Depois de um período de férias eu volto com uma coluna nova, temas novos, tudo novo.
A vida universitária foi e está sendo uma grande novidade pra mim. Não só por conta da faculdade, mas também por todo o envolto formado de sonhos e realidades. Meu primeiro estágio está me mostrando muito isso. Estou estagiando em um escritório de direito na Avenida Paulista, cidade de São Paulo. E esse texto teve como inspiração todos esses momentos que eu passei dentro e fora do escritório.
Mais um dia, acordo cedo. Roupa social, maquiagem e cabelo feito. Me caracterizo de um personagem que até agora nunca interpretei. Café. No fone de ouvido alguma música para distrair dos rostos sérios no Metrô. Rostos sérios, a maioria indo para o mesmo lugar. Trianon-Masp, Brigadeiro, Consolação. Os vagões do Metrô se transformam em caminhões deixando os soldados no campo de batalha.
Porém a guerra não parece tão assustadora, pois o seu cenário é composto por arranha-céus, homens e mulheres bem vestidos. Será mesmo que a guerra é externa, na rua, na avenida? Ou será uma guerra dentro de cada individuo que contrasta seus sonhos com o cinza dos prédios e do asfalto das calçadas? Entro no elevador, mas primeiro cumprimento os seguranças, sempre os mesmos, com aquele sorriso sincero. Abro a porta de vidro da recepção. “Bom dia”, “bom dia” “bom dia”. Bom dia não como uma afirmação, mas um desejo, uma esperança. Marmita na geladeira, já posso ir para o meu computador.
Hoje é dia de fórum. Pego os casos e vou correndo para o cartório para poder dar tempo de ver tudo. Tempo. Bate o sino da Catedral da Sé, cinco horas. Já deu meu horário, mas ainda não consegui ver tudo que tinha pra ver aqui no Cartório. Volto correndo para o escritório para reportar os casos e atualizar a minha planilha. Saio do escritório. Deixo pendências. Pego o Metrô, não tão lotado. Pego o trem. Chego em casa. Janto a comida da minha mãe, sabor que relaxa. Tomo um banho e me deito. Falo um pouco com a namorada, muitas saudades. Adormeço. Sonho com Processos e advogados, vagões de trem e de Metrô, os mendigos e pessoas engravatadas na Av. Paulista, faculdade, família, amigos e namorada.
Sonhos, desejos, saudades misturados com a realidade de um estágio. A aventura começa e não tem pausa quando me deito para dormir.
Daqui pra frente vai ser assim. Difícil, mas bom? Bom, mas difícil? Sem volta, então vamos descobrir.
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