Como é bom ver as pessoas viverem em união, respeitando-se apesar das diferenças, compreendendo as dificuldades individuais, fruto de uma trajetória existencial, do cenário e das influências que recebem de outras pessoas que participaram da sua formação.
Em um contexto empresarial, muitos problemas nem existiriam ou seriam minimizados na medida em que houvesse canais abertos para o livre fluir das informações e dúvidas pudessem ser sanadas por diálogos simples e direto.
Entretanto, o que observamos em um contexto profissional, notadamente nas organizações, é um conjunto de procedimentos ou ausência de critérios relacionados à comunicação interna, geradores de desentendimentos, geradores de prejuízos e dificuldades de toda ordem.
Enumero algumas causas mais comuns desses problemas:
- ignorância entre o que é dito ou escrito e o que é compreendido;
- gestores mal preparados, agindo como “chefes” impositivos, focados em problemas, ao invés de líderes orientados para a busca de oportunidades, servidores, coaches e estrategistas;
- pouca preocupação com a forma da comunicação, como se o conteúdo, por si só, bastasse para que essa comunicação acontecesse;
- dificuldade para “ouvir” o que o outro está dizendo (ou tentando dizer);
- postura egoísta ou de superioridade diante das mais variadas situações;
- falta de habilidade de negociação, condução de reuniões, de fornecer feedback;
- pessoas que falam muito, mas nada dizem (prolixidade);
- ausência de habilidades em comunicação verbal;
- falta de um plano estratégico para a distribuição de informações por parte das empresas;
- gestores insensíveis à importância da comunicação entre as pessoas, entre departamentos, entre níveis hierárquicos e com o mercado, nas suas mais diversas expressões;
- indefinição de responsabilidades para a criação e implantação de uma estrutura ou comportamentos facilitadores de uma boa comunicação interna;
- falha de conhecimento da importância de uma área de Comunicação na organização.
Os problemas advindos das dificuldades de comunicação apresentam-se de formas diversas, perpassando pelo clima organizacional, perda de tempo e produtos, desentendimentos entre os diversos departamentos, falta de ações efetivas entre sindicatos e líderes que se comunicam com os colaboradores da organização. A palavra prejuízos é aqui muito bem colocada, podendo ser mensurada por baixa produtividade, boicotes, greves desnecessárias, clientes mal atendidos, baixa qualidade nos produtos ou nos serviços oferecidos e a, consequente, desmotivação dos colaboradores.
Resta, então, em uma época conturbada econômica e politicamente, a percepção do quão poderá ser útil implantar, mesmo que de maneira simples, um sistema de comunicação interna que possa, a partir de canais de informações adequados (sites, murais eletrônicos, comunicados, newsletters, encontros com o presidente, entre outros) sanar as questões relacionadas ao fluxo comunicacional.
Alguns passos que poderão contribuir para essa implantação:
- diagnóstico da situação atual de comunicação;
- estabelecer objetivos e benefícios gerados por um sistema de comunicação interna;
- envolver todas as pessoas da organização, inclusive o presidente;
- promover esse sistema e fazer sua constante manutenção.
Parece algo simples e como tudo na vida, depois de resolvidos os problemas, normalmente surge a pergunta: Poxa! Como é que eu não percebi isso antes? Sugiro que você faça uma análise para observar como está o processo de comunicação na sua empresa. Se algo pode ser feito para melhorar o ambiente, as relações e a lucratividade, por que não começar hoje a pensar nesse processo?
E, por outro lado, se você já se preocupou com isso e a sua empresa vai bem, fique feliz, pois é uma das organizações fadadas ao sucesso, principalmente pelo fato de propiciar condições para que as pessoas se relacionem de forma clara e coerente e “tornem comum” suas ideias. Esse é o grande mérito da uma boa comunicação.
Reinaldo Passadori
Participe da Conversa