O Medo é uma das nossas principais emoções. Ele é responsável por grande parte das nossas principais decisões e falta delas. Seja no nosso foro pessoal, profissional, financeiro ou mesmo de relacionamentos ele está presente em cada momento.
A função de qualquer emoção é de nos permitir agir. No entanto não a reconhecer pode tornar esse processo bastante exigente, para não dizer impossível. Por esse motivo, reconhecer essa emoção em antecipação pode fazer a diferença na nossa transformação.
O Eneagrama estudo 9 perfis de personalidade e as suas diferentes vertentes.
E por isso um conhecimento mais profundo do Eneagrama pode-nos auxiliar bastante na nossa transformação. Quando se estuda o Eneagrama é recorrente se investir bastante tempo na definição minuciosa da personalidade, no entanto deixar escapar uma das mais importantes chaves do crescimento pessoal, a compreensão dos medos essenciais que condicionam cada perfil de personalidade.
A compreensão dos medos associados a cada um dos perfis de personalidade pode ser uma das chaves do nosso crescimento. Aliado a isso é um ótimo motivo para compreendermos a fundo uma sabedoria tão completa como a do Eneagrama. Os medos associados a cada personalidade ajudam-nos a compreender as suas motivações e os seus comportamentos, dispensando leituras exaustivas e sem sentido sobre as características e a forma como se relacionar com cada um dos perfis.
Por exemplo, se compreendermos que o medo essencial de uma personalidade tipo 1 (o Perfeccionista) é o de errar, compreendemos igualmente o medo que o perfeccionista tem de ser criticado por qualquer erro que possa cometer. Esse medo é tantas vezes o motivo pelo qual o tipo 1 se protege nas suas regras e rigidez das mesmas, desenvolvendo pouco a sua flexibilidade.
Na relação com os outros, o foco na crítica e a exigência permanente daqueles que lhe são mais próximos, vem como impulso de os melhorar. Para que eles não sejam vítimas dos seus medos, ou seja, da crítica que vem pelo erro.
Já no que diz respeito ao perfil tipo 2 (o Prestativo) o medo essencial associado à personalidade é o de não ser merecedor do amor e correspondência por parte daqueles que ele elegeu como sendo os seus elegidos. Por esse motivo ele se dedica tanto a ajudar os outros e não se entrega da mesma forma, em tempo e dedicação, às suas próprias necessidades.
Na relação com os outros fica mais evidente a sua exigência de dedicação em relação aos demais e um maior ressentimento por falta de reciprocidade e apoio por parte dos que lhe são mais próximos. Os mesmos pelos quais acaba por ter mais impulsividade e menos flexibilidade.
No perfil tipo 3 (o Motivador, ou Bem-Sucedido) há uma preocupação recorrente com a sua imagem e o quanto os outros reconhecem o seu sucesso. Tal comportamento está associado ao seu medo essencial de ser desprezível ou dispensável.
Na relação com os outros é inconscientemente forçado a fazer valer a sua indispensabilidade, sendo esses comportamentos valer-lhe inúmeras vezes a crítica de ser vaidoso ou estar sempre a vender os seus méritos. Da mesma forma manifesta uma recorrente necessidade de validação por parte dos demais de forma a procurar validar o seu valor.
No perfil tipo 4 (o Romântico ou Idealista) o medo essencial é o de não ter identidade. Medo esse que o faz permanentemente se forçar a ser diferente e único. Nessa permanente procura cai muitas vezes na preocupação de fazer algo diferente dos demais, acabando por perder a oportunidade de concretizar o essencial, para procurar criar o especial e diferente.
Na relação com os outros a procura de diferenciação, gera muitas vezes falta de compreensão e menor tolerância emocional por parte dos que os rodeiam, o que os faz sentir mais desconectados e isolados emocionalmente.
O medo de ser visto como incompetente e sem conhecimento relevante leva o perfil tipo 5 (o Analítico) à procura permanente de novo conhecimento. Essa preocupação com o conhecimento, leva-o a fechar-se e afasta-o emocionalmente dos outros.
Na relação com os outros o medo de ser considerado incompetente espelha-se nos outros procurando ser independente e autônomo para não ter de lidar com qualquer incompetência ou manipulação pelo intelecto. Isso manifesta-se nas inúmeras áreas que os perfis tipo 5 se forçam, inconscientemente, a desenvolver e assim se tornar independente.
No caso do tipo 6 (o Precavido) o medo essencial é o de não ter apoio e se sentir à margem. Esse receio leva o perfil tipo 6 a ter uma permanente atenção para com a autoridade e, por receio da sua ausência a necessidade de planear recorrentemente todos os cenários.
Na relação com os outros isso fica muito evidente na procura de uma autoridade que possa confiar, manifestando-se como uma contra autoridade quando e sempre a mesma não se torne previsível ou confiável.
O medo de não ter opções leva com frequência o perfil tipo 7 (o Entusiasta) a ter sempre presente múltiplas opções e projetos. O medo de que por algum motivo não tenha por onde escolher faz com que o excesso de opções lhe roube energias tantas vezes essencial para os seus principais projetos.
Na relação com os outros manifesta-se muitas vezes que as relações se desenvolvam de forma mais superficial, com receio que o perfil 7 tem de as mesmas lhe retirarem liberdade ou as suas opções.
No caso do perfil tipo 8 (o Confrontador) o medo essencial é de ser controlado. Esse é o medo que o leva a justificar a procura permanente de controle. O controle sobre os seus comportamentos, sobre os seus limites e mesmo sobre o seu ambiente devolvem-lhe a segurança que o medo de ser controlado lhe provoca.
Na relação com os outros a forma energética como comunicam procura evitar qualquer tentativa dos outros manifestarem sobre si algum tipo de controle.
O medo de perder o vínculo com os outros leva muitas vezes o perfil tipo 9 (o Pacificador) a não fazer valer as suas ideias e os seus interesses, receando que a defesa das suas ideias possa ser vista como quebra de harmonia. Esse de resto, é o motivo pelo qual é sempre mais fácil para o perfil tipo 9 defender ideias dos outros que as suas próprias. Os outros na realidade já manifestam uma espécie de concórdia.
Na relação com os outros a dificuldade em dizer não fica muitas vezes evidente, gerando relações pouco diretas e concretizadoras.
Resta acrescentar que estes medos são regra geral em relação aos 9 perfis pouco conscientes.
No entanto a sua consciência pode ser um dos mais importantes progressos na transformação de cada um de nós. Quando reconhecemos os nossos medos e agimos sobre eles tornamo-nos agentes ativos da nossa mudança e não homens máquinas, sem controle sobre as nossas ações ou falta delas.
Quando sabemos o que nos impede de agir ou não agir passamos a ter o controle de mudar o rumo da nossa Vida.
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