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O Uso das Forças de Caráter no Coaching

Apodere-se de seus pontos positivos e transforme suas características negativas em recursos úteis para que você possa lidar melhor com suas barreiras e aspirações.

Em 2004 uma grande descoberta científica ocorreu nas ciências sociais. Esse avanço resultou de um projeto de 3 anos apoiado pelo VIA Institute of Character. O estudo foi liderado por Martin Seligman e Chris Peterson e contou com a colaboração de 53 cientistas sociais de todo o mundo, que coletaram exemplos de humanidade em seu melhor, os marcadores universais da felicidade, e então foi criada uma classificação para mensurar as forças de caráter. (Niemiec, 2013).

As forças são traços positivos estáveis que todos possuem e expressam para viver de maneira a causar um impacto positivo em outros. São manifestadas nos pensamentos, sentimentos e comportamento e formam os blocos de construção do florescimento humano (Peterson e Seligman, 2004). A classificação VIA fez com que cientistas explorassem a natureza do caráter como nunca antes ao criar uma nova linguagem para compreender o que há de melhor nas pessoas.

A Classificação VIA inclui seis virtudes, que foram identificadas como as principais características valorizadas por filósofos e pensadores de todos os tempos e culturas, como sabedoria, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência, e 24 forças de caráter correspondentes que são universais, mensuráveis, e moralmente valorizadas, cujo uso traz mais satisfação e realização. (Peterson e Seligman, 2004). A avaliação classifica as 24 forças em ordem hierárquica, sendo as primeiras cinco as forças de assinatura.

O VIA é o único questionário online gratuito do mundo, e já foi feito por mais de três milhões de pessoas de 193 países, em mais de 20 línguas, o que resultou em melhores ambientes de trabalho, escolas e equipes globalmente. O Instituto VIA ajuda educadores, coaches, acadêmicos, líderes e o público em geral a incorporar forças em suas vidas e trabalho.

Pesquisadores do mundo todo utilizam a Classificação VIA. E sua criação foi uma das maiores iniciativas da ciência da Psicologia Positiva. Seu uso abrange várias áreas do Coaching, como Coaching executivo, Coaching de vida, Coaching de saúde e bem-estar, Coaching para pais, Coaching de esportes para crianças, adolescentes e jovens, Coaching para professores e escolas (Fox Eades, 2008; Park e Peterson, 2009); Coaching para instituições positivas e organizações, e no Inquérito Apreciativo (Cooperrider, 2009; Cooperrider e Whitney, 2005).

De acordo com Peterson e colegas (2007) as forças de caráter mais relacionadas com a vida de significado são espiritualidade, gratidão, esperança, curiosidade e entusiasmo. As forças mais associadas com o engajamento são a curiosidade, esperança, perseverança e perspectiva. Já as forças associadas com a vida prazerosa são o humor, entusiasmo, esperança, inteligência social e amor.

Quando os coaches convidam os coachees para identificar suas forças de caráter, surgem novas conversas para discussão e exploração. Os coachees começam a descobrir novas partes de si mesmos, e aspectos esquecidos, suprimidos ou negligenciados se tornam valorizados de maneira consciente.

Surgem oportunidades de aprendizagem transformadora e o coachee passa a se apoderar de seus pontos positivos e o que antes ele considerava como características negativas passa a ver como recursos úteis para lidar com barreiras e aspirações. Novos cursos de ação são tomados pela conscientização das forças pessoais.

À medida que os coaches se familiarizam com a Classificação VIA e pedem aos coachees para fazerem o questionário, adquirem uma linguagem abrangente e objetiva para aplicarem a ferramenta de reestruturar as perspectivas negativas do coachee sobre si mesmo, transformando a autoimagem dele. Por exemplo, o coachee pode reformular sua perspectiva negativa de ser “teimoso” para “perseverante”, e se fortalecer ao usar sua perseverança e esperança para construir novos hábitos saudáveis.

Os coaches conhecem seus coachees a um nível muito pessoal e cultivam um relacionamento de confiança e honestidade. Compreender as forças de caráter do coachee, os aspectos principais de sua personalidade é um passo crucial. As forças de caráter fornecem uma linguagem comum para o coach e coachee usarem quando constroem o relacionamento e trabalham juntos na autoeficácia e no alcance de metas.

Estabelecer metas é uma parte integral do bom Coaching e as forças de caráter podem ser centrais nessas discussões. Os coaches podem associar as forças de caráter com as metas dos clientes, o que ajuda no alcance delas e no bem-estar. Por exemplo, quando a pessoa traça metas para rotinas de exercícios físicos, se tiver a força da apreciação da beleza, ela poderá optar por praticar atividades físicas na natureza.

Já a pessoa que tem o amor ao aprendizado como força principal poderá praticar atividades enquanto lê ou ouve áudio de livros. Combinar estratégias de metas com o uso das forças de caráter pode melhorar a adesão e sucesso. As forças podem ser a própria meta, por exemplo, construir a gratidão ou bravura, no Coaching de forças de caráter e outros.

Os coachees podem olhar para qualquer situação em questão e considerar quais forças de caráter estão em jogo. As forças podem ser usadas em excesso ou não o suficiente em qualquer ocasião e podem explicar os desafios que o coachee enfrenta. Discutir essas observações oferece uma perspectiva pela qual os coachees veem novas alternativas, ampliando o autoconhecimento e favorecendo o alcance de metas eficazes no processo de Coaching.

Sharon Feder Author
⚙️ Carevolution
Sharon Feder é formada em Psicologia pela Brown University nos EUA, com especialidade em Estudos Brasileiros e Portugueses pela Brown University e Coach de Saúde e Bem-Estar com Certificação Internacional pela Wellcoaches (EUA). Treinada no Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (ProChange Behavior Systems). Atualmente, é Sócia Diretora na Carevolution Consultoria em Saúde e Bem-Estar, desenvolvendo programas de qualidade de vida e capacitações de profissionais com foco em mudança de comportamento, engajamento e autocuidado.
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