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O universitário: Sua escolha e responsabilidade!

Ser universitário é confortar o dever social que o seu curso oferece e tem como ideal com o sucesso profissional que pode se ter. Independentemente do curso que você fizer e da área que você seguir, você irá auxiliar e acrescentar à sociedade. Então virá a escolha: servi-la ou colocá-la em segundo plano?

No dia 06 de setembro, uma quarta-feira, eu e uns amigos nos juntamos para conversar sobre como é cursar Direito. E o que significa fazer uma faculdade. Não teve como não surgir aquela pergunta: o que você quer ser quando crescer? Percebemos que ser universitário é relacionar esse sonho de profissão com a realidade que nos cerca, como fazer para alcançá-lo e, muitas vezes, mudar de ideia.

Ser universitário é confortar o dever social que o seu curso oferece e tem como ideal com o sucesso profissional que pode se ter. Isso ocorre em todos os cursos, tanto se você seguir na área acadêmica ou não de cada um. Ou seja, independentemente do curso que você fizer e da área que você seguir, você irá auxiliar e acrescentar à sociedade.

Porém creio eu que no Direito essa ideia de servir à sociedade cresce de jeito exponencial, pois estamos lidando com as leis, com as regras de uma sociedade. O problema é que a possibilidade de se ter sucesso profissional, seja ganhando muito dinheiro ou prestigio social, como dono de um escritório famoso de Advogados é muito mais simples do que transformar a sociedade ou buscar a justiça.

O que tomo como exemplo para fundamentar este argumento é a minha experiência com estágio. Estou estagiando em um escritório de advocacia cível voltado para o empresarial. Tudo que aprendi de processo civil e vivência do mundo jurídico devo a este escritório, à minha coordenadora e aos meus colegas que me ensinam diariamente. E com isso percebi que o Advogado Chefe de um escritório voltado a essa especialidade pode ganhar muito dinheiro e ser conhecido no meio jurídico, não necessariamente por fazer justiça ou responsabilidade social, ou seja, fazer com que menos pessoas passem fome ou tenham uma moradia digna, mas sim por ter processos que tem como valor de causa mais de um milhão de reais e as partes que o compõem sejam grandes empresas ou bancos.

Não consigo deixar de relembrar aquela passagem do Livro de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, onde o personagem principal e defunto fala que o curso de Direito não pode ser sério, pois ele mesmo conseguiu se graduar. Ou a música da banda Chama O Teatro Mágico, donde se diz: a justiça, onde vai? D´onde vem? Quem a escreve? É a favor de quem?

O horizonte que começa a nos ser apresentado é o da escolha. Mais uma escolha. De servir a sociedade ou colocá-la em segundo plano, colocá-la como uma consequência ao invés de causa. O desafio é escolher e, ainda mais, lidar com a responsabilidade da nossa escolha.

Beatriz Alves Ensinas é Estudante de Direito na PUC-SP, estagiando na área e em São Caetano do Sul, São Paulo. Depois de três anos contribuindo na coluna “De adolescente para adolescente”, iniciada por ela e depois tendo a parceria de Bruno Sales, a partir de agora ela é responsável pela coluna “De Universitário para Universitário”.
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