O dicionário Oxford define resiliência como “a capacidade de se recuperar rapidamente de dificuldades e a capacidade de uma substância ou objeto de voltar à forma (Stevenson, 2010)”. Podemos ver isso, por exemplo, em metais como o ferro, que pode ser dilatado e voltar a sua posição original sem quebrar; isso é resiliência. Por outro lado, o ferro fundido é muito firme, mas se quebra facilmente; isso não é resiliência (Lazarus, 1993).
Algo semelhante acontece com os seres humanos. Como a American Psychology Association (2011) explica, as pessoas resilientes se adaptam bem às condições estressantes e situações de mudança de vida. Elas não estão isentas de emoções negativas, mas aliviam os eventos traumáticos e enfrentam momentos difíceis que as ameaçam com adversidade. Praticar ações e ter a atitude certa é uma parte importante do enfrentamento.
A grande novidade é que a resiliência não é um traço exclusivo de certas pessoas. Isso pode ser treinado e certos fatores podem contribuir para seu desenvolvimento. Exploraremos diferentes exercícios de resiliência. No entanto, é importante levar em consideração que, assim como cada pessoa reage de forma diferente à adversidade e de maneiras únicas, com base na personalidade, idade, cultura e outros fatores que desempenham um papel importante, qualquer pessoa pode desenvolver uma estratégia única de despertar e aumentar a resiliência.
A teoria das emoções positivas do expandir e construir afirma que durante os momentos de estresse as pessoas focam em pensamentos e ações diferentes. Barbara Fredrickson vê as emoções negativas como “o repertório momentâneo de ações e pensamentos da pessoa para que se comporte de uma maneira específica (ex., atacar quando estiver com raiva, ou fugir ao sentir medo)”.
Em contraste, as várias emoções positivas (ex.: alegria, contentamento, interesse) expandem a gama de cognições e comportamentos que vem à mente. Esses “estados mentais expandidos, por sua vez, constroem recursos físicos, intelectuais e sociais do indivíduo”(Fredrickson, 1998; 2001).
Tugate e Fredrickson (2004) conduziram um estudo para mostrar os benefícios que as emoções positivas têm na regulação das emoções negativas, e descobriram que era possível encontrar significado positivo nas circunstâncias negativas. Em outra pesquisa descobriu-se que as emoções positivas fornecem otimismo, atitudes de entusiasmo para a vida, e aumento da curiosidade (Kremen, 1996).
Levando em consideração os efeitos da resiliência, seguem abaixo algumas dicas para aumentar a capacidade de lidar com adversidades e/ou dificuldades:
- Aceite ajuda e apoio daqueles que se importam com você. É importante falar sobre seus problemas com alguém que ouve sinceramente;
- Participe de grupos, organizações e/ou intervenções que oferecem apoio social e esperança;
- Trace metas realistas, mensuráveis, específicas, atingíveis e com tempo determinado;
- Identifique o seu propósito de vida e faça atividades todos os dias que tenham relação com o seu propósito;
- Veja o que aprendeu em circunstâncias difíceis e quais estratégias usou para superar estes momentos;
- Foque no ganho que a tragédia pessoal trouxe. Às vezes isso poderá se refletir em relacionamentos melhores, fortalecimento (mesmo ao sentir-se vulnerável), auto dignidade, espiritualidade ou apreciação pela vida;
- Não foque apenas no problema do momento presente;
- Pense em perspectivas a longo prazo;
- Visualize e foque no que você quer, em vez de se preocupar com os seus medos ou com o que você não quer;
- Seja otimista, mantenha sempre a esperança;
- Preste atenção em suas próprias necessidades e sentimentos;
- Envolva-se em atividades que você gosta e acha relaxantes;
- Pratique mindfullness, focando a sua atenção para o momento presente;
- Faça atividade física regularmente;
- Foque em circunstâncias futuras positivas, seja otimista;
- Cultive uma visão positiva de você mesmo;
- Confie em suas habilidades e instintos para resolver problemas;
- Aceite quando as circunstâncias não podem ser mudadas, às vezes, você não irá ganhar;
- Foque no que você pode mudar ou no que pode ser alcançado.
Com base nos itens acima lembre-se que na maior parte das vezes criamos fantasmas em nossas mentes que não são baseados na realidade e por pior que seja a situação podemos escolher como enfrentá-la, no que vamos focar e qual vai ser a nossa atitude diante do acontecimento.
Tente o máximo que puder ajudar a si mesmo a sair de situações que não são boas para você. É importante sempre refletir, criar um plano de ação, fazer planos para alcançá-lo e ter atitudes.
“A última liberdade humana é a habilidade de escolher a própria atitude em uma série de circunstâncias”.
(Viktor Frankl)
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