
Esse processo nos ajuda a pensar e buscar respostas e os porquês das pessoas agirem como agem.
Pensar é um processo de descobrir relações (pois tudo é resultado de múltiplas relações) e é também o processo de criar ou imaginar novas relações, se deseja um real diverso do que aí está.
“Pensar é fazer associações e pensar criativamente é fazer associações novas e diferentes”, ou seja, é um processo real de descobertas.
Afirmar isso é afirmar, primeiro, que pensar é o processo de descobrir relações existentes na realidade e de representá-las em nossa consciência: isso nos permite atinar com os significados ou os sentidos que, de alguma forma, estão dados na realidade.
Em segundo lugar, é afirmar também uma possibilidade especial do pensar: a de produzir ou criar novas relações e, portanto, a de os seres humanos poderem produzir novas significações ou sentidos para a realidade e, por conseguinte, para suas vidas, visto que fazem parte do processar-se da realidade e, nela, podem ser agentes transformadores.
Nesse processo vamos usar a metodologia de Lipman, em que ele diz que: pensar é de ordem superior, crítico e criativo supõe a utilização coordenada e integrada do que ele denomina como habilidades e que nós vamos denominar como competências do pensamento e que estarão divindades em quatro grupos: Competências de Investigação; Competências de Raciocínio; Competências de Formação de Conceitos; Competências de Tradução, e dentro de cada uma dessas competências vamos, nesse processo, desenvolver as habilidade que formam o conjunto delas.
Lembrando que o processo do Coaching é um processo que atinge a realidade momentânea, ou seja, a realidade que se esteja vivendo no momento do processo, e como o próprio Lipman alerta para o fato de que as habilidades sempre ocorrem de forma integrada em cada contexto ou situação problemática em que são exigidas. Daí, segundo ele, que não é o caso de oferecer treinos relativos a cada habilidade, e sim contextos situacionais problemáticos no quais as habilidades são exigidas integradamente.
1o Grupo: Competência de Investigação:
Significado: Investigação é busca. É busca de soluções. É busca de saber como é, de saber como ocorre, de saber como se faz, de saber como se resolve um problema. É busca de explicações e é busca, também, de como fazer. É busca de saber como repetir o fazer, mas pode ser busca de saber como fazer diferente, de preferência para fazer melhor. Investigar é pesquisar.
Para ter competência de investigação, são necessárias, no mínimo, as seguintes habilidades cognitivas:
Habilidade de observar bem: observamos utilizando nossos cinco sentidos (que chamamos de sentidos externos): sons com nossa audição; odores com nosso olfato; gostos com nosso paladar, texturas, calor firo, dureza, macio, resistência física, etc.; com nosso tato, luminosidade, figuras, formas, cores, perspectivas, etc., com nossa visão. Sentimos nossas afeições, nossas emoções, nossos desejos, os desejos dos outros, suas afeições, suas emoções, etc.
Essa é uma habilidade que todos temos. Mas é possível desenvolvê-la mais e melhor, estimulando seu emprego em determinadas situações.
Pergunta: Você é uma Pessoa que utiliza bem seus sentidos? Se sim, quando e como, se não quando percebe isso e como? E o que como você fará para desenvolver essas habilidades?
Habilidade de saber formular questões ou perguntas substantivas: Com base nas observações, somos levados a indagar, a perguntar. Há sempre algo que dispensa nossa curiosidade, especialmente em situações embaraçosas. Perguntar, todos sabemos fazê-lo. O que nem sempre fazemos é formular “perguntas boas”, isto é, perguntas que desafiam nosso esforço de indagação, de busca pela resposta ou pela solução. Quantas vezes ouvimos alguém dizer: “Mas que pergunta boba!” O perguntar é o grande passo inicial de uma boa pesquisa e só é “precedido” pela observação.
Pergunta: Você sabe fazer perguntas? Como sabe que sabe fazer perguntas?
Habilidade de saber formular hipóteses: Saber formular hipóteses é o mesmo que saber pensar respostas possíveis às questões ou perguntas que temos ou que os outros nos propõem. É ser capaz de imaginar ou supor respostas. Saber pensar respostas possíveis ou plausíveis: isso significa ser capaz de pensar respostas ou soluções que tenham alguma chance ou possibilidade de ser respostas que vão resolver as questões ou os problemas postos.
Pergunta: Você se considera um bom formulador de hipóteses? Se sim, por quê? Se não por quê?
Dê exemplos de sua performance nessa habilidade.
Habilidade de saber buscar comprovações: A segurança de nossos saberes depende de quanto são comprovados. E é importante que o sejam, pois nós utilizamos para explicações, justificativas e para orientar nossas formas de agir. Saber buscar comprovações para nossas afirmações é habilidade que pode ser desenvolvida quando somos estimulados à verificação e averiguação dos fatos, à argumentação e experimentação, à constatação e exemplificação, etc.
Pergunta: Você considera que tem essa habilidade? Por quê? E como pode comprovar isso?
Habilidade da disposição da autocorreção: Uma vez avaliado que o caminho percorrido não comprovou o que foi afirmado ou o que foi imaginado, tem-se um desmentido da hipótese. Pode ter havido equívocos ou enganos tanto na afirmação inicial, na hipótese, quanto nos procedimentos de prova. É fundamental ter disposição à autocorreção; esse é um excelente caminho para a sabedoria, É o que se chama de “aprender com o erro”. Nesse sentido, essa é uma habilidade importante.
Pergunta: Como você enxerga o erro? Como você trata o erro? Como você se sente quando vê que os outros erram? Como você lida com o erro? Você é uma pessoa tolerante ou intolerante? Por quê? Você se considera uma pessoa que tem paciência quando os outros necessitam de sua ajuda, mas tem dificuldade de entender suas colocações? Qual é o seu processo de autocorreção?
Conte-nos alguns momentos em que você utilizou essas habilidades?
No próximo artigo, vamos trazer a continuação desse assunto, trazendo o grupo 2 de competências.
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