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O primeiro propósito da Supervisão em Coaching

Como possibilitar aos coaches um processo de aprendizagem que os ajude a integrar seus pensares, sentimentos e ações propiciando que os conhecimentos teóricos sejam transferidos para a prática?

Dando continuidade à série de artigos sobre supervisão, trazemos hoje para os nossos leitores, O primeiro propósito da supervisão em Coaching que é assegurar que as necessidades do cliente (coach supervisionado) sejam encontradas de forma efetiva e apropriada (Carroll, 1996).

A supervisão em coaching pretende possibilitar aos coaches um processo de aprendizagem que os ajude a integrar os seus pensares, seus sentimentos e as suas ações propiciando que os conhecimentos teóricos sejam transferidos para a prática.

Buscando estabelecer os objetivos da supervisão nas profissões de ajuda como Hawkins e Shohet (2000) afirmaram, que os objetivos dos profissionais de ajuda seriam:

  • Entender melhor o cliente;
  • Tornar-se mais consciente das suas próprias reações e respostas às questões dos clientes;
  • Compreender a dinâmica de como eles e os seus clientes interagem;
  • Olhar tanto para a forma como intervêm, quanto para as consequências das suas intervenções;
  • Explorar outras formas de trabalhar com o cliente em situações semelhantes.

Como mencionado por Proctor, B. (1997) os papéis do supervisor são múltiplos e complexos e incluem o de mentor, professor, assessor, gerente, conselheiro e coach.

De acordo com Proctor, as tarefas do supervisor podem ser classificadas como normativas, formativas e reparadoras. Um elemento introduzido foi o elemento criativo (Lainsbury, 2002). Kadushin (1992) considerou as principais funções de supervisão como pedagógicas, administrativas, gerenciais e de suporte. Gilbert (1994) adicionou as dimensões do enriquecimento da personalidade e de modelagem além de listar algumas qualidades que o supervisor deve reunir:

  • Flexibilidade;
  • Ter um ponto de vista que englobe múltiplas perspectivas;
  • Ter um mapa de trabalho da disciplina que supervisionam;
  • Capacidade para o trabalho transcultural;
  • Capacidade para administrar e conter a ansiedade;
  • Abertura à aprendizagem;
  • Sensibilidade a questões mais contextuais;
  • Senso de humor, humildade e paciência (Hawkins  amp; Shohet 2000).

Carroll, cita ainda que os supervisores devem ter uma compreensão de que uma “medida” não cabe em todos os termos de aprendizagem (uma abordagem não serve para todos as pessoas). Refere que os supervisores devem conhecer o estilo de aprendizagem e inteligência dos seus coaches/supervisionados no sentido de facilitar a sua aprendizagem. O que se pode ler aqui nas entrelinhas é que a supervisão deve ser uma experiência de aprendizagem autodirigida e os supervisores devem estar aptos a acomodar o estilo e as necessidades de aprendizagem de qualquer supervisionado, a exemplo do que as competências número 4 – Presença e número 6 – Questionamento Poderoso da ICF estabelecem como expectativa do comportamento do coach.

Dois outros pesquisadores, Passmore  amp; McGoldrick (2009) realizaram um estudo através de entrevistas (supervisores e supervisionados) a partir de sessões de supervisão em coaching, das quais resultaram transcrições que foram analisadas através da metodologia “Grounded Theory”, que posteriormente foram comparados para o desenvolvimento de um campo teórico para a supervisão em coaching, concluindo que a supervisão é a única intervenção da prática reflexiva através de um conjunto de modelos de desenvolvimento profissional contínuo.

As conclusões do estudo de Passmore  amp; McGoldrick (2009) citam que a supervisão:

  • Oferece uma série de ganhos potenciais que variam entre a capacidade de mudança no coach e a qualidade da prática do coaching;
  • é consensual que a supervisão em coaching pode melhorar continuamente o desenvolvimento profissional;
  • referenda o suporte decorrente das sessões de supervisão;
  • desenvolve o sentimento de comunidade;
  • promove o aumento do sentimento de profissionalismo e consciência ética da sua prática do coaching;
  • aprofunda a reflexão acerca da prática ao oferecer uma forma de exploração de si próprio;
  • aumenta a confiança na sua prática e;
  • propicia aos coaches olharem para a supervisão como um meio de lidar com os desafios que experimentam no coaching, quer nos processos de supervisão individual quer na supervisão em grupo.

E você caro coach leitor, já passou por um processo de supervisão? Quanto mais cedo melhor!

João Luiz Pasqual
Presidente da ICF Brasil eleito para o triênio 2016/2018 atuando aqui como colunista representante e voluntário da ICF Brasil.

João Luiz Pasqual tem mais de 40 anos de experiência profissional. Coach Executivo e de grupos. Foi por mais de 30 anos, executivo do mercado financeiro tendo ocupado posições de Diretor Executivo em diversos bancos (Sudameris, Banco Real, Unibanco, ABN AMRO e Santander), viveu na Europa por 8 anos e viajou para mais de 30 países. É conselheiro de empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e foi Presidente da ICF no Brasil durante o exercício 2015/2018. É coach ICF – International Coaching Federation com a credencial Master Certified Coach (MCC), Mentor Coach pela inviteChange-USA e Accredited Coach Supervisor pela CSA – Coaching Supervision Academy – Londres. MBA pela FIA-USP e Mestrado em Consulting and Coaching for Change pelo INSEAD-Fontainebleau na França.
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