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A Eficácia da Execução (parte III)

É exatamente neste aspecto que as organizações mais falham, e por que isso acontece? Porque não seguimos exatamente o que planejamos, e aí surge outra pergunta: e por que não seguimos o que planejamos? Confira a última parte deste artigo! Vamos lá?

Na sequência abordarei um pouco de cada ponto referente ao processo das organizações em busca do resultado desejado, incluindo o de execução. O primeiro ponto a ser explorado é o da “visão”, e aí poderíamos pensar sobre o que é a “visão”, como um sonho, alguém idealiza um negócio, uma empresa, uma organização, ou mesmo uma vida, imagina como seria isso nos próximos vinte anos, ou seja, quando idealizou e visualizou sua ideia, acreditou que seria possível, então transformou esse sonho numa realidade, mas como é o nosso próximo foco do processo de se alcançar o resultado desejado, incluindo a execução.

Para idealizar um sonho é preciso, com certeza, de um propósito, no qual podemos chamar de “missão”, ou seja, é a materialização do sonho. Esse propósito na verdade, é o que será feito para realizar este sonho.

A “missão”, ou como gosto de chamar, o propósito, deve ser escrito, como se fosse uma lei, que será uma bússola, para a empresa e funcionários, a qual dará a direção ao sonho, que se transformou, em um negócio, seja ela com objetivo de resultado financeiro ou filantrópico.

Escrita a “missão” já há o caminho, para realizar o sonho, cuja bússola será utilizada para atingir o resultado desejado. Então começam a criar as “metas” que levarão a atingir o resultado sonhado.

Ao falar em “Metas”, principalmente, hoje no mundo do conhecimento, e analisando para as organizações, e a nós mesmos, já que somos uma organização, destaco três metas fundamentais para o negócio: a primeira, são os clientes, ou seja, os envolvidos no negócio, uma organização sem clientes não pode existir. Destaco ainda, que a grande concorrência no mundo de hoje, está por conta de trazer para dentro de seu negócio, os clientes. Mas, para isso, precisamos pensar para que a empresa existe? O que será que nosso cliente precisa? Tenho a solução ideal para nosso cliente? Essas são perguntas de que preciso fazer na hora de prospectar esse cliente, mas e quando, às vezes, falhamos: na prospecção por não entender a necessidade do cliente, e na sua manutenção.

A segunda meta fundamental para o nosso negócio é pensar em como vamos mantê-lo, ao logo do tempo, que podemos chamar de sustentabilidade, o que está intimamente ligado à meta anterior. Temos exemplos de empresas centenárias, e que hoje sofrem por não terem pensado em sua base de clientes, nas necessidades destes e na inovação de suas soluções. Isso porque o grande desafio de hoje, é viver em um mundo de mudanças com a velocidade a toda prova. E, por fim, a meta de resultado, a qual, todos querem alcançar. É a meta financeira do negócio, é a forma como medimos se este negócio é ou não saudável, na visão de seus clientes e serve como medidor da sustentabilidade de seu negócio. Empresas com anos no resultado em vermelho, com certeza irão comprometer sua sustentabilidade.

O próximo assunto a ser abordado são as metas, a próxima fase do processo de estratégia, ou seja, a última fase do processo que envolve a estratégia e a primeira fase que envolve o processo de execução. Nessa fase vamos falar de “Planejamento Estratégico”.

O planejamento estratégico é a forma de organizar as metas em três etapas, sendo elas em curto, médio e longo prazos, na modalidade escrita, sobre o qual todos os funcionários da organização devem ter ciência, pois é a partir do planejamento estratégico que esta escreverá as metas, ou seja, cada área da organização precisa, a partir desse planejamento, escrever suas metas, e assim alcançarem os resultados esperados para a organização.

Essa composição que vai da visão até o planejamento estratégico, chamamos de estratégia da organização, ou seja, é a bússola que as organizações precisam para atingir os resultados, que na verdade é o final das três metas mais importantes das empresas, lembrando: Clientes, Sustentabilidade e Resultado Financeiro.

O que falta agora é a última fase do processo de atingir as metas, ou seja, a ação sobre a estratégia colocando em prática esse plano, que chamamos de execução, conforme demonstrado na figura 1. (http://www.cloudcoaching.com.br/a-eficacia-da-execucao-parte-2)


Figura 1: Processo de execução

Como dizem nossos grandes mestres nesse assunto chamado execução, é exatamente neste aspecto que as organizações mais falham, e por que isso acontece? Porque não seguimos exatamente o que planejamos, e aí surge outra pergunta: e por que não seguimos o que planejamos? Pela minha experiência profissional em organizações percebi que há problemas relacionados à execução eficaz do seu planejamento:

  1. Não é dada a ênfase necessária para o planejamento estratégico;
  2. O Planejamento estratégico fica somente no nível superior e não é comunicado às demais áreas da organização;
  3. A ênfase está nas tarefas, sendo o planejamento diário;
  4. A falta de confiança na organização;
  5. A urgência toma conta de nossas horas de trabalho;
  6. Número excessivo de reuniões;
  7. Falta de equilíbrio entre as pessoas da organização;
  8. Pouco envolvimento com a criatividade, inovação e conhecimento do negócio;
  9. A falta de organização que as organizações têm em relação ao negócio;
  10. Comunicação inadequada da visão, missão e planejamento estratégico da organização;
  11. Velocidade da concorrência e não preparo para lidar com esses conflitos;
  12. O não desenvolvimento da liderança nas competências fundamentais para gestão do negócio e da gestão de pessoas.

Todos esses problemas geram um grande conflito nas organizações, como mostram os exemplos a seguir:

  1. Baixa qualidade (vejam exemplos na web) com relação à reclamação de clientes;
  2. Custos inchados, tiram o sono dos gestores, pois atinge diretamente uma das metas essenciais das organizações que é o resultado financeiro, e também, tira o sono dos nossos acionistas;
  3. Inflexibilidade e lentidão, ou seja, as empresas parecem emperradas não conseguem sair do lugar, vivem, me parece, em outra época;
  4. Fracasso no mercado, deixa brechas para que os concorrentes ganhem parte do mercado, mesmo com produtos que não atendam às necessidades dos clientes, que é na verdade sua meta mais importante;
  5. Fluxo de caixa negativo, as organizações vivem correndo atrás do resultado planejado, mas entra ano e sai ano e várias continuam com seu fluxo de caixa no vermelho;
  6. Falta de impacto no cliente. As empresas não conseguem desenvolver soluções que os clientes esperam conseguir no mercado, para atingir suas metas importantes;
  7. Má execução; é o que na verdade nos interessa nesse estudo, resolver o problema da má execução nas organizações. Veja que ele está na última colocação dos problemas acima citados, e é de propósito, pois para se ter uma execução eficaz, preciso, sem dúvida, começar a resolver aqueles.

Bossidy e Charan, na questão de execução, destacam:

“Setenta por cento das estratégias fracassam por ineficácia em sua execução…raramente fracassam por falta de inteligência ou visão (1)”. Ou seja, para os autores, se a estratégia estiver certa, não é por isso que a execução irá falhar, mas por motivos alheios a esses, como já colocamos.

Bossidy e  Charan colocam que o processo da execução deve seguir uma estrutura de realização, em que em primeiro lugar está o foco que deve ficar no que é extremamente importante para a empresa, suas metas cruciais; em segundo lugar, mensurar o que estamos fazendo, ou seja, ter um visão numérica e quantitativa das nossa metas; em terceiro lugar, criar formas de visualizarem o resultado da organização, onde quer que estejam, criando placares que mostram a todos se estamos ou não atingindo nossas metas; em quarto lugar, responsabilizar a todos pelo cumprimento das metas, mas para isso elas precisam estar claras e serem comunicadas.

Peter Senge nos dá uma visão um pouco diferente em questão de processo, mas acaba no mesmo resultado:

  1. Domínio Pessoal;
  2. Modelos Mentais;
  3. Objetivo Comum (Visão Compartilhada);
  4. Aprendizado em grupo;
  5. Raciocínio Sistêmico (A Quinta Disciplina).

Na verdade, eu aprecio mais da forma como Gary Harpst trata a execução. Este mostra um processo que nos ajuda a ter uma visão mais clara do que precisa realizar, ou seja, a própria execução.

  1. Definir o que é importante (Elaborar a Estratégia);
  2. Estabelecer metas capazes de guiar (Planejar);
  3. Alinhar Sistemas (Organizar);
  4. Pôr o plano em prática (Executar);
  5. Inovar com propósito (Inovação);
  6. Parar e Refletir (Aprender).

Dentro do que tínhamos discutido em nossa fórmula para ter uma execução eficaz, não apareceu as duas fases finais do processo de Gary: Inovar com propósito e Parar e Refletir.

Eu vejo que estas duas fases finais do processo de execução são de extrema importância, pois as mudanças que vivemos, nunca deixarão de existir, e o aprendizado deve ser constante, pois só assim vamos conseguir ficar a frente de nossos concorrentes.

Minha intenção, foi expor a execução eficaz de um modo prático e dinâmico. Isso porque esse assunto já está mais do que debatido, escrito, e com grandes autores que analisam a execução. O intuito era colocar a execução no âmbito mais amplo, com uma visão geral do processo de uma organização, para que fosse possível entender a sua finalidade. Meu propósito aqui, foi mostrar onde a execução eficaz entra no processo e sua importância, pois para se atingirmos o resultado desejado precisamos, sem dúvidas, passar por todas as fases do processo, desde a estratégia até a execução.

Para entender mais desse processo, ou se aprofundar nesse assunto da execução, aconselho a leitura dos autores aqui citados, como leitura obrigatória desse estudo. Tenho certeza de que será uma agradável leitura, que complementará seu conhecimento e os estudos, com relação a este assunto.

Referências e Leitura obrigatória

(1)BOSSIDY, Larry, CHARAN, Ram, Execução, ed. Elsevier, Campus, 2004, p.15

(2) HARPST, Gary, Execução Revolucionária, ed. Campus, 2009, p.1-3

(3) SNEAD, Lynne, WYCOFF, Joyce, Execução Eficaz, Negócio Editora, 2005.

⚙️ IZF Coaching
Iússef Zaiden Filho, Palestrante, Advogado, Professor, Filósofo, Sênior Coach, e Consultor Master of Science in Emergent Technologies in Education, pela Must University, Flórida, USA, Direito pela Universidade São Francisco, Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano, MBA em Gestão de Processos Industriais-UNICAMP especializado em Desenvolvimento Gerencial, Negociação e Logística pela FGV-SP, Liderança pela FranklinCovey USA, Sênior Coach e Carreira, certificado internacional pelo ICI (Integrated Coaching Institute), Coaching de Excelência e Negócio, pela Academia Emocional, em Franquias pela Franchising University, Empreendedorismo pelo Empretec/SEBRAE, Agente do terceiro Setor, Escola Aberta do Terceiro Setor. Sênior Coach, advogado, filósofo, sócio proprietário da IZF Coaching e Desenvolvimento Humano, como consultor parceiro da Giovanoni Internacional Consultoria, Parceiro de Negócios com a YouUp e INV de Portugal com João Catalão e Ana Penin, Professor dos cursos de MBA, Franklin Covey School Brasil, Sustentare Escola de Negócios Joinville e Trecsson/FGV Escola de Negócios do Paraná, Colunista da Revista Coach Me, coautor do livro Empreendedorismo para Jovens, Editora Altas, Diálogos de Gestão, JML Editora, Fator E, Duna Wrietrs e participações nos livros Ferramentas de Coaching, edição Portuguesa e Atitude UAU me, edição Brasileira, todos dos autores João Alberto Catalão e Ana Penin. Foi consultor da FranklinCovey Brasil e Triad PS, por mais de 10 anos, e presidente do IMTEF Instituto Meus Tostões de Educação Financeira) OSCIP, e da ONG Embaixadores da Prevenção Trabalhou, durante 25 anos em duas grandes corporações, como a Johnson & Johnson e Unilever.
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