, principalmente em empresas ligadas a estruturas sindicais fortes, haveria o risco de um funcionário de desempenho baixo, questionado por suas falhas e omissões, conseguir ganhar na justiça processos trabalhistas por assédio moral do gerente ou superior. Então, há um faz-de-conta hipócrita na relação funcional, onde o chefe finge que acredita estar sendo respeitado e o funcionário finge que respeita o seu superior (mas pelas costas externa aos colegas a real relação e o jogo comportamental).
Para orientar os gerentes de qualquer nível e de qualquer tipo de negócio (e aí estão também os profissionais de Coaching que atendem esses executivos das empresas), fica a sugestão de uma leitura no HBR Guides (para quem é fluente em inglês, toda a série de e-books da Harvard Business Review é acessível neste link, CLIQUE AQUI). Esses guias são voltados a executivos que procuram respostas inteligentes para desafios comuns. Cada um envolve dicas úteis e conselhos práticos de especialistas, incluindo também formatos e modelos para auxiliar no início da jornada.
Voltando à questão básica de desempenho, as abordagens tradicionais para rastrear o resultado dos funcionários estão cada vez mais sob um fogo cruzado. O processo cíclico rígido, que acaba culminando com uma avaliação anual, não mais impulsiona o engajamento dos funcionários ou sequer estimula uma melhoria na execução das atividades que lhe são destinadas. Em vez de descartar (ou fingir realizar) a avaliação do desempenho, o gerente precisa encontrar um equilíbrio certo entre flexibilidade e formalidade do processo.
O novo Guia HBR de Gerenciamento de Desempenho sugere modernas práticas para criar uma abordagem ágil, enquanto ainda estão sendo cumpridos os requisitos organizacionais (sejam anuais ou de outra periodicidade). Ao entender onde as práticas-padrão são bem-sucedidas e onde as táticas emergentes oferecem melhores soluções, o gerente pode personalizar um processo para ajudá-lo a avaliar com eficiência os funcionários, reduzir as lacunas de desempenho e garantir o crescimento geral dentro da organização.
Entre as dicas dadas pelo guia, e para orientação de quem não irá acessar o conteúdo original, selecionamos algumas que fazem sentido ao nosso contexto brasileiro, tanto no que diz respeito à cultura organizacional típica, como ao comportamento mais identificável nos funcionários. Portanto, preste atenção em:
- Definir metas claras aos funcionários, comunicando o alinhamento aos objetivos da organização;
- Observar e avaliar frequentemente o progresso (ou não) do funcionário, sempre em curtos períodos;
- Melhorar o desempenho individual e do grupo através de feedback e treinamento continuado;
- Criar oportunidades para o desenvolvimento pessoal e funcional, tanto na empresa como fora dela;
- Repensar como são explicitadas as classificações de desempenho, de modo a não gerar constrangimentos;
- Evitar o burnout em seu time, pois o estresse é uma barreira ao desempenho (já escrevemos sobre isso).
Finalizando, ao Coach fica o aviso: pratique também esse aprendizado, para bem saber atender seu cliente!
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