O estresse é uma parte inevitável da vida. Mas aprender a gerenciá-lo com sucesso pode melhorar muito sua saúde mental e física. A partir do estímulo de um evento, liberamos uma cascata de hormônios, como adrenalina, noradrenalina e cortisol, que produzem mudanças fisiológicas em nosso corpo, como por exemplo o aumento do batimento cardíaco, a tensão muscular, o suor e a aceleração da respiração. Este aumento de hormônios tem como objetivo preparar o corpo para reagir à ameaça iminente, podendo ser no formato de “luta ou fuga”, garantindo a sua segurança. Ou seja, os hormônios estão preparando o seu corpo para uma determinada ação. A respiração acelerada permitirá que o corpo absorva mais oxigênio, que será direcionado para os músculos. O fígado produz mais glicose, um açúcar na corrente sanguínea que dá mais energia, e os sentidos como visão e audição também ficam mais alertas. Alguns vasos sanguíneos se contraem, para direcionar o fluxo de sangue para os músculos e cérebro, diminuindo o fluxo na pele e nos órgãos.
Esse processo ocorre por meio do sistema nervoso autônomo, que é dividido em duas partes com efeitos opostos. O sistema nervoso simpático revive o corpo em resposta a perigos percebidos, conforme descrito acima. Já o sistema nervoso parassimpático, acalma o corpo após o perigo ter passado.
O problema é quando acumulamos eventos estressantes em nossa vida (estresse crônico), como por exemplo, situações no trabalho, na família, financeiros. Como resultado, o sistema simpático permanece ativo por muito tempo, o que se torna pouco saudável para o corpo, podendo gerar problemas de saúde, como por exemplo, pressão arterial elevada ou hipertensão, supressão do sistema imunológico, que aumenta susceptibilidade a resfriados e outras doenças comuns, dores de cabeça, ansiedade, depressão, e até morte prematura.
Daí a importância de aprendermos técnicas que podem auxiliar na redução do estresse. Uma das técnicas que vem sendo cada vez mais divulgada é a prática da meditação, um programa no qual você concentra sua atenção, induzindo um estado de relaxamento profundo. Muitos estudos de neurociência vêm demonstrando os benefícios que essa técnica pode oferecer na capacidade de relaxarmos, reduzindo os efeitos prejudiciais do estresse. Alguns exemplos são a liberação de insulina (que ajuda a regular o açúcar no sangue), a manutenção de telômeros (que impedem o desgaste do material genético), e as funções das mitocôndrias, que podem criar reservas de energia que ajudem o corpo a contornar estresse oxidativo prejudicial às células. Além disso, a meditação pode ser útil para aliviar ansiedade, dor e depressão. Existem diferentes tipos de meditação, como por exemplo:
- Meditação consciente: estimula você a observar os seus pensamentos à medida que se movem pela sua mente;
- Meditação focada: ensina a concentrar a sua mente num determinado objeto;
- Meditação transcendental: uma técnica que repete um mantra, uma palavra frase ou som, para silenciar os pensamentos;
- Meditação centrada no coração: busca acalmar a mente levando a consciência ao coração;
- Tai Chi ou Qigong: forma de meditação que combina exercícios físicos com respiração e foco.
Para quem está iniciando a prática de meditação, a sugestão é que experimente diferentes modelos, para que possa encontrar um que seja mais adequado para você. O mais importante é a regularidade e consistência na prática. Estudos mostram que após 8 semanas de prática diária de 20 minutos é possível medir os efeitos benéficos da técnica. Então, que tal começar hoje mesmo e experimentar os efeitos positivos que essa técnica pode trazer para a sua vida?
Fonte: Now and Zen: How mindfulness can change your brain and improve your health. Longwood Seminars, March 8, 2016, Harvard Health Publications.
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